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Erico Dias Lima & Dalcy Lula Souza Lima

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Professor

Erico Dias Lima ou simplesmente Dias Lima, como prefere ser chamado, nasceu em 18/07/1920, na Fazenda Tocadas, em Bom Jesus dos Meiras, atual Município Brumado. Filho de Olympio de Carvalho Lima e de Olympia Dias de Oliveira.

 Casou-se aos 22 anos deidade com Dalcy Lula Souza, de 20 anos de idade, Filha biológica de José Olímpio de Souza Neto e Honorina Lula Souza e filha por adoção de Arthur Revenster Costa e Theodolina de Souza Revenster. O casal teve os seguintes filhos biológicos: Orlando, Albânio 1948 e Vera Lúcia 1950.  Com a morte de Arthur Revenster, Ana Revenster ficou sob a sua responsabilidade.  Deram-lhe netos e bisnetos.

Em 1934, o tio Manoel Joaquim dos Santos Carvalho – Dr. Nezinho – deu oportunidade de trabalho ao menino morador da faz Tocadas, em sua farmácia, onde aprendeu a fazer as manipulações, aviando receitas médicas. Na época, as farmácias eram de manipulação. Não existiam os laboratórios como os de hoje, com medicamentos prontos e embalados em doses preestabelecidas.

Estudou o primário em Brumado na escola estadual do professor Farias em 1934 e da professora Judith Moreira da Cunha em 1935 completando o primário. “Em 1936, matriculei-me no 1º ano do Ginásio do Padre Palmeira, em Caetité, cursando até a 4ª série; em 1940 a 5ª série ginasial fiz em Vitória da Conquista, quando o Ginásio de Caetité fora transferido para aquela cidade, onde concluí o Curso Secundário”.

“Escusado seria dizer da eficiência daquele educandário no preparo dos alunos. Cursei mais dois anos complementar (curso anexo ministrado por colégios estadual e particular), a fim de possibilitar o estudante a ingressar em Faculdades, via vestibular”. “Grande Educador, o Padre Palmeira!”

Em 1941, matriculou-se no Curso Científico do Colégio Marista e por alvedrio ingressou no CPOR (Curso Preparatório de Oficiais da Reserva) em Salvador. Em 1942, transferiu-se para o Colégio Estadual da Bahia, simplesmente Central.

Interrompeu o curso e casou-se com Dalcy Lula de Souza. Tiveram uma convivência de 52 anos. Em 11 de maio de 1994, por falecimento da esposa, Erico assumiu a condição da viuvez.

Fez diversos cursos que lhe agregaram conhecimentos e proporcionaram-lhe o exercício profissional, dando-lhe conceito e bagagem laboral. O ilustre professor Erico, polivalente, exerceu diversas atividades que o dignificam e honram sobremaneira. Renome que orgulha a sua família, seus amigos e toda a comunidade que com ele desfrutou o privilégio da convivência.

 Erico pode ser cognominado “O homem dos sete instrumentos” devido à sua versatilidade, inteligência e competência em tudo que faz, com ideias próprias e conceitos definidos, conforme o seu entendimento. Foi um dos fundadores do Centro Espírita “Viveiro de Luz”. Como radioamador, prestou inestimáveis serviços à comunidade. Músico vocacionado, maneja teclado, bandolim, acordeão e guitarra baiana, destacando-se no violão, instrumento em que é mestre inquestionável, o professor lecionou várias matérias, inclusive Educação Física no Ginásio General Nelson de Mello.

Como político militante, foi um dos fundadores do Diretório Municipal do PSD e do MDB. Atualmente é membro do diretório Municipal do PMDB dentro do espírito que norteia as suas convicções. Foi candidato a prefeito municipal e a vereador. Segundo ele, felizmente, não obteve resultado positivo, pois não admitiria compactuar com as falcatruas da política, ou melhor, de políticos desonestos.

Desportista destacou-se como jogador de futebol, sendo um dos incentivadores desse esporte, juntamente com Oflávio Torres (Flavinho), Mário Trindade, Olavo da S. Leite (da gráfica), José Rizério de Carvalho (Juca) e outros abnegados. Foi um dos fundadores do Real Atlético de Futebol (RAF), do Clube Social de Brumado, do Rotary Clube de Brumado, do Clube de Karatê Shotokan de Brumado e da Liga Desportiva Brumadense.

Trabalhou em diversas empresas: Carnaubina Ltda., Dolabela & Cia., OST & CIA (Oflávio da Silveira Torres, no ramo de vendas e consignações, de quem era um dos sócios), Departamento Federal de Estradas de Ferro-DC5, escritório em Urandi/BA, Banco de Crédito Real de Minas Gerais em Juiz de Fora – Agência de Salinas/MG.

