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CATULINO JOSÉ DE SOUZA

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CATULINO JOSÉ DE SOUZA

*23-12-1924†09-03-2014

Maria Ermi Virgens Santos (esposa)

*23/09/1932†dd/mm/ano

            Catulino José de Souza, conhecido também por Catu, abreviatura de seu primeiro nome, nasceu em Bom Jesus dos Meiras, atual Brumado, em 23 de dezembro de 1924, filho de Isaias José de Souza e Judith de Souza Lobo. O casal, além de Catulino, teve os seguintes filhos: Reduzino, Nelson, Dário, Antenor, Deolino, Augusto, Fidelis, Almira, Maria, Doralice e Hilda.

            Proveniente de uma família pobre e numerosa, Catulino teve uma infância e adolescência de muito trabalho e poucas regalias. Ajudava os pais com os irmãos na roça, cuidando da agricultura e no trato da criação: bovinos, caprinos e suínos, fonte de renda familiar. Apesar dessas obrigações, providenciava tempo para brincadeiras com seus companheiros.

            Estudou as primeiras letras em casa, com professor leigo particular, porquanto morava na zona rural e, não tinha escolas regulares, o ensino era ministrado nas casas dos interessados. Além do que, somente aos meninos era dispensado o aprendizado, basicamente, para se tornarem eleitores. Às meninas eram ensinadas as prendas domésticas (costume da época).

            Da zona rural veio para Brumado morar com os padrinhos Armindo dos Santos Azevedo e D. Geminiana dos Santos Azevedo, com os quais passou a trabalhar e estudar. Aos 18 anos de idade, com a ajuda do padrinho Armindo, tirou a carteira de motorista e passou a dirigir para o pai no transporte de mercadorias para o seu comércio na zona rural na localidade de Taquerê.

            Durante um período da sua vida, teve como atividade própria, a criação, comercialização e transporte de gado. Por muitos anos, foi motorista de caminhão no transporte de cargas diversas, depois passou a dirigir automóvel, uma rural, para transporte de passageiros. Nas décadas de 1970 e 1980, transportava médicos e dentistas de Brumado para o Posto de Saúde em   Aracatu município de Brumado.

 Exerceu concomitantemente o serviço de taxista com ponto fixo e Alvará da Prefeitura de Brumado nos anos de 1980/90.

             Foi empreiteiro da Prefeitura Municipal de Brumado na área de limpeza urbana e coleta de lixo com a empresa de sua propriedade de nome Catulino Souza Limpeza Pública (Caslimp), no período de 1978/1983 no governo de Agamenon Santana de Lima.

            Casou-se no distrito de Aracatu, pertencente ao município de Brumado, no dia 10/05/1949, no civil e no religioso, com Maria Ermi Virgens Santos, nascida em Aracatu, em 23 de setembro de 1932, filha de Clóvis Santos Silveira e Lindaura Santos Virgem. Com a realização do casamento, ela passou a assinar Maria Ermi Santos de Souza.

            O casal Catulino e Maria Ermi teve os filhos: Jair (ex-vereador e vice-prefeito de Brumado), Normélia 1956, Elizabete, Judite, Edmilson, Carmélia 1962, Maria Luíza e Marinês Santos Souza.

            Catulino foi vereador nos períodos de 1963/1967, sendo prefeito Armindo dos Santos Azevedo, e 1967/1971, no governo de Juracy Pires Gomes. Exerceu, também, o cargo de segundo secretário da mesa de vereadores. Atuou sempre na oposição, nos partidos MDB e ARENA-2. Fez várias indicações de interesse da população, como, por exemplo, construção de escolas e água para a cidade e zona rural. Foi um vereador dinâmico, atuante, valorizou os seus eleitores atendendo as suas reivindicações.

             Ocupava-se na labuta para a manutenção de suas propriedades e empresas: comerciante, empresário de prestação de serviços, motorista de caminhão e taxista. Homem do povo, Catulino tinha grande envolvimento social e muitos amigos, assim sendo, foi inevitável a sua atuação como político-partidário.

 Era conselheiro e humanista. Quando as pessoas precisavam de sua opinião, procurava ajudá-las da melhor forma possível, para minorar as adversidades e orientava-as no sentido de que tudo fosse resolvido a contento das partes envolvidas. Magnânimo, sempre procurou ajudar os parentes e os amigos. Destacou-se como líder pela sua dedicação e companheirismo.

