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ALTINO JOSÉ DA SILVA NETO

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MEDONHO

*14/03/1925†12/02/2010

Altino José da Silva Neto, vulgo Medonho, natural de Aracatu, nasceu na Fazenda Lagoa da Onça, em 25 de março  do  ano de 1925, hoje, Maetinga. Na época a Lagoa da Onça pertencia a Condeúba, conforme declaração de seu irmão Jovino José da Silva. Filho de José Altino da Silva e de Anna Maria de Jesus e depois de casada Ana Maria da Silva, (analfabetos). Foi batizado pelo Padre Valdemar Moreira da Cunha, pároco de Condeúba, sendo seus padrinhos os avós paternos Altino José da Silva e Maria Madalena de Jesus e  Avós maternos Manoel José  da Silva e Joanna Lucinda de Jesus.

 Irmãos de Medonho: Jesuína, Dalírio, Jovino, Israel, Rosalvo (Maduro) e Salviano (Tico).

 Faleceu em Brumado no dia 12 de fevereiro de 20l0, com 84 anos, na Associação Luíza de Marillac, Casa do Ancião, onde estava internado desde 03 de fevereiro de 2002 pela cunhada Janildes Gomes da Silva. O óbito foi atestado pelo médico Dr. Germano Spínola Costa e o declarante para o registro em cartório foi o senhor Valfrido Figueiredo Carvalho, responsável pela entidade. O corpo foi sepultado no cemitério municipal de Aracatu.

Descende de família rurícola, pobres e analfabetos. Medonho nasceu com problemas graves de saúde mental, os pais achavam que não vingaria, contudo sobreviveu às adversidades. Aos oito anos de idade apresentou problemas de comportamentos, deixava a casa dos pais, sem nenhuma explicação, e saia para a casa dos avós maternos Manoel José da Silva e Joanna Lucinda de Jesus, residentes na mesma região, onde passava dias. Os pais avaliavam que  essa atitude era muito arriscada para uma criança de oito anos, comportamento que os  preocupavam.  

Da Lagoa da Onça os pais de Medonho mudaram-se para a Fazenda Boa Vista, região de Montes Claros, município de Jânio Quadros; de Boa Vista para a Fazenda Belmonte, no mesmo município, e daí para a Fazenda Patos, região do Serro, município de Aracatu, ainda pertencente a Brumado. Mudaram-se para diversas outras propriedades: Fazenda Lagoa D’água, Fazenda Morro e finalmente para a sede do município de Aracatu onde faleceram e estão sepultados.

 Medonho, era uma pessoa de baixa estatura, com problemas mentais, saiu desnorteado mundo afora, ia a todos os lugares pedindo esmolas, vivia ao léu, ao deus-dará. Na sua loucura tinha como característica bater com a cabeça nas paredes, carrocerias de caminhão e solicitava um trocado pelo seu ato ou quando nervoso dava cascudo em si próprio. Costumava andar acompanhado de um cão que lhe servia de companhia. Com problemas de visão, olhos remelentos, para visualizar as pessoas com clareza, utilizava a  mão como se fosse um  binóculo.

Sempre que retornava para Aracatu, tudo indica para rever os parentes,  nessas vindas fazia-se acompanhar de uma mulher, sempre com uma companheira diferente. As mais conhecidas eram Edite, Carmelita,  mas  o  amor de sua vida chamava-se  Maria, residente em Aracatu, que tinha a alcunha de ‘Maria de Medonho’.

Era um mulherengo audacioso.  Mentalmente desequilibrado,  se masturbava portando uma revista de mulheres nuas sem se importar com os transeuntes. Fazia sexo, dia tamanho, embaixo das marquises, apenas se cobrindo com papelão  ou algum agasalho que lhe servia de cobertor. Era um concupiscente sexual, vício da sua insanidade mental. Não se tem conhecimento de que  Medonho teve filhos, é uma incógnita, pois perambulava por muitos lugares e quase sempre acompanhado de alguma mulher.

A professora Diná Gomes Fernandes em seu livro Brumado – histórias e reminiscência de uma geração, lançado em 24 de julho de 2015, no auditório da Escola Municipal Professora Nice Publio da Silva Leite, fez o seguinte relato:

“Medonho ou Medõe, apesar de sua pequena estatura causava grande medo nas crianças daquela época. Quando nervoso, se maltratava dando cocorote em sua própria cabeça ou batendo com a mesma, com toda força, na parede. Não amedrontou só as crianças de Brumado. Perambulava por todas as cidades da região. Faleceu recentemente [12/02/2010], na casa dos Velhinhos em Brumado”. [Associação Luiza de Marillac].

Afrânio Cotrim das Virgens, advogado e residente em Aracatu, relatou que ele foi internado na Casa do Ancião, Luiza de Marillac, por parente que se incumbiu dessa tarefa.

A ousadia tomava conta dos seus sentimentos, não podia ver uma perna  exposta de mulher que ficava excitado. Uma das internadas estava sentada em situação desprevenida, medonho  se esgueirou de quatro pés e avançou com intenções ousadas. A idosa assustou-se com a investida do “tarado”, usou um chinelo e deu-lhe umas chineladas, observando:

‒Venha novamente seu ousado, que vou lhe dar o que merece.

 Sua tara sexual era de muita volúpia e, por conta disso, os administradores da Casa,  o separou dos demais internados, para se evitar constrangimentos, recolheram-no a um quarto,  isolando-o  dos companheiros.

Declaração no Facebook:  Vilmar Brito Santana:  Catita [mendiga e mentalmente também desequilibrada] pariu um filho de Medonho, debaixo da ponte [São Félix/cidade], onde moravam, me lembro que Dona Ester Trindade e Seu Mário foram as almas benditas que a socorreram.

FONTES:

As informações para a composição dessa biografia foram fornecidas pelo advogado Afrânio Cotrim Virgens (Aracatu);

Dados coletados na Associação Luiza de Marillac;

Jovino José da Silva (irmão de Medonho);

Livro Brumado – histórias e reminiscência de uma geração da professora Diná Gomes Fernandes.

Antonio Novais Torres

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