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Sistema para alertar sobre incidência de águas-vivas no verão

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Dados coletados no Litoral de Santa Catarina nos últimos 10 anos

Por: Carina Carboni Sant’Ana

Um estudo detalhado, reunindo dados sobre surtos de águas-vivas no Litoral catarinense, nos últimos 10 anos, foi apresentado ao comando do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Santa Catarina – CBMSC nesta terça, 9. A apresentação foi conduzida pelo pesquisador da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), professor Charrid Resgalla Júnior, vinculado à Escola Politécnica.

Os dados foram levantados, organizados e cruzados resultando num modelo de previsão. O professor propõe que o sistema leve em conta as condições oceanográficas, do ano anterior a temporada, assim como as condições meteorológicas do verão a serem verificadas.

Para o especialista, futuramente o modelo de previsão pode auxiliar na atividade turística, pois as autoridades poderão alertar previamente os banhistas sobre a possibilidade de Lesões Causadas por Águas-Vivas (LCAV).

Charrid explica que quando os anos que antecedem a temporada de verão são mais chuvosos a vazão dos rios para o mar costuma aumentar e, deste modo, é possível observar um favorecimento no aumento da reprodução de águas-vivas na costa.

“Somado a isso, meses de janeiro e fevereiro com alta frequência de ventos de quadrante sul, favorecem o transporte das águas-vivas para a região de praia. Logo, tendo alta reprodução e transporte, temos alta incidência de envenenamentos por águas-vivas em banhistas ou, até mesmo, os temidos “surtos”, explica.

Monitoramento deve ser contínuo

A inclusão de novos dados permite maior confiabilidade dos resultados, segundo o docente, o que justifica a continuidade do monitoramento e da parceria, já estabelecida entre a Corporação e a Universidade.

Também pode ser cogitada a emissão de alertas pelos próprios banhistas. “Essa participação popular, aos moldes da Ciência Cidadã, poderia ser implementada através do aplicativo ‘Praia Segura’, do Corpo de Bombeiros, permitindo à comunidade contribuir com a coleta de dados tornando o sistema ainda mais preciso”, conta Charrid.

Projeto

Os resultados são frutos de uma parceria entre a Univali e o CBMSC, iniciada em 2005, envolvendo troca de informações, desenvolvimento de projetos com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina – Fapesc e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.

O relatório é baseado em dados que foram coletados pelo Corpo de Bombeiros e pela Univali. A iniciativa é resultado do Projeto Jellyfish, desenvolvido pelo Laboratório de Ecotoxicologia, com apoio dos Laboratórios de Climatologia e de Oceanografia Física da Universidade, “além da participação de acadêmicos dos cursos de Oceanografia e de Ciências Biológicas, que atuam nas saídas de campo, coleta de dados em laboratório e no cultivo de organismos”, acrescenta o professor.

Estiveram presentes na reunião o Subcomandante Geral, Coronel Reinaldo Laureano Jr, o Chefe do Estado-Maior, Coronel Fabiano Bastos das Neves e o representante da Coordenadoria de Salvamento Aquático do CBMSC, Major Guilherme Viríssimo Serra Costa.

Foto de Capa: Univali

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