redacao@jornaldosudoeste.com

Dia da Consciência Negra é para refletir e reafirmar a luta, diz deputado Zé Raimundo 

Por Joana D’Arck Cunha Santos – Ascom (Comunicação WZ)

Dia da Consciência negra é destacado pelo presidente em exercício da Assembleia Legislativa da Bahia ( Alba), deputado Zé Raimundo, como um “Dia de luta e celebração à força da nossa cultura! “

Doutor em História, o parlamentar convida a população a comemorar esse dia que inaugura o primeiro feriado nacional dedicado à cultura negra no Brasil: “Esse é um momento de reflexão, em que nós reforçamos nosso compromisso com o combate ao racismo e às desigualdades, e destacamos a importante herança cultural dos povos negros, que inspira um mundo mais justo e igualitário”.

 Zé Raimundo lembrou grandes personalidades nacionais e da Bahia que ajudaram a difundir e ampliar a cultura afrobrasileira, como o ex-deputado Luiz Alberto e a ex-ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, além de artistas como o poeta e compositor Vinícius de Moraes  e o músico Baden Powell, que levaram referências do candomblé  para a MPB, e os bailarinos King,  primeiro negro na Escola de Dança da UFBA,  e Clyde Morgan, que levou os movimentos da dança afro para o balé. 

Ele destacou ainda que o primeiro feriado nacional é um marco na história de luta pela igualdade racial, mas observou que é resultante de muitas lutas e conquistas da sociedade, sendo o Dia 20 de Novembro já consagrado em mais de mil municípios. Finalmente a data é nacionalizada por decisão do presidente Lula. 

PL de Zé Raimundo propõe assistência médica e bomba de insulina gratuitos para crianças e adolescentes portadores de diabetes Tipo 1

Por Joana D’arck – Assessora de Comunicação

Os portadores de diabetes mellitus tipo 1, pertencentes à população infantojuvenil, receberão gratuitamente todas as formas de assistência médica e farmacêutica disponíveis e autorizadas pelos órgãos de saúde competentes, inclusive, a bomba de infusão de insulina para seu tratamento, de acordo com o projeto de lei que acaba de ser apresentado pelo deputado estadual Zé Raimundo (PT).

Ele anunciou a sua proposta no plenário da sessão ordinária desta terça-feira, 19, quando pediu atenção dos colegas parlamentares para a questão.“O nosso objetivo é proteger a população infantojuvenil, que receberá todas as formas de tratamento, inclusive o acesso à bomba de infusão de insulina”, defendeu Zé Raimundo.

O PL Nº 25.598/2024 de autoria do petista, determina o público a ser beneficiado conforme oEstatuto da Criança e do Adolescente – ECA, que considera população infantojuvenil as pessoas de até dezoito anos. As despesas decorrentes da lei serão por conta dos recursos previstos para os programas de assistência à saúde do Estado.

O parlamentar acredita que o dispositivo da bomba de insulina será de grande utilidade e segurança para os pais e educadores que lidam com crianças e adolescentes portadores da Diabettes Tipo I, que não tendo produção de insulina pelo próprio organismo passa a aumentar o índice de glicemia ( que é o açúcar no sangue). “A bomba de insulina controla o sistema do portador e, através do celular, pais e educadores podem acompanhar a taxa de açúcar da criança”, explicou.

O funcionamento da bomba de insulina está explicado no PL de Zé Raimundo como um dispositivo eletrônico que, ao conectar-se ao corpo, libera insulina de forma contínua durante 24 (vinte e quatro) horas, de acordo com as necessidades da pessoa. É indicada para portadores de diabetes tipo 1 ou tipo 2, pois mimetiza o funcionamento do pâncreas.“Podendo ser acoplado na cintura ou braço e conectado ao corpo por uma pequena cânula com uma agulha flexível no abdômen, o aparelho é programado para liberar pequenas quantidades de insulina ao longo do dia, continuamente, para manter os níveis de açúcar no sangue dentro dos valores normais, por isso, utiliza insulina de ação rápida e/ou de ação curta”, diz a justificativa. A bomba de insulina, de acordo com o PL, tem como vantagem o fornecimento de quantidades de insulina de forma mais exata e precisa, sem a necessidade de tomar várias injeções de insulina durante o dia.

