Na 5ª Conferência do Meio Ambiente do estado sede COP30, ministra defendeu implementação dos compromissos climáticos firmados na última década
Por Agência Gov | Via MMA
Nesta quinta-feira (12/3), em Belém, cidade anfitriã da COP30, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que a conferência será a mais importante desde a assinatura do Acordo de Paris, há dez anos. “Tudo o que havia para discutir sobre estrutura, processos e regras já foi feito. Não tem mais para onde escapar: agora é implementar”, destacou, nesta quinta-feira (12/3).
A ministra lembrou que 2024 foi o primeiro ano da história a superar a meta do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura média global a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais. Segundo o Copernicus, observatório climático da União Europeia, no ano passado a temperatura média do planeta foi de 1,6°C. “A ciência diz que não se pode ultrapassar o 1,5°C, porque com 1,5°C, já estamos vivendo secas na Amazônia, incêndios no Pantanal, ondas de calor. O mundo inteiro está desequilibrado”, pontuou.
Diante das repercussões dos efeitos da mudança do clima em diferentes regiões do planeta, a COP30, que acontece em novembro, não pode ser “a COP do Brasil, do Pará ou da Amazônia”: “É uma COP que acontece no Brasil, no Pará e na Amazônia, porque a responsabilidade de encarar esse problema é de 195 países”, ressaltou, referindo-se às nações signatárias do Acordo de Paris.
Em Belém, Marina Silva participou da 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente do Pará, que reuniu representantes da sociedade civil, do governo e do setor privado para discutir e definir as vinte prioridades e estratégias de ação no estado. As propostas serão levadas por uma delegação composta por 50 representantes paraenses à 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, que será realizada entre os dias 6 e 9 de maio em Brasília (DF) com o tema “Emergência Climática: O Desafio da Transformação Ecológica”.
A conferência estadual, organizada pelo governo paraense, é um desdobramento das etapas municipais e intermunicipais do processo de construção da 5ª CNMA. Nesta etapa, os municípios do Pará tiveram a oportunidade de contribuir com ideias e propostas para enfrentar os desafios climáticos locais. Participaram 85 municípios do estado, que elaboraram um total de 488 propostas oriundas de 43 conferências municipais e seis intermunicipais. Para acessar o Caderno de Propostas do Pará, clique aqui.
No palco junto à ministra em Belém estava o secretário-adjunto de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Rodolpho Zahluth Bastos, que enfatizou a importância da elaboração das políticas ambientais e climáticas do país ocorrer a partir de contribuições da sociedade. “O resultado das conferências municipais, estaduais e da conferência nacional será apresentado durante a COP aqui. Essas propostas que emanaram dos diferentes territórios do Brasil, da população, eleitas como prioritárias no enfrentamento à mudança do clima, são fundamentais, porque serão transformadas em um plano nacional orientativo de políticas públicas”, apontou.
Em sua fala, Marina Silva também chamou atenção para o desequilíbrio ambiental da região, que já sente as consequências da mudança do clima. Dos 144 municípios do estado, 82 (57%) são mais vulneráveis à ocorrência de deslizamentos de terra, enxurradas e inundações, de acordo com estudo de grupo de trabalho coordenado pela Casa Civil da Presidência da República.
Sobre a 5ª CNMA
A 5ª CNMA é organizada pelo governo federal com o objetivo de discutir e apresentar soluções para os desafios ambientais do Brasil. A edição atual busca criar um espaço democrático que permita à sociedade brasileira contribuir com propostas para enfrentar as causas e impactos da mudança do clima no país.
Iniciada em 2024, a primeira etapa da 5ª CNMA envolveu a realização de 62 atividades autogestionadas e 1.227 conferências livres, municipais e intermunicipais, que mobilizaram 2.455 municípios.
A segunda fase compreende as conferências estaduais e distrital, que ocorrem até 15 de março. Nelas, cada unidade federativa tem a missão de eleger os delegados que representarão o estado na etapa nacional e consolidar até vinte propostas relacionadas aos seis eixos temáticos: Mitigação, Adaptação e Preparação para Desastres, Transformação Ecológica, Justiça Climática e Governança e Educação Ambiental.
O processo culmina na realização da etapa nacional, em Brasília (DF), com a participação de delegações de todos os estados e do Distrito Federal. Nesse momento, serão avaliadas as propostas estaduais e apresentadas e consolidadas as propostas finais da 5ª CNMA para a Transformação Ecológica do país no contexto da mudança do clima.
Acesse a página da 5ª CNMA
Foto: Rogerio Cassimiro/MMA
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