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Cinco hábitos que provocam desperdício de energia em casa

Pequenas mudanças na rotina podem ajudar a economizar na conta de luz em qualquer época do ano

Por Central Press

Deixar a luz acesa “só enquanto vou ali”, manter a TV ligada na tomada mesmo quando não está em uso, lavar roupas com a máquina pela metade. Pequenos hábitos diários que parecem inofensivos podem estar, na verdade, aumentando exponencialmente a conta de luz no final do mês. Nesse cenário, algumas dicas vindas de um especialista são valiosas para quem quer economizar energia – e dinheiro.

De acordo com o engenheiro eletricista e professor do mestrado e doutorado em Gestão Ambiental da Universidade Positivo (UP), Alysson Diógenes, “considerando que hoje a maioria das pessoas possui lâmpadas de LED ou fluorescentes em casa, os maiores vilões são os banhos longos e a geladeira com portas mal vedadas ou que são esquecidas abertas. Ar-condicionado e aquecedor também podem ser grandes fontes de gastos e devem ser usados com moderação”. O especialista aponta cinco erros comuns que levam a conta de luz às alturas.

Geladeira

Não deixar a porta da geladeira aberta já é lugar comum quando o assunto é economizar energia elétrica. No entanto, é preciso mais que esse cuidado se a ideia for cortar gastos. A borracha de vedação da porta desse eletrodoméstico pode ser uma grande vilã, se não estiver em perfeitas condições. “A geladeira é feita para impedir que o calor do ambiente entre. Quando a vedação está ruim, o calor entra. Assim, a temperatura interna aumenta e o sensor de temperatura ativa a máquina que resfria a geladeira mais vezes do que seria normal. Isso aumenta bastante o consumo de energia elétrica”, afirma.

Chuveiro

Banhos longos demais ou com a temperatura muito alta quando não está tão frio são grandes gastadores de energia elétrica. “O chuveiro elétrico é um equipamento que consome muita energia para funcionar. Então, é sempre válido ajustar a temperatura e evitar ficar tempo demais no banho”, recomenda o especialista.

Secadora

Aproveite a luz natural para evitar gastos desnecessários. Em dias ensolarados e/ou quentes, procure não usar aparelhos como a secadora de roupa, já que o sol pode secar as roupas gratuitamente. Quando o uso da secadora for indispensável, procure fazer isso apenas quando ela estiver cheia, otimizando o ciclo do equipamento.

Lavadora de roupas

Lavar as roupas da forma correta economiza não apenas energia elétrica, mas também água, que é um recurso natural cada vez mais escasso. Procure juntar a maior quantidade possível de roupas antes de colocá-las na máquina de lavar. Dessa forma, você otimiza o gasto energético e de água sem nenhum tipo de prejuízo para a rotina da casa. As mesmas dicas valem para a máquina lava-louças.

Carregador de celular e outros aparelhos

Uma constante na vida moderna é colocar aparelhos para carregar. Mas manter esses aparelhos conectados ao carregador mesmo depois que a carga já está completa pode ser outra forma de desperdiçar energia. Embora os aparelhos mais modernos não carreguem após estarem com sua carga completa, os mais antigos podem seguir consumindo energia mesmo quando o “100%” de bateria for atingido. Então, se tiver aparelhos mais velhinhos em casa, vale ficar de olho para não gastar mais energia que o necessário. Além disso, essa prática também pode diminuir o tempo de vida da bateria e prejudicar o funcionamento dos aparelhos.

Foto: Freepik

Cresce número de brasileiros interessados em carreira no exterior, aponta pesquisa global da Gi Group Holding

Estudo global da multinacional italiana mostra que percentual de profissionais atraídos por oportunidades internacionais aumentou de 60%, em 2021, para 70% 

Por Comunique-se

Uma pesquisa global realizada pelo instituto Ipsos em parceria com a Gi Group Holding, multinacional italiana do setor de recursos humanos, revela um crescente desejo dos brasileiros de buscar oportunidades profissionais no exterior. Segundo o levantamento, 70% dos entrevistados manifestaram interesse em vivenciar uma experiência internacional, enquanto 63% consideram atrativa a ideia de estabelecer sua carreira fora do Brasil. Esses números apresentam um aumento em comparação com 2021, quando os índices eram de 60% e 59%, respectivamente.

A pesquisa entrevistou 3.300 pessoas, todas com ensino superior, com idade entre 24 e 40 anos de 12 países, incluindo potências como China, Reino Unido e Alemanha e países emergentes, como Índia e Brasil, focando em trabalhadores com diferentes níveis hierárquicos e abrangendo tanto gestores quanto funcionários de nível operacional dos mais diferentes setores.

Esse crescimento reflete uma mudança nas prioridades dos trabalhadores brasileiros, que estão menos focados em remunerações fixas elevadas e mais interessados em experiências que proporcionem desenvolvimento pessoal e profissional. “Essa transição no Brasil pode ser interpretada como parte de uma adaptação ao mercado de trabalho globalizado, onde a capacidade de se reinventar e adquirir novas habilidades é cada vez mais valorizada. Hoje o Brasil possui uma força de trabalho altamente qualificada e criativa, sendo um ambiente de novos talentos exportáveis.

