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Delmiro Alves “Dezinho do Motor” ou “MAIS OU MENOS”

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Delmiro Alves, também conhecido como “Dezinho do Motor” e ou “Mais ou Menos”, nasceu no Povoado da Gruta da Mangabeira, município de Ituaçu, Bahia, em 03/11/1940. Filho de José Alves de Almeida e de Ana Cândida de Lima.

 Seus irmãos: Maria Alves de Almeida (falecida), Milton Alves de Almeida (falecido), Joaquim Alves de Almeida, (lavrador), Elza Alves de Almeida, (Servidora pública), Noeme Alves de Almeida (doméstica), Cândida Alves de Lima (autônoma). 

 Ainda adolescente, a família saiu de sua terra natal, Ituaçu-BA, para Pedra Preta (Brumado), viajaram de trem via Tanhaçu, juntamente com seus pais e irmãos, depois vieram para a cidade de Brumado, em busca de trabalho e melhores condições de vida.

Naquela época a família passava por dificuldades financeiras, o trabalho na região era escasso, e em Brumado havia oportunidade de emprego na mineradora Magnesita S/A. A família alugou uma casa humilde, de propriedade de Sabino Lourenço de Carvalho, avô da moça que mais tarde se tornaria sua esposa.

Adolescente, a procura de trabalho, não havia tempo para lazer nem para outras distrações. A noite sentava-se nas calçadas com amigos para bate-papo e contar casos.

  Foi admitido na Prefeitura Municipal de Brumado, em 1956, como gari, o prefeito da época (1956-1959) era Armindo dos Santos Azevedo, anos mais tarde foi promovido para ajudante de serviço gerais na casa de Luz e Força, localizada nos fundos da prefeitura velha, local onde funcionava o gerador de energia elétrica adquirido pelo prefeito Miguel Lima Dias em 1972. Registre-se que na época na cidade a energia elétrica não era em tempo integral. Depois com aquisição de novos e modernos motores foi instalado na Praça Pompílio Leite (Praça do Jurema) onde hoje funciona a Clínica Manoel Fernandes, sendo responsável o senhor Nelson Viana, tratado por Nelson do motor e o auxiliar Dezinho do motor.

O desejo de aprender avivou a sua curiosidade e passou a manusear os equipamentos de trabalho, desenvolvendo aptidões que lhe deram condições para desempenhar melhor o seu trabalho. Aprendeu assinar o nome para tirar os documentos que necessitava. Como filho mais velho, achava-se no dever de ajudar nas despesas da casa, tornando-se arrimo de família.

Com a implantação da energia elétrica proveniente da Usina de funil, Delmiro e seus colegas de trabalho, foram encaminhados para trabalhar no setor de iluminação pública. Embora sem conhecimentos teóricos, curioso e interessado, tornou-se eletricista autodidata, adorava a profissão e desempenhava-a muito bem. Além de funcionário público municipal, trabalhava para particulares, era muito procurado para fazer serviços de eletricidade em várias residências.

Casou-se, em 03 de setembro de 1961, aos 21 anos, no religioso, na igreja matriz de Brumado, com Jandira Maria Silva de Carvalho, natural de Brumado, nascida em 24 de outubro de 1944, com 16 anos de idade, sendo testemunhas Arlito Souza Santos e Neuza Dantas. Após o casamento passou a assinar Jandira Maria de Carvalho Alves. Filha de Alípio Silva e Edelzuíta Lourenço de Carvalho. Foi celebrante do matrimônio o Padre Antonio da Silveira Fagundes. O casamento no civil foi realizado em 15 de julho de 1970 pela Doutora Juíza Magna Maria Pereira Santos. Na certidão de casamento civil consta, por engano, como nome da mãe, Delzuita Maria de Carvalho.

 Em março de 1982, a esposa, formou-se em Magistério (professora) e foi admitida como professora do município, sendo seu primeiro trabalho em Pedra Preta na escola municipal Marcolino Moura.

 O casal teve 10 filhos: Orlando Alves (1962), (falecido), Izabel Cristina Alves (1964), Regina Célia Alves (1967) (falecida), Geová Alves e Gilvan Alves (Gêmeos e falecidos), Maria da Conceição Alves e Manoel Messias Alves (Gêmeos e falecidos), Ana Maria Alves (1971) (falecida), Diná Aparecida de Carvalho Alves, Luciano de Carvalho Alves (falecido) e João Paulo (1982).

Delmiro identificava-se como católico não praticante, frequentava a igreja em ocasiões especiais. Era muito trabalhador, com seu esforço e economias, comprou algumas casas que alugava. Era uma pessoa de excelente caráter, reservado, de pouca conversa. Seu passatempo era ir para o sítio Santa Isabel, nos arredores da cidade, onde cuidava de agricultura e criatório para o consumo da família. Tinha como diversão, jogar damas ou dominó com os filhos e contar causos para os mesmos.

 Gostava de ouvir música sertaneja de raiz, tinha apreço pelos programas humorísticos e telejornais. Botafoguense ‘doente’, não perdia um jogo do seu time. Toda semana fazia apostas na loteria, com a pretensão de ficar rico. Se reunia com amigos em botecos para conversa amigável e tomar aperitivos. Tinha muitos amigos, dentre eles, Nelson do motor, Nadir, Abelardo, Neném, Tuta Machado e outros.

Delmiro aposentou-se em 1991 pela CAMUP/Municipal, e Jandira aposentou-se como professora em agosto de 2009 pelo INSS.

 Foi um bom filho, irmão cuidadoso, excelente esposo, pai honrado e amoroso, dedicava-se muito ao trabalho. Tinha em mente que o pai de família, nunca deveria deixar faltar nada dentro de casa, era sua preocupação. Desejava ver os filhos formados, dizia que não teve condições de estudar, mas que os filhos não passariam por isso.

Uma das suas superstições era o medo de morrer, quando adoecia, se preocupava bastante e dava trabalho para tomar remédio, principalmente, se fosse amargo, repugnava. Acordava na madrugada e assobiava uma música qualquer, enquanto coava o café. Fumava cigarro drobó (cigarro de fumo) e, se envolveu com o alcoolismo, que lhe tirou a vida em 23 de janeiro de 2006, com 65 anos de idade.

 Óbito atestado pelo doutor Fernando Luiz Gonçalves Trindade e declarado por Jandira Maria de Carvalho Alves (esposa) e está sepultado no cemitério municipal Jardim Santa Inês.

 Através do Decreto 4.657 de 27 de agosto de 2013, recebeu uma homenagem nominando uma Rua situada no Bairro São Félix, nesta cidade.

Declaração de Gildásio Lima Porto via internet: Dezinho do motor como era conhecido em Brumado. Excelente eletricista. Pessoa íntegra. Já aposentado, gostava de frequentar seu sítio no povoado dos Pebas, ia todos os dias a pé. Tive bom relacionamento com ele, grande profissional, eletricista autodidata, era muito requisitado pela comunidade para esse serviço.

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745