            Tinha preferência pelos noticiários em geral, escritos e ou televisados, dessa forma ficava bem informado sobre assuntos variados, especialmente os nacionais. Admitia como lema o dito popular: “Quem trabalha Deus ajuda”. Esse pensamento estava ligado à dedicação ao trabalho e à honestidade como valores éticos para o crescimento e a independência das pessoas. Observava os ensinamentos dos pais: “Andar sempre de cabeça erguida e viver honestamente”. Dizia: “Se todas as pessoas agissem corretamente, não precisariam de leis para corrigi-las”. Foi por esses caminhos que Catulino trilhou.

            Com relação aos animais que criava, tratava-os com intimidade. Cada cria de bovino que nascia recebia um nome pelo qual era chamado, por exemplo: Roxinha, Mariquinha, Boré, Valente etc.

            Em suas reflexões, falava que a maior loucura que cometera na sua vida foi ir para São Paulo, na adolescência, a pé. Reuniu um grupo de amigos e partiram para a viagem. No caminho, pegavam carona em carro de bois, carroça, até chegarem a Montes Claros-MG, daí em diante, pela Central do Brasil, iam de trem de ferro. (trem de passageiros).

                        Catulino tinha mania de guardar contas pagas e recortes de jornais com fatos que considerava importantes e do seu interesse. Colecionava um rol de amigos: Rafael Dias, Sebastião Meira Santos, Aquiles Dias da Mata, Agnelo dos Santos Azevedo, Olegário Santana, Jair Rizério, Eujácio Souza Filho (Seu Jajá), José Rodrigues (Delegado), entre outros. Quando alguma coisa estava correndo bem, ele costumava dizer: “Está jojando”. Quando era íntimo da pessoa, não a chamava pelo nome de batismo, chamava-a de “Jojado”.

            Dizia ele que a vida não é só privilégios, mas, também deveres. Orientava os familiares para o exercício da cidadania, a serem solidários e honestos, virtudes indissociáveis ao homem de bem.

 Brumado, nos tempos idos, era uma cidade pequena, em que todos se conheciam e, quando alguém falecia, Catulino se fazia presente no velório e no enterro. Até por ser político, tinha essa preocupação e exigia da família o correspondente dever da solidariedade cristã.

            Nos idos de 1970/1971, havia poucos aparelhos de televisão na cidade. Na sala de sua residência, havia um aparelho de TV que além da família, pessoas amigas se deleitavam com os programas exibidos.

            Brincava com os filhos, proporcionando-lhes diversão e prazer: costumava, após o jantar, sentar-se numa cadeira de balanço na varanda da casa e jogava várias moedas para que os meninos corressem a apanhá-las, numa algazarra que o fazia sorrir, e com a brincadeira, proporcionava alegrias aos filhos. (relato da filha Judite Santos Souza).

            Nas vésperas de eleição, ele colocava os filhos para preencherem cédulas a serem distribuídas, fazendo “boca de urna”, procedimento que era permitido na época. Nessa empreitada os meninos discutiam, brigavam, agitavam a bandeira do seu candidato. Era uma verdadeira batalha que envolvia os protagonistas. Nos comícios políticos, levava a galera (as suas crianças e os amigos delas) para aplaudi-lo, com o objetivo de demonstrar prestígio e conquistar os eleitores. Relembra sua filha Judite que fala com emoção desses detalhes que marcaram sua vida.

            Catulino era uma pessoa de caráter honrado, esposo dedicado, pai exemplar e amigo leal. Como político, foi fiel aos seus princípios, sempre correspondeu à confiança que lhe depositaram como representante da comunidade, elegendo-o vereador. Partidário foi leal aos ditames do seu partido sob a orientação do chefe político a quem seguia e apoiava verdadeiramente com respeito e dignidade.         Catulino faleceu com 89 anos de idade, em sua residência na Rua Marcolino Rizério, nº 155, em Brumado, no dia 09 de março de 2014. O atestado de falecimento foi firmado pelo médico Dr. Marlúcio Rodrigues Abreu, sendo declarante do óbito Marinês Santos de Souza. Seu corpo está enterrado no cemitério municipal Senhor do Bonfim.

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745