A combinação dessas habilidades com as experiências no exterior permite ao profissional não apenas aprimorar sua qualificação, mas também aumentar sua competitividade ao lidar com novos desafios e práticas. Essa ascensão destaca a importância de empresas e gestores considerarem novas formas de atrair e reter talentos, oferecendo oportunidades que envolvam desenvolvimento contínuo e flexibilidade geográfica”, avalia Rafael da Silva Chenta, gerente de operações na Stato Intoo, divisão de gestão de carreira da Gi Group Holding.

Fenômeno de países emergentes

Além do Brasil, outros países dos Brics, grupo de economias emergentes do chamado sul global, têm altos índices de trabalhadores com forte interesse por carreiras internacionais. A China, por exemplo, que também é membro deste bloco econômico, tem os mesmos 70% considerando uma experiência além de suas fronteiras, enquanto 68% admitem que gostariam de vivenciar sua plenitude profissional fora do país asiático. Já na Índia, que lidera esse ranking, 78% gostariam de uma experiência internacional e 75% consideram uma carreira no exterior uma boa ideia.

Mesmo que esses números tenham crescido em potências econômicas, como é o caso da Alemanha e do Reino Unido, o desejo de vivenciar experiências internacionais é menor em nações europeias. Entre os alemães, por exemplo, apenas 37% desejam experimentar o trabalho no exterior, enquanto 36% consideram mudar de vez do país; no Reino Unido, os números são 43% e 42%, respectivamente. Entre os 12 países pesquisados, o que tem menor quantidade de pessoas interessadas no exterior é a França, com 29% considerando uma experiência fora e 26% cogitando uma carreira internacional.

“Em um mundo cada vez mais globalizado e hiperconectado, em que há uma grande oferta de profissionais qualificados em diversas áreas, são as vivências que podem tornar um trabalhador mais competitivo no mercado”, pontua Rafael. “Para enxergar diferenciais claros entre ele e seus concorrentes, o profissional moderno quer se sentir valorizado pela companhia em que ele está, o que envolve planos de carreira claros e acessíveis, treinamento contínuo e a possibilidade de vivenciar experiências diferenciadas, como períodos no exterior”, defende o gerente.

Foto: Comunique-se

COP29: Brasil é o quinto maior emissor de Metano no mundo

Debate durante encontro da ONU sobre mudanças climáticas mostrou a importância do monitoramento do gás

Por Isis Nóbile Diniz/ Comunique-se

O Brasil é um dos principais emissores de Metano no mundo, ocupando o sexto lugar em emissões totais de gases causadores das mudanças climáticas e o quinto em emissões específicas de Metano. Em 2030, se nada for feito, a emissão de Metano pode chegar a 23,29 Mt CH4. Se forem aplicadas as indicações da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) alternativa, formulada com a contribuição de várias organizações via Observatório do Clima, elas podem cair para 13,75 Mt CH4. Uma redução de 56%.

Hoje (quinta-feira dia 14), Felipe Barcellos e Silva (IEMA) e Gabriel Quintana, ambos Pesquisadores do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) coordenado pelo Observatório do Clima, apresentaram as emissões de Metano no Brasil em debate realizado no Regional Climate Foundations. No encontro “Towards emissions data transparency: guiding the Methane Observatory Alliance to drive local climate solutions”, ambos destacaram que é possível reduzir as emissões do poluente. O evento aconteceu na Conferência das Partes (COP29) da ONU que debate as mudanças climáticas em Baku, Azerbaijão.

Desde 2015, observa-se um aumento nas emissões de Metano no país, o que reforça a necessidade de uma resposta rápida e coordenada. Em 2023, o Brasil emitiu 21,1 Mt CH4, segundo dados do SEEG. “O setor agropecuário responde pela maior parte dessas emissões com o gado de corte sendo a principal fonte do setor. Somente ela responde por 61% das emissões. Por isso, conciliar produção, produtividade e redução de Metano é fundamental para o cumprimento da meta para o Plano ABC+ (plano setorial da agropecuária para baixas emissões)”, ressalta Quintana. Vale lembrar que a maior parte das emissões totais, que representam 74%, é proveniente do setor de agricultura. 

Dado o impacto significativo do Metano, sua capacidade de aquecer a atmosfera pode ser até 80 vezes maior do que o Dióxido de Carbono (CO2), torna-se urgente buscar soluções eficazes em cada setor para diminuir as emissões e adaptar as políticas públicas a essa realidade.

“Assim como no Brasil, outros países da América Latina também sofrem dificuldades para acessar dados de emissões. Por isso, a exemplo do SEEG, outras organizações estão se mobilizando na América Latina para disponibilizar essas informações com base na melhor ciência e tecnologia de maneira ágil e atualizada. Resta, agora, os Governos locais e nacionais utilizarem esses dados de maneira assertiva para reduzir suas emissões”, ressalta Barcelos.

