Odetino de Oliveira Meira nasceu em Bom Jesus dos Meira, atual Brumado, em 01 de julho de 1928, filho de Maria Angélica de Oliveira Meira.
Avós: Francisco Alves de Oliveira e Maria de Oliveira Meira.
Irmãos: Blandina Neves dos Reis, Edvar Meira, Otílio Meira, Rita Meira.
Estudou apenas o primário. Contudo, com a inteligência e a vontade de aprender, que lhe era peculiar, encontrou no senhor Walfrido Vieira Carvalho, que trabalhava na Magnesita S.A. como topógrafo, disposição para ensinar a profissão. Como topógrafo prático, Odetino prestou serviços ao Estado, executando o levantamento topográfico do trecho Brumado a Bom Jesus da Lapa. Trabalhou também na empresa Magnesita S.A., no setor de topografia e executou diversos serviços para particulares.
Em 30 de junho de 1950, exerceu a função de recenseador em Brumado-BA, pelo IBGE-Conselho Nacional de Estatística. Em 08 de dezembro de 1954 tornou-se sócio fundador da União Operária Brumadense, fundada em 08 de dezembro de 1954. Foi encarregado de trânsito da 32ª RT, com status de polícia, autorizado pela Secretaria de Segurança Pública (Inspetoria Geral de Trânsito). No Governo de Waldir Pires. Exerceu, também, o cargo de chefe do CIRETRAN.
Em 20 de setembro de 1956, aos 27 anos de idade, casou-se com Dulcelina Moreno de Miranda de 21 anos de idade, na Igreja Matriz de Brumado, nascida na Vila Boa Sossego, município de Oliveira dos Brejinhos em 10/05/1932, filha de Argemiro Rodrigues de Miranda e Matildes Moreno Miranda. O casamento foi celebrado pelo padre Antonio Fagundes, sendo testemunhas Noé Vieira e Martinho Miranda.
Em 11 de dezembro de 1963, casou-se no civil com a mesma consorte. Em virtude desse ato, ela passou a assinar Dulcelina Miranda Meira. O casamento foi presidido pela juíza Magna Maria Pereira Santos que os declarou casados na forma da lei. Foram testemunhas do casamento: José Moreno Miranda e Zita da Silva Meira. Assinaram a certidão: Magna Maria Pereira Santos (Juíza), Odetino de Oliveira Meira (o nubente), Dulcelina Moreno Miranda (a nubente). Testemunhas: José Rodrigues de Miranda, Zita da Silva Meira. Registrado pela escrivã Maria Madalena Lôbo. O Casal teve os seguintes filhos: Aroldo, Ilma, Elma (1961), Amilton (1964) e Genivaldo Miranda Meira (1968)
Ele exerceu o mandato de vereador, concorrendo pela ARENA, nos pleitos de 15 de novembro de 1966, governo de Juracy Pires Gomes, para o período 1967/1971; 15 de novembro de 1970, governo Miguel Lima Dias para o período de 1971/1973, empossado respectivamente em 08/02/1967 e 04/12/1970, sendo juíza eleitoral, a advogada Magna Maria Pereira Santos.
Em 05/10/1972, Odetino de Oliveira Meira renúncia ao mandato de vereador conforme ata da Câmara Municipal de Vereadores de 02 de novembro de 1972, sendo substituído pela suplente Ana Rodriga Teixeira. Atuou em todos os setores políticos e sociais, dando a sua parcela de contribuição nesse sentido. Com o advento de nova liderança partidária, defendia a sigla do MDB/PMDB.
Católico não praticante. Gostava de pescar e de viajar. Quando jovem, jogava bola (futebol de campo), dominó e tinha um cachorro de estimação por nome Lupe, fiel amigo. Contava piadas e causos, tanto da sua lavra quanto de outros, aos quais fazia adaptações conforme as circunstâncias. Nesse particular, era exímio, imbatível.
Odetino era contador de muitas histórias e piadas, conhecia os meandros da política local e a vida de todos os coronéis do lugar. A de uns acrescia dados e a de outros inventava, de forma que o seu relato era motivo de muitas risadas referentes aos seus engraçados contos e acontecimentos verídicos ou inventados. Nos velórios em que se fazia presente, era alvo de assédio de muitos para ouvir seus causos, inclusive os do morto, e fazia-o com toda seriedade, passando para os presentes autenticidade do que contava.
Conta-se que, na adolescência, era um boêmio farrista, participava de um grupo que sempre se reunia para curtir uma prosa e bebericar. Havia um bar em que Odetino comprava fiado e, por estar fechado fora do horário comercial e não havendo outro estabelecimento aberto, Odetino, espirituoso, sabendo que o proprietário morava nos fundos, bateu na porta e apelou: “Estou indo amanhã para São Paulo e quero lhe pagar a minha conta”. O vendeiro, ao escutar, replicou: “É tu, Dete?”. “Eu mesmo”, respondeu. O vendeiro, solícito, no afã de receber o débito, pegou a caderneta para somar o fiado, porém Odetino pediu-lhe uma rodada de bebida como despedida. Logo após, solicitou ao vendeiro que anotasse junto à outra conta, para pagar-lhe depois. Essas e outras estórias são do repertório do famoso Odetino de Oliveira Meira, vulgo Dete, contador de causos e piadas.
Odetino tinha muitos amigos. Honesto, trabalhador, conselheiro político, pois nessa arte era perito. Teve uma convivência harmoniosa com a família e a ela dedicou-se, provendo-a do necessário para a realização da sua obrigação familiar.
Aposentou-se pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em 26 de dezembro de 1991, por tempo de serviço.
Faleceu em Vitória da Conquista em 26 de outubro de 2012 com 85 anos de idade e o corpo foi velado na Câmara Municipal de Vereadores por deferência da Casa. Está sepultado no cemitério municipal Senhor do Bonfim. Deixa o mundo físico e ingressa na vida etérea, indo ao encontro de Cristo para ser julgado conforme o seu merecimento no dia de Juízo.
Declaração do advogado Waldomiro Meira Ribeiro, brumadense, radicado em São Paulo, em 29 de outubro de 2012: “Caríssimo Antônio, você não pode imaginar a dor que estamos sentindo pela perda do nosso querido ‘Dete’, como era chamado Odetino na intimidade. Além de parente chegado, fazia parte da história viva de Brumado, um verdadeiro repositório de lembranças do nosso povo e das coisas da nossa Terra. Vamos sentir muito a sua falta. Que Deus lhe dê o repouso merecido”.
Adendo em 27/10/2017: Dulcelina Miranda Meira faleceu no Hospital Professor Magalhães Neto no dia 27/10/2017 e o corpo está enterrado no cemitério municipal Senhor do Bonfim. Atestou o óbito o médico Helvécio Ribeiro de Meira Júnior e foi declarante no cartório Zildomar Machado Miranda.