A organização atua nos Territórios de Identidade do Sudoeste Baiano, Médio Sudoeste, Médio Rio de Contas e Sertão Produtivo, auxiliando agricultores familiares
Por Boletim UESB
O Laboratório Experimental de Avicultura (Labeave) da Uesb, vinculado ao curso de Zootecnia, campus de Itapetinga, desenvolve, há cerca de 20 anos, material genético avícola regionalizado. As genéticas de aves desenvolvida na Uesb já foram enviadas para mais de 30 municípios baianos e 11 estados brasileiros. Agora, a expansão dessa genética no território baiano é fortalecida por meio do convênio firmado entre o Labeave e o Centro de Convivência e Desenvolvimento Agroecológico do Sudoeste da Bahia (Cedasb).
A organização atua nos Territórios de Identidade do Sudoeste Baiano, Médio Sudoeste, Médio Rio de Contas e Sertão Produtivo, auxiliando agricultores familiares com Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), dentre outras ações. A proposta da parceria é auxiliar o Cedasb com o fornecimento de aves para o desenvolvimento de um método de produção chamado mandala, que é um sistema produtivo cíclico fechado que envolve a produção vegetal e animal. Nesse caso, a produção animal selecionada foi de aves, e a Uesb cedeu o material genético por meio da doação de pintinhos e ovos fertilizados.
De acordo com Rogério Moreira Macedo, técnico em agropecuária e sócio-fundador do Cedasb, o convênio entre as duas instituições favorece a valorização das raças e o produto nativo. “A base da agricultura familiar é a criação de galinha, suíno, por exemplo. Então, essa é uma oportunidade de firmar uma parceria, porque a gente trabalha com agroecologia e um dos princípios é resgatar as raças criolas, sementes criolas. O animal também é uma semente”, sublinha Rogério.
Para o professor Ronaldo Vasconcelos, coordenador do Labeave, essa parceria fortalece a genética das aves regionalizadas. “Esses produtores, sendo guardiões, vão replicar esse material genético sem, necessariamente, o domínio da genética ser exclusivo da Uesb. O que a gente quer é que o domínio dessa genética seja do produtor, a partir do momento que ele reconhece esse material como componente do seu espaço de vivência”, defende.
Além disso, a parceria colabora para a melhoria da renda das famílias assistidas pelo Cedasb. “Essas aves caipiras são mais adaptadas para programas de alimentação localizada, utilizando alimentos alternativos. Então, isso interfere muito na questão de custos, da dinâmica da produção, de valorização daquilo que nós temos em nosso entorno. Então, tem um impacto econômico muito interessante e uma dinâmica nova para sistema de produção”, completa Ronaldo.
Sobre o Labeave – Um dos maiores centro de variabilidade de raças nativas do Norte e Nordeste do Brasil, o Laboratório desenvolve um trabalho que envolve o processo de seleção e conservação genética de aves. A partir disso, ele disponibiliza para produtores as raças de aves Peloco, Meia-Perna, Caneludo do Catolé e carne negra, que apresentam potencial de crescimento e zootécnico voltadas para corte, postura e mista, com uma excelente oportunidade de comercialização de ovos e frangos do tipo caipira. Além disso, o setor dispõe de raças de aves para outro padrão de comércio, como pato, peru e galinha d’angola