O encontro foi moderado por Carlos Asúnsolo, Centro Mexicano de Derecho Ambiental or Camila Campillo, Nuestro Futuro, e contou com os painelistas, além do Quintana e Barcellos: Luisa Sierra, Iniciativa Climática de México, e Carolina Urmementa, Global Methane Hub. Também estiveram presentes representantes do Global Covenant of Mayors for Climate & Energy (GCoM) e do Observatorio de Emisiones de Metano de América Latina y el Caribe (OEMLAC) del Organización Latinoamericana de Energía (OLADE). 

A conversa mostrou que existem várias iniciativas nacionais dos Observatórios de Emissões (OE) buscando aperfeiçoar o monitoramento das emissões de Metano para compreender quais são as melhores soluções práticas a serem tomadas para reduzi-las. As apresentações como do Brasil, do México e do Equador mostraram que as iniciativas têm cumprindo o objetivo de tornar transparentes dados de qualidade de emissões. Antes delas, faltavam informações oficiais.

O combate às mudanças climáticas exige ações coordenadas em todos os níveis de Governo, com foco especial nos Governos locais. Estes atores ocupam uma posição estratégica para implementar ações de mitigação com impacto significativo na redução das emissões de Metano, especialmente em áreas que exigem atenção direta para esse objetivo. Agora, essas informações precisam dialogar com as políticas públicas nacionais vigentes, incluindo um papel de contribuição reservado ao setor privado.

Foto: Freepik

Polícia Federal investiga explosões em Brasília como ato terrorista

Grupos extremistas estão ativos, disse diretor-geral da corporação

Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, disse nesta quinta-feira (14) que as explosões registradas na noite de quarta-feira (13) em Brasília não representam “fato isolado” e que a unidade de investigação antiterrorismo da corporação já foi acionada para auxiliar nos trabalhos.

“Quero, inicialmente, fazer um registro da gravidade dessa situação que enfrentamos ontem. Tudo isso aponta que esses grupos extremistas estão ativos e precisam que nós atuemos de maneira enérgica – não só a Polícia Federal, mas todo o sistema de Justiça criminal”, disse.

“Entendemos que esse episódio de ontem não é um fato isolado, mas conectado com várias outras ações que, inclusive, a Polícia Federal tem investigado em período recente”, completou o diretor.

Durante coletiva de imprensa na sede da corporação em Brasília, Passos disse ainda que já determinou a abertura de inquérito policial e o encaminhamento do caso ao Supremo Tribunal Federal (STF) diante das hipóteses de atos que atentam contra o Estado Democrático de Direito e de atos terroristas.

“Estamos tratando esses casos sob essas duas vertentes e, por isso, nossa unidade antiterrorismo está atuando diretamente.”

Foto: © Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Petrobras e BNDES fazem parceria para restauração na Amazônia

Objetivo é refazer até 15 mil hectares de vegetação nativa

Por Agência Brasil

Acordo para restauração ecológica com geração de emprego e renda na Amazônia Legal foi assinado nesta quarta-feira (13) pela presidente da Petrobras, Magda Chambriard e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante. O protocolo de intenções prevê o investimento de R$ 100 milhões nos próximos cinco anos, sendo R$ 50 milhões do Fundo Amazônia.  

O objetivo do Restaura Amazônia é ampliar o impacto dos projetos selecionados em editais e restaurar em torno de 15 mil hectares de vegetação nativa. O programa atua nos estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Pará e Maranhão, alcançando territórios estratégicos – como o chamado Arco do Desmatamento, visando a transformá-lo no Arco da Restauração. O primeiro desses editais será publicado ainda neste ano.  

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) também vai contribuir na contenção do desmatamento e conservação da biodiversidade em terras indígenas, territórios de povos e comunidades tradicionais, unidades de conservação, áreas públicas não destinadas e APPs e reserva legal de áreas de assentamento e de pequenas propriedades rurais.  

“A Petrobras apoia projetos de conservação, restauração e uso sustentável de florestas e outros ecossistemas. Esses projetos são reconhecidos por utilizar soluções baseadas na natureza com foco na mitigação das mudanças do clima e aumento da resiliência climática. Estamos usando toda essa experiência para contribuir no financiamento de outros projetos com foco no bioma amazônico”, afirmou a presidente da Petrobras, Magda Chambriard. Ela destacou que as Soluções Baseadas na Natureza visam não só à conservação da biodiversidade, mas também transformações sociais positivas nas comunidades envolvidas.  

“Essa iniciativa traz benefícios tanto para a mitigação da mudança climática quanto para as comunidades locais, estruturando a cadeia de restauração e gerando renda e emprego no próprio território. Além de criar um cinturão de proteção para conter o avanço do desmatamento, restaurar as florestas é a forma mais eficiente e barata de promover a captura de carbono, com escala”, explicou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

O Restaura Amazônia prevê a preservação da biodiversidade, disponibilidade de recursos hídricos, redução da erosão, melhoria do microclima, remoção de dióxido de carbono da atmosfera, além de geração de empregos e renda. O programa também contribui para a implementação do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), com o fortalecimento da cadeia produtiva da recuperação, atração de investimentos e uma consolidação de um sistema de monitoramento.