Essa tecnologia é especialmente útil para crianças e adolescentes, na medida em que, além de reduzir o incômodo da picada da agulha, gera gráficos em tempo real e relatórios mensais, evitando crises de hipoglicemia severa, pois proporciona uma melhor adaptação à rotina diária, facilitando a administração da insulina em momentos de atividade física e durante as refeições.“Trata-se de um dispositivo extremamente relevante para a população infantojuvenil, que necessita preservar o nível estável de insulina para ir à escola, brincar, estudar e se sentir mais inserido em seu meio social”, defende o deputado, que cita o ECA em sua proposta para reforçar que o Poder Público tem o dever de adotar medidas como essa para a melhorar a qualidade de vida das crianças e adolescentes portadoras da diabetes mellitus do tipo 1.

Em sua justificativa, o projeto de Zé Raimundo destaca a estimativa de existência no Brasil de aproximadamente 564 mil 249 pessoas com DM1, sendo 109 mil 827 com idades inferiores a 20 anos e 454 mil 070 com mais de 20 anos de idade. O país portanto, se classifica em terceira colocação entre os países com mais pessoas com diagnóstico de DM1. “Logo, estimando-se esses dados nessa faixa etária, proporcionalmente em relação à Bahia, certamente o ganho social é muito maior do que o impacto financeiro, tendo em vista que as bombas de insulina são bastante eficientes e, infelizmente, não são disponibilizadas pelo SUS, o que leva a uma desigualdade no tratamento”, defende Zé Raimundo.

Foto: Divulgação

Fim da desigualdade racial evitaria parte das mortes neonatais no Brasil

Pesquisa investiga as consequências do racismo sofridas por uma gestante em seus filhos

Por Agência Gov | Via Fiocruz

“Uma parte considerável das mortes neonatais, e dos desfechos negativos entre recém-nascidos, poderia ser evitada se as desigualdades raciais não existissem no Brasil”, afirma estudo elaborado pela equipe de pesquisa do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia). Publicada na revista The Lancet Regional Health – Americas , a pesquisa investiga as consequências do racismo sofridas por uma gestante em seus filhos e afirma: na ausência da desigualdade racial, aproximadamente 12% das mortes neonatais – pouco mais de 12 mil mortes de crianças com até 7 dias de vida – poderiam ser evitadas.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram ocorrências de quatro desfechos negativos entre recém-nascidos: mortalidade neonatal precoce, prematuridade, baixo peso ao nascer e de crianças nascidas pequenas para a idade gestacional (definidas pela sigla PIG). A pesquisa também estimou que 1,7% dos nascimentos prematuros, 11% dos casos de PIG e 7% dos casos de baixo peso ao nascer também poderia ser prevenidos.

“Pessoas vulnerabilizadas pelo racismo têm condições de vida piores que as de pessoas brancas, resultando em menores níveis de escolaridade e acesso a empregos piores”, afirma Poliana Rebouças, pesquisadora associada do Cidacs e uma das responsáveis pelo estudo. Segundo ela, a consequência disso é que essas pessoas são submetidas a efeitos físicos adversos e a contextos econômicos e sociais desfavoráveis, o que pode afetar o acesso aos serviços de saúde e resultar nessas desigualdades nos resultados de nascimento.

Foto: Divulgação

Racismo e desigualdade

O estudo utilizou bases informacionais do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), analisando dados de pouco mais de 23 milhões de nascidos entre 2012 e 2019. A identificação racial da pessoa gestante foi utilizada como indicador da presença do racismo, entendendo que as diferenças nos desfechos negativos entre crianças se devem às desigualdades sociais, já que raça é uma categoria socialmente construída.

“Usamos a identificação racial materna como uma indicação do racismo na vida da pessoa, reconhecendo que a relação entre raça/cor e desfechos negativos na vida das crianças se deve às diferenças sociais, não a diferenças biológicas”, reforça Poliana.

A análise também levou em conta o nível de escolaridade materna – tido como um indicador de condições socioeconômicas – para avaliar como o racismo atravessa diferentes grupos socioeconômicos. O resultado revelou que, quanto menor o nível de escolaridade da mãe, maior a chance de desfechos negativos para seus filhos.