Na área da educação, foi exímio mestre, deu tudo de si pela causa. Dedicou-se à educação com entusiasmo, consciente da sua responsabilidade honrando a sua classe. Foi um dos fundadores do Ginásio General Nelson de Mello (1958), ao lado do então Capitão Valdir Magalhães Pires, do Monsenhor Antônio da Silveira Fagundes e de outros baluartes do setor, realizando um sonho dos brumadenses. No Ginásio General Nelson de Mello (GGNM), lecionou Inglês, Canto Orfeônico e Educação Física. Nesse ofício, era perfeccionista. Também foi professor do Curso Pedagógico Dr. Pompílio Leite, do atual Colégio Estadual de Brumado (CEB) e da Escola Nossa Senhora de Fátima. Nessa área, deu contribuição importantíssima para a formação da inteligência brumadense. Um artista e intelectual de vasto conhecimento.

ABRO PARÊNTESE PARA CONTAR DOIS EPISÓDIOS:

 (1) o professor Erico, em uma aula de Educação Física, levou a turma para o antigo campo de aviação. Lá colocou todos perfilados e solicitou que fizessem exercícios sob o seu comando. Mariano, um aluno, rapaz forte, troncudo, não aparentava nenhuma fraqueza, porém depois de uma série de atividades, teve um súbito desmaio e o professor o acudiu imediatamente. “Desfalecido” suplicava: “Socorro seu Érico, estou morto! Estou morto!”. O professor amenizava a situação dizendo: “Morto não fala Mariano… Morto não fala!”. Um dos alunos, no afã de colaborar, suspendeu o dito cujo perguntando: “Mariano! Mariano! Tá me ouvindo?”. O indigitado retrucou: “Não!”. Na insistência, asseverou: “Tou sem fala!”. Provavelmente não se alimentara ou estava sob o efeito etílico da noitada anterior. A gozação foi geral pelo inusitado da cena.

(2) Conta-se que houve uma auditoria numa prefeitura vizinha, para verificar a correta aplicação dos recursos públicos conveniados com o Estado para o calçamento de ruas. Os fiscais acompanhados do prefeito local foram inspecionar as obras e constataram que não foi feito o calçamento das ruas, pois estavam na terra pura, sem nenhum benefício. O prefeito, pressionado e sem ter como se justificar pela ilicitude praticada, disse aos interlocutores que havia gastado o dinheiro, para uso particular.  Diante dessa afirmação, foi lavrado um auto de infração e enviado para O Tribunal de Contas do Município que o indiciou por desvio de dinheiro público (peculato). O acusado, no intuito de se defender, procurou um deputado influente para orientá-lo. Este o recriminou, dizendo tratar-se de uma resposta absurda, estapafúrdia e ingênua. Poderia ter dito que gastara o dinheiro com cestas básicas para alimentar o povo que estava passando fome, em período de seca inclemente que assolara o município. Isso talvez fosse justificável!

O deputado sabedor da competência, em contabilidade pública municipal, do senhor Erico Dias Lima, de Brumado, aconselhou o prefeito a procurar o contador para verificar a possibilidade de reverter o episódio. Verdade ou mentira, não se sabe. A fama traduz o conhecimento técnico do professor Erico Dias Lima nas áreas de Assessoria à prefeitura e a Câmara Municipal na Administração Financeira e Análise Contábil, tempos que somados perfazem 45 anos de trabalho profícuo. Uma vida consagrada ao serviço público municipal com lisura e honradez.

Em 25/11/2006, recebeu da Loja Maçônica Manoel Joaquim dos Santos Carvalho o título de “Membro Honorário” da instituição, uma homenagem pelos trabalhos prestados por muitos anos como maçom, sendo ele um dos fundadores e membro do templo da “Maçonaria Aliança Sertaneja Bahiana”. O tributo foi iniciativa do maçom Alessandro Silva (Brumauto).

