Sobrepeso é principal fator de risco para desenvolver diabetes e outras doenças
Por: Camila Crepaldi/Ideal H + K Strategies
No Brasil, a população adulta considerada obesa chegou a 26,8% em 2019, índice que dobrou nos últimos 17 anos. Já pessoas com excesso de peso corresponderam a 61,7%, quase dois terços dos brasileiros. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e revelam o avanço da obesidade no país, um dos fatores de risco mais agravantes para o desenvolvimento da diabetes tipo 2 e outras doenças. Celebrado nesta semana, o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade é dedicado a conscientização e orientação à população quanto aos cuidados que se deve tomar para evitar o surgimento e agravamento de doenças associadas ao excesso de peso.
Caroline Bulcão, médica endocrinologista e professora do curso de Medicina da Unime, fala a respeito. “A obesidade é considerada uma doença crônica que pode aumentar o risco de comorbidades e morte, caso o paciente não seja submetido a um tratamento adequado e contínuo. Além de reduzir a qualidade de vida, o excesso de gordura corporal pode predispor a doenças como diabetes, problemas cardiovasculares e respiratórios, gordura no fígado e até alguns tipos de câncer”, alerta.
A obesidade deve atingir quase 30% da população adulta do país em 2030, segundo Atlas Mundial da Obesidade 2022. A pesquisa foi realizada pela Federação Mundial da Obesidade e, caso a projeção se confirme, o Brasil será o 4º país com maior número total de pessoas com excesso de peso.
Como forma de prevenção, a especialista recomenda a adoção de um estilo de vida saudável. “Uma alimentação que contenha todos os nutrientes necessários ao organismo, em quantidade, qualidade e distribuição adequada ao longo do dia, é fundamental para a preservação do equilíbrio do corpo humano e a prevenção contra o diabetes, controle de colesterol e obesidade”, destaca.
A prática regular de atividade física exercida por mais de trinta minutos diários, pelo menos três vezes por semana também contribui de forma considerável, não somente para perda de peso, mas também para manutenção do peso perdido.
Quando a questão é levada para o público infantil, o problema só aumenta. “A correria do dia a dia favorece uma alimentação de baixa qualidade com o consumo de alimentos pré-prontos ou ultraprocessados. Uma dieta a base de salgadinhos, molhos industrializados, macarrão instantâneo, embutidos e refrigerantes, apresenta risco elevado à saúde, sendo, junto com a falta de exercícios físicos, passo importante para a obesidade”, pontua Caroline.
A rotina alimentar ainda na primeira fase da vida é fundamental para se construir hábitos saudáveis ao longo da vida adulta. Não se trata de restrições excessivas, mas de educação alimentar e cuidados com a saúde de forma multidisciplinar.
A endocrinologista enfatiza que ir ao médico periodicamente deve estar nas prioridades de quem deseja manter a saúde em dia. “O acompanhamento clínico permite uma avaliação global para diagnóstico precoce de anormalidades que porventura estejam mascaradas, sem sintomas; possibilitando uma intervenção precoce, o que sempre contribui para o sucesso do tratamento de qualquer quadro clínico”, finaliza a médica.