Entre gestantes indígenas com menos anos de educação, a análise ajustada ao fator de escolaridade indica o risco de 30% de morte neonatal, 25% de prematuridade, 22% de baixo peso ao nascer e 27% de nascimentos de crianças pequenas para a idade gestacional. A eliminação das desigualdades raciais poderia reduzir em mais de 60% a ocorrência de morte neonatal, baixo peso e PIG entre seus filhos, e diminuir em 28% os nascimentos prematuros.

Entre mulheres pardas e pretas, a redução poderia exceder 40% nos casos de morte neonatal, baixo peso e PIG, e 18% nos nascimentos prematuros.  Ainda assim, a análise mostra que, mesmo entre mulheres de grupos raciais minoritários com maior nível de escolaridade, as desigualdades raciais persistem nos desfechos de saúde de seus filhos.

Os dados revelam ainda que as gestantes mais jovens, com menores níveis de educação e menor frequência às consultas de pré-natal eram majoritariamente declaradas pretas e pardas. Indígenas e gestantes pretas tiveram as maiores proporções de ocorrências dos desfechos negativos analisados.

Recomendações

De acordo com Poliana, esses achados somam-se a outras evidências de como a desigualdade racial afeta a saúde das mulheres. “Se entendermos que esses desfechos ocorrem devido a condições sofridas pelas gestantes – como a falta de acesso a consultas pré-natais – fica claro que a desigualdade racial influencia toda a vida da pessoa, desde antes do nascimento”, explica.

Os efeitos da desigualdade racial observados desde o início da vida demonstram a necessidade de ações para reduzir o impacto do racismo na saúde materna e infantil. Segundo a equipe de pesquisa, é necessário um esforço contínuo e políticas que abordem o racismo institucional para enfrentar os problemas apontados no estudo.

“Mesmo com toda a pressão histórica feita pelos movimentos sociais em torno da luta pela equidade em saúde, ainda falta incentivo às políticas públicas voltadas ao combate da desigualdade”, completa Poliana.

Foto capa: Divulgação

Estudo da Uesb aponta conhecimento de idosos quilombolas sobre medicinas tradicionais

Por ASCOM UESB

Quando pensa em conhecimento sobre saúde, qual imagem vem à sua cabeça? É provável que sua mente pense em laboratórios sofisticados, tubos de ensaio e ambientes estéreis. Mas este conhecimento nasce em um ambiente muito mais próximo e ancestral: as farmácias vivas presentes em hortas comunitárias e pessoais. 

Foi pensando nesse conhecimento passado de geração para geração nas comunidades quilombolas que a pesquisa “Percepção de idosos vivendo em remanescentes dos antigos quilombos acerca das medicinas tradicionais” buscou investigar como os idosos de comunidades quilombolas percebem as Práticas Integrativas e Complementares de Saúde, explorando suas opiniões sobre os tratamentos tradicionais e o potencial de integrar essas práticas ao sistema formal de saúde. 

Fotos: Divulgação

O estudo foi realizado por mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde (PPGES) e do Programa de Pós-Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade (PGMLS) da Uesb, orientada pelos professores Luciana Araújo dos Reis e Ismar Eduardo Martini Filho. Por meio de entrevistas semiestruturadas com 32 idosos de três comunidades quilombolas de Vitória da Conquista: São Joaquim de Paulo, Barrocas e Boqueirão, a pesquisa, de abordagem qualitativa e descritiva compilou e analisou os dados coletados revelando como essas práticas são valorizadas por essa população e como podem enriquecer a assistência em saúde.

No percurso da pesquisa, os principais desafios para a realização do estudo incluíram o difícil acesso às comunidades, devido à precariedade das estradas, além da coleta das memórias dos idosos para obtenção de informações. “Essas comunidades mostram um profundo respeito por seus saberes ancestrais, e os idosos expressaram o desejo de ver essas práticas integradas ao sistema de saúde”, destacou Gisele Leles, pesquisadora do PPGES.

Os resultados da pesquisa apontaram que os idosos apresentam uma forte confiança nas práticas tradicionais, como os remédios caseiros e o uso de plantas medicinais. “Eles têm grande confiança em remédios caseiros e plantas medicinais, como chás e ervas que cultivam em seus próprios quintais. Além da tradição, essa preferência se baseia em preocupações com medicamentos farmacêuticos e na percepção de que as plantas são eficazes e acessíveis”, destaca Gisele. 