Foto: © Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Medida protetiva à mulher deve ter prazo indeterminado, decide STJ

Restrições contra agressor têm que ser mantidas enquanto houver risco

Por Agência Brasil

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu nesta quarta-feira (13) que as medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha têm prazo de validade indeterminado. O entendimento permite que as restrições impostas contra agressores sejam mantidas pelo período em que a vítima estiver sob risco.

A questão foi decidida pela Terceira Seção do STJ durante o julgamento de um recurso no qual o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contestou a decisão de um juiz que fixou prazo de 90 dias para medidas protetivas contra um agressor.  O magistrado também entendeu que a medida deveria ser reavaliada no mesmo prazo.

O caso foi decidido com base no voto do relator, ministro Rogério Schietti. Para o ministro, a revogação de uma medida protetiva pode representar um feminicídio. Schietti também citou uma pesquisa do Ministério Público de São Paulo sobre a importância das medidas protetivas.

“Em 97% dos casos de violência contra a mulher em que houve a concessão de medidas protetivas, evitou-se o feminicídio. A conclusão da pesquisa foi a de que o feminicídio é uma morte evitável”, afirmou.

De acordo com a organização Me Too, o Brasil registrou números alarmantes de violência contra a mulher no ano passado. Conforme dados dos Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 3,9 mil mulheres foram assassinadas. Houve 2,7 mil tentativas de feminicídio.

Foto: Freepik

Haddad discute pacote de corte de gastos com Forças Armadas

Data de anúncio das medidas ainda não foi definida por Lula

Por Pedro Rafael Vilela – Repórter da Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, debateu nesta quarta-feira (13) com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e os comandantes das Forças Armadas a inclusão de despesas obrigatórias dos militares no pacote de cortes de gastos que o governo federal pretende apresentar nos próximos dias. O encontro já havia sido antecipado pelo ministro há dois dias.

“Falamos com os comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica, apresentamos os argumentos e as ideias. E eles colocaram as equipes técnicas à disposição aqui do Tesouro Nacional, que está capitaneando, pela Fazenda, o debate com eles. Vamos ver se nós conseguimos, em tempo hábil, incluir mais algumas medidas no conjunto daquelas que já estão pactuadas com os ministérios”, disse a jornalistas na portaria do Ministério da Fazenda. Haddad também se reuniu nesta quarta com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para discutir o pacote.

O pacote ainda não foi detalhado, mas foi divulgado que será composto por uma proposta de emenda à Constituição (PEC) e um projeto de lei complementar (PLP), que precisam ser aprovadas pelo Congresso Nacional. Ainda não há data oficial para a apresentação das propostas.

De acordo com Haddad, o conceito do pacote fiscal é de uniformizar todas as despesas da União às regras do arcabouço fiscal, aprovadas no ano passado. Sobre o encontro com Lira, o ministro afirmou que o presidente da Câmara conhece a dinâmica das despesas públicas, foi o principal fiador do arcabouço no Parlamento e apoiará a tramitação das novas medidas de contenção do orçamento público.

“Ele [Lira] sabe que, pela dinâmica das despesas, se não conseguimos colocar cada rubrica [despesa] dentro da mesma lógica, fica difícil sustentar o arcabouço no tempo. Não estou falando 2025 e 2026, o [orçamento de] 2025 já está no Congresso Nacional e 2026 é um ano a mais. Eu acredito que não é com isso que o mercado, por exemplo, a sociedade, estejam preocupados. Não estou preocupado em concluir o mandato cumprindo o arcabouço. Estou preocupado com regras sustentáveis para fazer com que ele tenha uma vigência longa e cumpra seus objetivos. A sinalização é que ele [Lira] vai fazer todo o esforço necessário [para aprovar]”, relatou.

Em relação à data de apresentação do pacote, o ministro da Fazenda voltou a dizer que depende do aval do presidente. Ele não soube dizer se ocorrerá ainda essa semana, como estava previsto. “Hoje ainda nós temos uma [nova] reunião com o presidente, não sei se há tempo hábil [para apresentar essa semana]. Assim que ele der a autorização, nós estamos prontos para dar publicidade aos detalhes do que já está sendo dito aqui”.

Haddad descartou a apresentação, junto do pacote fiscal, de regras para revisão de subsídios fiscais a empresas. O ministro ainda observou que a Receita Federal divulgou, mais cedo, dados que apontam que 54,9 mil contribuintes que utilizam créditos tributários decorrentes de benefícios fiscais declararam ter o valor de R$ 97,7 bilhões, entre janeiro e agosto deste ano. “Hoje nós divulgamos os dados de subsídios, até para conter as iniciativas que visam aumentar subsídios para determinados setores. Demos a público, pela primeira vez na história, os incentivos fiscais dados a cada empresa, individualmente, e aos setores, de forma agregada”, criticou.

