*08/11/1940†02.05.2023
Morte de Dagvaldo da Silva Melo, conhecido por Fiapo. O corpo está sendo velado na Câmara de Vereadores. O sepultamento às 17:00 neste dia 02/05, Cemitério Jardim Santa Inês.
Dagvaldo Silva Melo, mais conhecido pelo apelido de Fiapo, nasceu no dia 8 de novembro do ano de 1940, na cidade baiana de Ituaçu. É filho Washington Luís de Melo Maria Carolina da Silva Mello.
Primogênito do casal, que ao todo, teve 19 filhos: Dagvaldo, Maria das Graças, Maria da Conceição, Olímpio, João, Wilson, Antônio, Cléber, Aroldo, Irene, Eliete, Maria Mercedes, Maria da Glória, Edson, Geraldo, Luiz Alberto, Deusenir e duas percas.
Em 1958, aos 18 anos, veio morar em Brumado, em busca de emprego, uma vez que, para uma família com tantos filhos, o sustento era muito difícil, e a sua cidade natal oferecia poucas oportunidades de labor.
Seu primeiro emprego em Brumado foi no ano de 1959, na sorveteria Íris, situada no prédio da estação ferroviária, de propriedade do Sr. Oflávio Silveira Torres (Flavinho), da qual era gerente o Sr. Idalino Ribeiro Soares. Essa foi a primeira sorveteria de Brumado, com equipamentos modernos para a época.
Em junho de 1960, começou a trabalhar na empresa Magnesita S.A., onde ficou até 1991, quando se aposentou. Nesta empresa, passou por vários setores, inclusive prestou serviços na Cooperativa de Consumo dos Empregados da Magnesita, como encarregado. Foi, também, chefe do setor de cadastro na Ciretran de Brumado, por indicação.
Casou-se em 17 de janeiro de 1970, com 29 anos, na igreja Matriz de Brumado, com Dorinalva Santos Lima de 19 anos, natural de Itaquaraí, distrito de Brumado, filha de Sebastião de Lima Amorim e Hilda Alves Santos Lima. Após o casamento, a nubente passou a assinar Dorinalva Lima Melo. O ato foi oficiado pelo Monsenhor Antônio da Silveira Fagundes.
Dessa união, nasceram suas três filhas: Sílvia Márcia Lima Melo (1970), Alessandra Lima Melo (1975) → Novais e Paula Luísa Lima Melo (1978) → de Barros, que lhe deram (por enquanto) quatro netos: Aline Lima Melo Novais, Patrick Allan Lima Melo Novais, Lunik Athor Melo Santa Rosa e Pablo Vinícius Melo Costa Leite, os quais promovem as alegrias dos avós.
Em Brumado, criou raízes, constituiu família e, portanto, se considera brumadense de coração. Abraçou esta cidade como se fosse a sua terra natal.
“Minha família é o meu orgulho, e o maior legado que ganhei na vida. Amo a minha esposa, companheira de sempre, filhos e netos “
Nas décadas de 1980/90, foi proprietário do primeiro bar a realizar serestas em Brumado, chamado “Fiapo’s Bar”, onde, a cada sexta-feira, contava com as apresentações do músico Zé Primo, além da participação dos músicos Limdembergue Cardoso (Livramento), Zelindo, Fafai e Arlindo Polvinthay. Ali eram exibidas Músicas Populares Brasileiras, MPB, músicas antigas e de boa qualidade. Para lá acorriam os boêmios e amantes da música popular, onde os casais deleitantes dessa modalidade musical se divertiam.
Atualmente Fiapo, autônomo, trabalha dirigindo um veículo ‘Van’ de sua propriedade, para transporte, tendo como passageiros alunos das redes particular e municipal de ensino. “Não gosto de ociosidade, por isso, estou na van transportando crianças. Isso me da motivação por saber que sou útil e não ocioso”.
Grande atleta do futebol de campo, sua história no esporte de Brumado teve início em 1959, no time Democrata, cuja sede ficava situada no Bairro São Felix, tendo como presidente o brumadense Silvestre, domiciliado naquele bairro. A partir de então, Fiapo, como era conhecido entre os amigos, e companheiros de trabalho e do futebol, marcava definitivamente sua trajetória esportiva.
No ano de 1960, ingressou no time Magnesita, como titular atacante, jogando ao lado de Jessé Lobo, Wilson Caicai, Nem de Seu Lopes, Dang, Saratoga, Wagner, Valdinho (goleiro), entre outros. Por esse time, foi campeão de torneios intermunicipais. Em 1963, no campeonato promovido pela Liga Brumadense de Futebol, foi campeão, vencendo a Associação Atlética Portuguesa na última partida. Atou também no futebol de salão.
No time do Botafogo de Brumado foi campeão intermunicipal em 1968, jogando como ponta-esquerda, tendo sido o segundo artilheiro no torneio. Jogou ao lado de Vitor Hugo, Agnaldo, Eudálio, Rui, Élcio e Antônio Carmo, Valdinho, Franklin da Mata Dias, Professor Valter e outros.
No Talmag foi campeão várias vezes, defendendo o time na posição de atacante, tendo como parceiros Bé, Edivaldo Silva (goleiros), Mateus, Jacy Lobo, Lóide, Sebastião, Arlindinho, Nelito, Marão, Wilson Mello (irmão), Rosalvo, Arlindo Bonifácio, Figo, Zezito, Neco, Hibelmont e outros. Foi campeão do torneio Levi Mayer pelo Talmag, contra a Associação Atlética Portuguesa e recebeu o troféu como capitão do time.