Embora as plantas e remédios caseiros sejam parte fundamental da vida cotidiana nas comunidades, há um desejo claro de que o sistema de saúde reconheça e se abra para essas práticas, garantindo que elas possam coexistir com a medicina moderna de forma mais integrada e respeitosa. 

Além disso, a pesquisa identificou a importância da transmissão de conhecimentos familiares, que assegura a continuidade das práticas de saúde e fortalece a identidade cultural. “Valorizar as práticas tradicionais nessas comunidades fortalece a identidade cultural quilombola, preservando conhecimentos transmitidos por gerações e ampliando o sentimento de pertencimento e orgulho ancestral”, pontua Gisele.

Os pesquisadores apontaram também que observaram uma participação masculina marcante nas práticas de saúde familiar, o que reflete as dinâmicas culturais específicas dessas comunidades e reforça a identidade e a coesão comunitária. O estudo propõe ainda que integrar saberes ancestrais ao sistema de saúde pode não só melhorar a qualidade da assistência, mas também fortalecer a identidade e o senso de pertencimento das comunidades quilombolas.

20 anos da Amazônia Azul: o potencial científico escondido sob as águas

Pesquisas apoiadas pela Marinha ajudam a ampliar o conhecimento sobre o mar brasileiro

Por Agência Gov | via Marinha

Marinha mantém o navio Vital de Oliveira na pesquisa sistemática dos mares brasileiros – Fotos: Marinha do Brasil

“O conhecimento do fundo do mar vai muito além de mapear e desvendar os recursos minerais marinhos como óleo e gás, cascalho e areia para a construção civil ou carbonatos marinhos para a agricultura, cosméticos, suplemento alimentar, entre outros. Este conhecimento é importante também para, por exemplo, definir os locais com menor risco para instalação de cabos submarinos, responsáveis por boa parte do tráfego global de internet, ou para as obras de engenharia costeira e oceânica, como portos, plataformas e pontes”.

A afirmação, da professora do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Helenice Vital, demonstra o potencial científico da Amazônia Azul, espaço marítimo brasileiro que corresponde a 67% do tamanho do território continental do País. A bordo do Navio de Pesquisa Hidroceanográfico “Vital de Oliveira”, a professora liderou uma comissão de 27 pesquisadores, que estudaram, entre junho e julho deste ano, a região entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba.

“Identificamos grandes cânions submarinos, que não sabíamos da existência”, surpreendeu-se a professora, que também é coordenadora do Laboratório de Geologia e Geofísica Marinha e Monitoramento Ambiental da UFRN. O mapeamento, em profundidades entre 80 e 3,5 mil metros, foi possível com uso de ecobatímetros instaladas no casco, um dos equipamentos desse moderno navio da Marinha do Brasil, que atende às principais demandas da comunidade científica nacional nas diversas áreas das ciências do mar.

Além de apoiar o desenvolvimento científico da Amazônia Azul com o “Vital de Oliveira” e outros navios da Força, a Marinha investe na educação profissional neste segmento. Um exemplo é a pós-graduação stricto sensu em Biotecnologia Marinha do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, lançada em 2016, em parceria com a Universidade Federal Fluminense. “Nosso programa envolve pesquisas em áreas estratégicas para o País, tais como biodiversidade, produtos naturais, sistemas de produção, desde genes a organismos e biotecnologia ambiental”, explica o coordenador Ricardo Coutinho.

Coutinho, doutor em Biologia pela Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, acredita que a formação representa um diferencial estratégico para o Brasil. “A biotecnologia marinha é um campo emergente no Brasil e no mundo. (…). O programa forma profissionais capazes de prospectar os recursos e riquezas de forma sustentável, beneficiando a sociedade e cumprindo as políticas públicas estabelecidas pelo governo, além de contribuir para os interesses da Marinha e do desenvolvimento socioeconômico do País”, esclarece.

Os investimentos em profissionais e em meios que os permitam conduzir suas pesquisas são condições que tornam viável o desenvolvimento científico nacional de forma sustentável e a consequente independência tecnológica do País. O conhecimento ainda a ser descoberto nos 5,7 milhões de quilômetros quadrados da Amazônia Azul, dos quais fazem parte uma diversidade de espécies da fauna e da flora marinha, assim como de minerais, tem potencial para alavancar avanços em diferentes áreas de interesse da sociedade, como saúde, energia, economia e defesa.