Sobre o arcabouço

O arcabouço fiscal, aprovado no ano passado, no lugar do teto de gasto, passou a limitar o crescimento da despesa a 70% da variação da receita dos 12 meses anteriores. Ou seja, se no período de 12 meses, de julho a junho, o governo arrecadar R$ 1 trilhão, poderá gastar R$ 700 bilhões. Dentro desse percentual de 70%, haverá um limite superior e um piso, uma banda, para a oscilação da despesa, com desconto do efeito da inflação.

Em momentos de maior crescimento da economia, a despesa não poderá crescer mais de 2,5% ao ano acima da inflação. Em momentos de contração econômica, o gasto não poderá crescer mais que 0,6% ao ano acima da inflação.

Foto: © Diogo Zacarias/MF

Programas do Governo do Estado para ampliar acesso à habilitação são aprovados pela Alba

Por Ascom/Detran-BA

Os programas CNH da Gente e CNH na Escola, desenvolvidos pelo Governo do Estado, por meio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-BA), foram aprovados, na terça-feira (12), pela Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Os programas de incentivo à formação e qualificação de condutores de veículos automotores e elétricos são voltados, respectivamente, à população inscrita no CadÚnico e a estudantes do Ensino Médio ou da Educação Profissional e Tecnológica, da rede pública estadual de ensino. Os projetos foram encaminhados à Alba, pelo governador Jerônimo Rodrigues, no último mês de agosto.

A novidade em relação ao programa da antiga Escola Pública de Trânsito é que os beneficiados pelos novos programas terão direito a realizar o processo para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de forma totalmente gratuita. Após sancionadas pelo governador – próxima etapa para a implementação das iniciativas –, serão anunciados os pré-requisitos e a quantidade de vagas disponíveis.

“Celebramos esse momento que vai contribuir muito com as famílias em vulnerabilidade social que terão direito à habilitação gratuita. Grande parte dos contemplados vai utilizar o documento para gerar renda através dos aplicativos de transporte. Quem participar terá apenas que se dedicar para passar nas provas, contribuindo para um trânsito mais seguro e humanizado”, explicou o diretor-geral do Detran-BA, Rodrigo Pimentel.

Foto: Divulgação/Detran-BA

Câncer de próstata: um a cada três homens com mais de 45 anos não pretende fazer exame de toque retal

Por outro lado, 6 a cada 10 homens já fazem ou pretendem fazer esse exame no check-up urológico anual

Por Brasil 61

Um a cada três homens com idade acima de 45 anos nunca fez e nem pretende fazer o exame de toque retal – considerada a principal forma de identificar o câncer de próstata. Por outro lado, seis a cada dez homens já fazem ou pretendem realizar esse exame no check-up urológico anual. 

As informações constam de uma pesquisa realizada pela  A.C. Camargo Cancer Center em parceria com a Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados, no âmbito do Novembro Azul, mês dedicado à prevenção da doença. 

Além disso, 52% dos homens disseram que o câncer de próstata é uma doença típica da terceira idade. Para 30% dos entrevistados, o câncer de próstata sempre apresenta sintomas, então, é possível esperar esses sinais para procurar o médico.

No entanto, o urologista e andrólogo Emir de Sá afirma que, a partir do momento que a pessoa não procura ajuda, ela pode ter um diagnóstico tardio da doença, dificultando a cura. Segundo o especialista, o que facilita a cura da doença, como de qualquer outro câncer, é o diagnóstico precoce.

“O principal objetivo da prevenção do câncer de próstata, como o câncer de mama e útero, por exemplo, é o diagnóstico precoce. Então, o objetivo da prevenção é o diagnóstico precoce. Quanto mais cedo se fizer o diagnóstico, melhores as chances de cura. Não tem como evitar o câncer de próstata, o câncer de mama, com exames. O exame é feito para uma prevenção precoce, um diagnóstico precoce”, destaca. 

Poliomielite: vacina oral contra doença é substituída por injetável no Brasil

Ainda de acordo com o levantamento, 44% dos entrevistados desconhecem como prevenir o câncer de próstata. O estudo também mostra que aqueles com 60 anos ou mais, com ensino superior, renda acima de cinco salários mínimos e habitantes da região Sudeste do país foram os que mais disseram que sabem como prevenir a doença. 

A pesquisa ouviu 966 homens com idade a partir de 16 anos, nas 27 Unidades da Federação, entre 18 e 24 de setembro de 2024. A margem de erro no total da amostra é de 3 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%. 

Foto: Freepik

Marco Legal do Saneamento: 30% dos municípios passam a ser atendidos por operadoras privadas, em 2024

Atualmente, o setor do saneamento demanda R$ 900 bilhões em investimentos para alcançar a universalização, de acordo com estimativa da ABCON SINDCON

Por Brasil 61

As operadoras privadas de saneamento passaram a atender 30% dos municípios brasileiros, em 2024. O quadro representa um salto de 466%, na comparação com 2019 – último ano antes do Marco Legal do setor. 

Os dados foram apresentados no 9º Encontro Nacional das Águas, realizado nesta semana, em São Paulo. O evento é promovido pela Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON SINDCON). 