Em 18/09/2007, foi homenageado pela “Loja Maçônica Sertaneja Bahiana”, à qual pertence e é um dos precursores, pelos 60 anos de trajetória na Maçonaria. Hoje, Erico é o único membro vivo, dentre os fundadores da instituição. O homenageado foi louvado com o discurso do maçom Walter Castro Bonfim, designado pela loja para essa finalidade, conforme trecho descrito abaixo:

Erico Dias Lima, entre 1952 e 1974, foi venerável por três vezes em períodos distintos. A história maçônica de Brumado teve início a partir do ano de 1949, quando maçons aqui residentes e de outros orientes começaram a se reunir e planejar a fundação de uma Loja maçônica na cidade. A fundação, de fato, ocorreu com a cerimônia de instalação realizada no dia 30/09/1952. A Loja foi fundada tal como está escrito na 1ª Ata do Livro n. 01, com o título de ALIANÇA SERTANEJA BAHIANA, do Rito Escocês Antigo e Aceito, “para melhor harmonia entre os homens e progresso da Humanidade, sob o lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade” (Walter Castro Bonfim).

Pelo seu trabalho incansável em prol da educação e pelos diversos serviços prestados à comunidade brumadense, em merecimento e honra a Prefeitura Municipal de Brumado, o homenageou através da Lei nº 1.216, de 9 de julho de 1999. Art. 1º – O prédio Público situado na Rua Dr. Mário Meira, n° 79, centro, antigo fórum Duarte Moniz, passa a denominar-se “PROFESSOR ERICO DIAS LIMA”.

Recebeu, também, com emoção, homenagem significativa do ex-colega musicista e poeta Abnizio Luz Aguiar, com um poema que traça o perfil do homenageado, na comemoração dos seus 90 anos.

A família Souza Lima, recebeu de amigos e parentes congratulações e homenageou o professor Dias Lima pela passagem dos seus noventa anos, completados em 18/10/2010, com dignidade e lucidez.

Para ser homem público, é necessário, antes de tudo, ser honesto, acreditar nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, lema da Maçonaria legado da revolução francesa, princípios que a França nos transmitiu com a tomada da Bastilha em 14 de julho de 1789”. (Erico Lima).

Na qualidade de seu ex-aluno, homenageio o Professor Erico Dias Lima, num gesto singular de admirador e em respeito pela refulgência de suas qualidades virtuosas com que nos conquistou.

ADITIVO EM 11/06/2015: Erico Dias Lima faleceu no dia 10 de junho de 2015 no hospital SAMUR em Vitória da Conquista aos 94 anos 11 meses e 8 dias de idade.

O corpo foi trasladado para Brumado, o velório ocorreu no Salão Nobre Antonio Guimarães Soares, na Loja Maçônica Aliança Sertaneja Baiana, sito à Rua Joana Angélica nº 163 em Brumado. O enterro está previsto para as 17 horas no dia 11/06/2015 no cemitério municipal Jardim Santa Inês.

RECONHECIMENTO: Brumado e, em especial a Maçonaria, integrada por homens de bons costumes e que levantam templos à virtude e cavam masmorras ao vício, está de luto pela volta do irmão Érico Dias Lima à Eternidade, onde será recebido com paz e luz, nossas ardentes súplicas ao Pai! Lá ele chegará sorrindo, temos certeza, diante do seu trabalho edificante na vida temporal.

O apóstolo Paulo, com sua autoridade divinizante, na Segunda Carta aos Coríntios, escreveu: “sabemos que, se a nossa casa terrestre se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, uma casa eterna nos céus, não feita por mãos humanas”. (2 Coríntios 5:1) Que o Grande Arquiteto Do Universo console toda a família do Poderoso Irmão, PROFESSOR DIAS LIMA!

Fraternalmente

Jair Cotrim Rizério.Depoimento de Afrânio Cotrim Virgens, advogado em Aracatu/BA: conheci Dias Lima, como gostava de ser tratado, através de Gerardo Azevedo Silva, em 1971, época que assumi a Secretaria Municipal de Aracatu. De tanto Gerardo falar da inteligência e competência profissional de Erico, aconselhei o então prefeito, Sebastião Silveira, a convidá-lo para assumir a Contabilidade da Prefeitura. Aceita sugestão pelo Prefeito, fui a Brumado juntamente com Gerardo convidar Dias Lima a vir a Aracatu a fim de fechar compromisso. Por meu intermédio e por orientação de Gerardo, em 1972, assumiu a assessoria da Contabilidade da Prefeitura Municipal de Aracatu, ano em que fui candidato a prefeito. Eleito prefeito, Erico trabalhou comigo de 1973 a 1976. Tião [Sebastião Silveira] reeleito, ele trabalhou de 1977 a 1980. Armando Maia assumiu a prefeitura e Dias Lima continuou com o mesmo serviço de 1981 a 1983. Na gestão do prefeito Vandique dos Santos Coqueiro, Érico permaneceu e trabalhou até 1985 ou 1986. Em 1989 ele assumiu a assessoria da contabilidade da Câmara de Vereadores de Aracatu, cargo que ocupou até 2005.