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Mais afetados por desemprego, jovens buscam no e-commerce oportunidade para empreender e garantir renda, mostra pesquisa

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Taxa de desemprego entre jovens é o dobro dos números gerais. Na contramão, mais de 30% das lojas virtuais do país são comandadas por empreendedores entre 20 e 29 anos, mostrando que o comércio eletrônico já virou opção para ajudar quem está em busca de um trabalho

 

Por Ana Paula Vieira/ Agência Noar

 

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego entre os jovens no Brasil chega a ser o dobro da taxa geral: enquanto o número total de desempregados no país está em 12,4%, entre os jovens o percentual sobe para 26,6%. Buscando driblar esse alto índice de desemprego, os jovens estão enxergando no comércio eletrônico uma oportunidade: pesquisa realizada pela Loja Integrada – plataforma para criação de lojas virtuais mais popular do país com 800 mil lojas criadas – mostra que mais de 30% dos e-commerces brasileiros são comandados por jovens entre 20 e 29 anos.

Contrariando a crise econômica, o comércio eletrônico não pára de crescer e a expectativa é que o faturamento seja de R$ 69 bi em 2018, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Além disso, o setor é um dos que mais emprega, só em 2016 foram criadas mais de 700 mil vagas no e-commerce.

Para Alfredo Soares, especialista em comércio eletrônico e diretor da Loja Integrada, é possível apostar no e-commerce sem correr grandes riscos. “Investir no comércio eletrônico é uma ótima oportunidade para as pessoas que estão desempregadas ou para quem deseja complementar a renda. Como o investimento inicial é baixo, o empreendedor pode começar o negócio com um pequeno estoque em casa, por exemplo”, explica.

E-commerce é aposta dos jovens

Em 2016, a jovem Daniela Rodrigues estava prestes a se formar na faculdade de Administração e, com apenas 23 anos, sofreu preconceito ao tentar entrar mercado de trabalho. “A pouca idade e a falta de experiência, combinadas com a crise econômica, acabaram fechando as portas para mim. Além disso, não tive nem oportunidade de estágio – que era obrigatório na faculdade. Diante disso, vi que era necessário ter um ‘plano b’, foi então que decidi abrir uma loja virtual”, lembra.

Negócio de nicho

Daniela amava maquiagens e optou por criar um e-commerce nesse segmento, assim surgiu a Make For Me – https://www.makeformestore.com.br/. Além de conseguir uma renda e driblar o desemprego, a jovem usou a gestão da loja como relatório para o estágio da faculdade. Seu diferencial é apostar em um púbico nichado – jovens com a mesma faixa etária dela e também fãs de makes. “A loja é focada na venda de maquiagens com preços mais acessíveis e busca sempre trazer novidades para os clientes, que, inclusive, são meninas com mesma faixa etária que eu, isso facilita muito o atendimento.”

Segundo o especialista, as pessoas estão cada vez mais conectadas, confiantes e comprando pela internet. “A facilidade de montar uma loja virtual e a flexibilidade que o trabalho em casa proporciona são uns dos atrativos do e-commerce. Porém, para ter sucesso nas vendas é preciso planejamento, capacitação e dedicação, assim como qualquer negócio. No caso da Daniela, apostar em um nicho de mercado que se identifica foi uma estratégia certeira e pode ajudar a inspirar e dar mais motivação para o negócio”, ressalta Alfredo Soares.

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