De acordo com a entidade, com a Lei que trata do Marco Legal do Saneamento (14.026/20), a iniciativa privada ganhou mais destaque nas concessões de água e esgoto. Como a medida promoveu novas concorrências no setor, houve significativa expansão no número de empresas que atuam nesse mercado.

Meta

O Marco Legal do Saneamento estabeleceu que todas as localidades brasileiras devem atender a 99% da população brasileira com abastecimento de água e 90% com esgotamento sanitário, até 2033. Para o ambientalista Delton Mendes, é necessário criar uma estrutura que permita o avanço dos investimentos no setor, para que se aumente a cobertura dos serviços básicos de saneamento.

“Eu acho que existe um subfinanciamento, ou seja, muitos operadores de saneamento enfrentam um histórico de subfinanciamento, resultando em uma infraestrutura insuficiente, com muita defasagem também técnica, inclusive com falta de investimento consistente ao longo de muito tempo, o que compromete, claro, a capacidade de expansão e a melhoria no serviço de saneamento básico”, pontua.

Crescimento urbano em áreas suscetíveis a deslizamentos avança 3,3% ao ano

Atualmente, o setor do saneamento demanda R$ 900 bilhões em investimentos para alcançar a universalização, de acordo com estimativa da ABCON SINDCON. 

Números no Pós-Marco Legal do Saneamento

O Marco Legal do Saneamento está em vigor desde julho de 2020. De lá para cá, foram realizados 54 leilões em 20 estados, e o investimento a partir dessas concorrências ultrapassa R$ 160 bilhões. As outorgas obtidas com os leilões do saneamento no período são superiores a R$ 55 bilhões. 

Foto:  José Cruz/Agência Brasil

CCJ da Câmara adia votação de PEC que proíbe o aborto legal

Relatora leu parecer favorável à proposta

Por Alex Rodrigues – Agência Brasil

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados (CCJ) adiou novamente, nesta quarta-feira (13), a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 164/12, que garante a inviolabilidade do direito à vida desde a concepção, ou seja, proíbe o aborto legal no Brasil.

De autoria dos ex-deputados federais Eduardo Cunha (RJ) e João Campos (GO), a PEC busca modificar o artigo 5ª da Constituição Federal.

Na prática, ao definir que o direito à vida deve ser garantido também aos fetos, sem exceção, a PEC proíbe o aborto nas três situações atualmente autorizadas pela legislação brasileira: em caso de risco de morte da gestante; quando a gravidez é resultado de um estupro e quando for constatada, por meio de laudo médico, a anencefalia fetal, ou seja, a má-formação do cérebro do feto.

A análise da proposta foi adiada por pedidos de vista apresentados por deputados do campo progressista, contrários à proposta, e que alegaram precisar de mais tempo para estudar o assunto.

Mesmo com os pedidos de vista e o consequente adiamento da votação, a presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL-SC), autorizou a relatora da PEC no colegiado, deputada Chris Tonietto (PL-RJ), a ler seu relatório, favorável à proposta.

“Não identificamos afronta aos direitos e garantias individuais”, afirmou Chris, acrescentando que a mudança do texto constitucional não é incompatível com os princípios e regras fundamentais do ordenamento jurídico nacional.

“Entendemos não haver qualquer óbice constitucional para regular tramitação da referida proposta. Concluímos, assim, o voto no sentido da admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição 164/2012”, argumenta a relatora.

Antes mesmo dos pedidos de vista interromperem o debate, o deputado federal Chico Alencar (PSol-RJ), contrário à proposta, chegou a defender que o assunto fosse retirado de pauta.

“Esta proposta de emenda constitucional reduz a pó o que a legislação já assegura”, argumentou, afirmando ter identificado apenas 21 países, a maioria centro-americanos e asiáticos, que proíbem o aborto em qualquer situação.

“Ora, temos, portanto, cerca de 180 países que permitem interrupção de gravidez para preservar a saúde da mãe, salvar a vida da grávida, caso do Brasil, ou por motivos socioeconômicos, mediante uma mera solicitação. Portanto, ao pensar em aprovar esta PEC, estamos no caminho do retrocesso, do atraso”, acrescentou o parlamentar fluminense.

O deputado federal Luiz Gastão (PSD–CE) criticou o adiamento da votação. “Aqueles que estão defendendo não discutirmos a matéria, estão assassinando crianças que já foram concebidas e que não têm ninguém que possa falar por elas”, argumentou Gastão.

“Se este assunto está na pauta é porque a população brasileira quer voltar a discuti-lo. E quer que ele seja discutido hoje. Deveríamos sim manter a votação. E quem for contra, que vote contra à proposta e mostre à sociedade o que pensa”, defendeu o deputado cearense.

Foto: © Lula Marques/ Agência Brasil

PF fará reconstituição de cenário das explosões como na investigação do 8 de janeiro

Inquérito busca saber se a ação foi individual ou em grupo

Por Luiz Claudio Ferreira – Agência Brasil

Peritos criminais da Polícia Federal (PF) vão investigar as explosões ocorridas na noite desta quarta-feira (13) com estratégia semelhante à reconstrução de cenário na identificação dos crimes de 8 de janeiro do ano passado, quando os prédios do Três Poderes sofreram ataques golpistas.  