Foi convidado pela direção do ginásio General Nelson de Mello a participar de vários amistosos. Convocado várias vezes a participar da seleção de Brumado, defendeu vários títulos para essa cidade. Era um futebolista requisitado pela sua habilidade.
Com a vinda do craque da seleção brasileira, Manoel Francisco dos Santos (garrincha), conhecido também por Mané Garrincha, que fazia uma turnê pela região. Em Brumado, Fiapo, pela qualidade e versatilidade do seu futebol, foi escolhido e convocado para jogar ao lado dele, representando a Capital do Minério.
Foi homenageado pelo site Brumado Notícias como “O ícone do futebol brumadense” em 07 de dezembro de 2011. Em 10 de fevereiro de 2014, foi agraciado com o título de Cidadão Brumadense, por indicação do vereador José Ribeiro Neves, sendo Presidente da Câmara de Vereadores Alessandro Lôbo e Silva; vice-presidente, Édio da Silva Pereira (Continha); 1º secretário, Weliton Lopes do Nascimento; 2º secretário, Heliane Bonfim Moura Vasconcelos (Liu).
Fiapo carrega consigo o pensamento que considera uma verdade: “A pessoa só é ruim até o dia que ela quer, ou seja, qualquer um pode mudar para melhor, ou para pior, depende das circunstâncias e de assim querer”.
Um episódio marcante na sua infância ocorreu quando ele ganhou um presente de seu pai. Por ser a família numerosa e financeiramente carente, não tinha o costume de receber presentes, e assim também se procedia em aniversários e no Natal. Dagvaldo não entendia por que Papai Noel não lhe trazia nada, nunca. Seu pai foi a São Paulo buscar um carro, em 1951, para o seu patrão, no período do Natal. Para sua surpresa, o seu progenitor o presenteou com um cinto e um suspensório. “Aquele foi o dia mais feliz da minha vida” – contou.
Conselho de sua mãe: “Respeitar os mais velhos e, se achar algo na rua, entregar ao proprietário, não se apoderar de nada que não lhe pertença”. Ela não admitia que os filhos trouxessem algo para casa sem esclarecer a origem.
Relembra o que considera uma loucura: ainda criança, acompanhou o pai para buscar passageiros em Itaetê. As pessoas vinham de trem até Itaetê e daí de carro para Andaraí. O pai fazia a linha Itaetê-Andaraí. Ao ficar sozinho no carro, à beira do Rio Paraguaçu, saiu do veículo, embrenhou-se na mata e ficou perdido, sem saber voltar ao local de origem. Foi um sufoco achá-lo. Naquela ocasião, tinha apenas 9 anos.
CURIOSIDADES: Dagvaldo é possuidor de um grande acervo de fotografias e faixas de campeonatos de futebol que disputou pelos times Magnesita, Talmag, Botafogo de Brumado e de uma coleção de inúmeros discos de vinil de grande variedade musical, especialmente MPB, além de uma radiola antiga de grande potência que continua em perfeito estado de conservação. Essa radiola pertenceu ao Sr. Oflávio Torres, que a trouxe de São Paulo (1960) para divulgar a campanha presidencial do Marechal Henrique Batista Duffles Teixeira Lott.
Alguns jogadores e amigos, são tratados por apelidos, e assim, são chamados sem que sejam identificados pelo nome de batismo. Dagvaldo só conhecia essas pessoas pelo apelido.
Experiente e habilidoso ciclista, na juventude, dirigia uma bicicleta de costas por longo percurso. Colocava uma tampa de garrafa na plataforma da estação ferroviária, a uma altura considerável do trilho e passava com a bicicleta, a meio pneu, desafiando o precipício. Fazia diversas piruetas com a bicicleta; era, por conseguinte, um grande bicicletista.
Desde moço, sempre enfrentou o trabalho e nunca se queixou disso, pois lhe serviu de experiência, por isso, sente-se uma pessoa vitoriosa. Continua trabalhando, ainda que aposentado, não só por não admitir o ócio, mas também por necessidade, para ajudar aos que dele dependem.
Esse é o Dagvaldo, torcedor acérrimo do Vasco da Gama do Rio de Janeiro. Pai, esposo e avô extremoso, que cuida da família com carinho e amor e tem o respeito e a consideração de todos.
NOTA DE FALECIMENTO:
Dagvaldo Silva Melo(Fiapo) em 02/Mai/2023.
“Nosso amado pai, esposo, filho, avô, irmão, amigo Dagvaldo Silva Melo ( Fiapo) foi dormir ( Lucas 8:52).
Homem reto, íntegro, personificação do amor.
Seu maior legado foi a humanidade e o coração limpo de toda e qualquer maldade!
Revestidos de gratidão ao nosso criador, por nos permitir fazer parte da vida de um ser humano inigualável, vimos comunicar que o velório acontecerá na Câmara Municipal de Vereadores na cidade de Brumado- BA, situada à praça Abias Azevedo, 91.
O sepultamento ocorrerá às 17:00 do dia 02 de maio do presente ano no cemitério Jardim Santa Inês.
João 3:16, diz::
Porque Deus amou tanto o mundo que deu o seu filho unigênito, a fim de que todo aquele que exercer fé nele, não seja destruído, mas, tenha vida eterna!” SÍLVIA MELO (Filha)