Entre os primeiros procedimentos que os peritos da PF devem fazer no local estão a identificação de todos os vestígios, além de uma identificação das imagens da área com ferramentas tecnológicas 3D a fim de compreender, em detalhes, a dinâmica do ataque.

Os peritos criminais da Polícia Federal atuarão nas investigações das explosões na Praça dos Três Poderes e no Anexo 4 da Câmara dos Deputados. Profissionais do Instituto Nacional de Criminalística (INC), que são especialistas em perícias de locais de crime e bombas e explosivos, foram acionados logo depois da ocorrência. A PF abriu inquérito para investigar o caso. 

Os vestígios coletados serão posteriormente analisados para identificar e confirmar o tipo de explosivo utilizado, a possível origem e outras evidências que possam indicar se a ação foi planejada e se teve participação individual ou em grupo.

Em uma postagem nas redes sociais, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, disse ter certeza que a Polícia Federal irá esclarecer o caso.

“Já sabemos que foi muito grave o que aconteceu. Já sabemos que o carro com os explosivos pertence a um candidato a vereador do PL de SC. Provavelmente a perícia vai confirmar que se trata da mesma pessoa que tentou entrar no STF depois morreu detonando explosivos na área externa no tribunal”, avalia Pimenta.

“Sabemos que ele esteve na Câmara, ainda não sabemos (amanhã com certeza) que gabinetes visitou. Quando e como veio de SC? Sozinho? Acompanhado? Alguém pagou? Onde estava hospedado? Os explosivos foram adquiridos onde? Com quem falou no telefone hoje? Essas e outras respostas a PF vai com certeza rapidinho nos responder. Golpistas não passarão.”

Ataque

As explosões ocorreram por volta das 19h30. Primeiro, foram detonados explosivos em um carro estacionado no anexo 4 da Câmara dos Deputados, próximo ao STF. Em seguida, houve e explosão de artefatos no corpo do autor do ataque, em frente à sede do Supremo.

A suspeita é de que o autor e o dono do carro ligado à explosão seja o chaveiro Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiu França, ex-candidato a vereador pelo PL em Rio do Sul, Santa Catarina.

Foto: © Bruno Peres/Agência Brasil

STJ autoriza cultivo de cannabis para fins medicinais

Pela decisão, Anvisa terá 6 meses para regulamentar

Por André Richter – Agência Brasil

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu nesta quarta-feira (13) autorizar a importação de sementes e o cultivo de cannabis (maconha) exclusivamente para fins medicinais, farmacêuticos e industriais. 

A decisão vale para o chamado cânhamo industrial (hemp), variedade de cannabis com percentual menor de 0,3% de tetrahidrocanabinol (THC), princípio psicoativo da maconha. 

Durante a sessão, os ministros entenderam que a concentração não é considerada entorpecente. Dessa forma, o cultivo não pode ser restringido devido ao baixo teor de THC. 

Com a decisão, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) terá prazo de seis meses para regulamentar a questão. 

Por unanimidade, o resultado do julgamento foi obtido com o voto proferido pela relatora, ministra Regina Helena Costa. No entendimento da relatora, a baixa concentração de THC encontrada no cânhamo industrial não pode ser enquadrada nas restrições da Lei de Drogas, norma que define como crime a compra, porte e transporte de entorpecentes.

“Conferir ao cânhamo industrial o mesmo tratamento proibitivo imposto à maconha, desprezando as fundamentações científicas existentes entre ambos, configura medida notadamente discrepante da teleologia abraçada pela Lei de Drogas”, justificou a ministra.

Regina Helena também ressaltou que a proibição de uso da cannabis para fins medicinais prejudica a indústria nacional e impede o acesso dos pacientes aos tratamentos.

“A indústria nacional não pode produzir, mas pode importar”, completou a ministra. 

A liberação da cannabis para fins medicinais foi decidida a partir de um recurso de uma empresa de biotecnologia que buscava garantir a exploração industrial no Brasil. Apesar de a importação ser autorizada pela Anvisa, os insumos se tornam caros no mercado nacional.

Foto: © Pfüderi/ Pixabay

Brasileiros acham que economia pode ser devastada por eventos do clima

Opinião é de 91% da população, mostra pesquisa

Por Bruno Bocchini – Agência Brasil

Pesquisa do Instituto Climainfo mostra que 91% dos brasileiros acreditam que os impactos sobre a economia brasileira serão devastadores se os eventos climáticos piorarem. O levantamento, divulgado nesta quinta-feira (14), ouviu 2 mil pessoas.

A pesquisa mostra ainda que 79% dos entrevistados querem que o Brasil lidere a transição energética no mundo. Para 64%, o Brasil deveria focar seus esforços de desenvolvimento econômico na direção de eliminar a produção e o consumo de combustíveis fósseis. Um percentual maior – 73% – acredita que parar a mudança do clima deveria ser prioridade governamental. A quase totalidade das pessoas ouvidas (97%) apoia o fim do desmatamento até 2030.

Segundo o levantamento, 81% dos entrevistados acreditam, incorretamente, que o desmatamento é a principal causa da mudança do clima global; 72% acham que as empresas que produzem combustíveis fósseis, como petróleo ou gás, podem ser responsabilizadas pelos extremos climáticos; e 71% acreditam que é possível parar de queimar combustíveis fósseis até 2050. 

“Inúmeras pesquisas de opinião já mostravam que o brasileiro reconhece que o clima está mudando pela ação humana. O que surpreende nesta sondagem é o alto percentual de entrevistados que reconhecem que a principal causa das alterações climáticas é a queima dos combustíveis fósseis e o entendimento de que a transição energética pode ser uma oportunidade econômica para o Brasil”, destacou o diretor do Instituto ClimaInfo, Delcio Rodrigues.

A coleta de dados foi realizada na Plataforma Pollfish em 15 de julho de 2024, em formato online, e contou com a participação de aproximadamente 2 mil pessoas. A margem de erro da pesquisa é de 2%.

Foto: © SEMIL/Divulgação

Dia Mundial do Diabetes: doença é a principal causa de amputação não traumática de membros inferiores no Brasil

Doença atinge mais de 16 milhões de pessoas no país segundo dados da Federação Internacional de Diabetes; tecnologia assistiva auxilia pacientes a retomarem as atividades diárias em casos de amputação

Por Karina Bernardi <karina@noarcomunicacao.com>

O Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, chama a atenção da sociedade para a importância da prevenção e do controle da doença que atinge mais de 16 milhões de pessoas no Brasil, de acordo com estimativa do Atlas do Diabetes, da Federação Internacional de Diabetes. A doença é causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina pelo organismo e, quando não controlada, pode levar a problemas mais graves de saúde.

Uma das complicações graves do diabetes é a formação de úlceras nos pés, uma condição conhecida como “pé diabético”, que pode evoluir para a necessidade de amputação dos membros inferiores. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, o pé diabético é a principal causa de amputações não traumáticas no país. O número de cirurgias de amputação realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em decorrência do diabetes tem crescido continuamente, alcançando uma média de 28 procedimentos por dia em 2023, conforme dados do Ministério da Saúde.

Um destes casos foi do técnico em segurança do trabalho Ricardo Souza Rabello, de 45 anos, que passou por uma cirurgia para amputar o pé direito em junho do ano passado. Ele conta que convive com a doença desde 2010, mas foi somente em março de 2023 que surgiram as primeiras lesões nas pernas e no pé. Em junho, a situação se agravou com uma infecção que o levou ao hospital e, após três procedimentos cirúrgicos para raspagem das feridas sem sucesso, a solução encontrada pela equipe médica foi a amputação transtibial (abaixo do joelho).

“O diabetes descontrolado trouxe muitas complicações para a minha saúde. Atualmente eu tenho apenas 30% da visão devido à doença, que também causou outras comorbidades como problema cardíaco e renal. A amputação foi mais uma dessas consequências e me ensinou a lidar com o diabetes de uma forma diferente, buscando mais qualidade de vida. Hoje a minha alimentação é totalmente natural, sem abusar de carboidratos e carnes vermelhas, e mesmo com a baixa visão faço fisioterapia regularmente para manter a minha mobilidade”, explica Ricardo Rabello, que mora em Alagoinhas (BA).

Ele lembra que exatamente um ano após a amputação começou a utilizar uma prótese confeccionada pela equipe da Ottobock, empresa alemã líder mundial em tecnologia assistiva que atua no Brasil há 49 anos, o que trouxe mais autonomia para o seu dia a dia. “Hoje eu utilizo a prótese para tudo, inclusive dentro de casa, já faz parte da minha vida”, destaca Ricardo Rabello.

Atendimento Multidisciplinar

Para se adaptar à nova condição, Ricardo Rabello contou com a equipe multidisciplinar da clínica Ottobock.care de Salvador (BA).  Com um atendimento personalizado, a prótese foi ajustada para oferecer um maior conforto em suas atividades diárias. “Passar pelo procedimento de retirada de um membro é uma mudança de vida significativa para uma pessoa. Por isso, o equipamento precisa atender às suas necessidades de maneira que possa colocá-la, da melhor forma possível, de volta a sua rotina familiar, de trabalho, esportes e lazer”, explica o diretor de academy da Ottobock na América Latina, Thomas Pfleghar.

A prótese utilizada por uma pessoa que passa pelo procedimento depende do tipo da amputação que ela sofre. “É importante que a pessoa passe por sessões de fisioterapia, terapia ocupacional e demais acompanhamentos para se adaptar ao uso da prótese. Sem o olhar sensível de uma equipe multidisciplinar, a tecnologia sozinha e o paciente, mesmo com sua determinação, não conseguem superar as possíveis dificuldades”, afirma Thomas Pfleghar. A estimativa é que entre 30% e 40% das pessoas atendidas pela Ottobock no Brasil tenham passado por amputação de membros inferiores em decorrência do diabetes.

Foto: Divulgação Ottobock