Embora os dados sejam positivos cerca de 400 mil baianos ainda não estão vacinados
Por Ascom/ UniFTC
O avanço da vacinação no Brasil e na Bahia já vem mostrando resultados efetivos no combate contra a Covid-19. Um exemplo disso são os 13 municípios baianos que há mais de 20 dias não registram casos da doença, conforme dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). Os municípios são: Nova Itarana, Arataca, Itagi, Catolândia, Butirama, Pedrão, Lajedão, Jucuruçu, Central, Lajedinho, Ichu, Terra Nova e Pintadas.
Contudo, apesar das orientações e alertas sugeridas pelos especialistas, os órgãos de controle à pandemia afirmam que cerca de 400 mil baianos deixaram de tomar a segunda dose do imunizante e, para facilitar que todas as pessoas em idade vacinal possam ser vacinadas, a Comissão Intergestores Bipartite (CIB) regulamentou que municípios baianos podem aplicar a segunda dose para moradores de outras cidades. A intenção é que não ocorra atrasos na imunização.
O coordenador dos cursos de Farmácia e Biomedicina da Faculdade UniFTC de Juazeiro, Fernando Vanraj, reforça a importância da imunização em massa. “Nenhuma vacina disponível no país assegura 100% de proteção, contudo todas têm se mostrado positivas para diminuir os casos que necessitam de hospitalização, dentre eles os casos graves e óbitos”, afirma Vanraj, destacando que estudos demonstram que a eficácia de cada vacina no combate ao coronavírus varia de 66% a 95%.
O especialista alerta ainda que todas as vacinas licenciadas são rigorosamente testadas e somente são liberadas para a população após comprovação de segurança e eficácia, através de estudos. Sobre a contaminação após a imunização, o profissional reforça que “a pessoa pode contrair o vírus após ser vacinada, mas o que se espera são efeitos mais brandos sem o agravamento da doença e principalmente a morte.
Entre as vacinas autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estão a CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, vacina Covishield, produzida pela farmacêutica Serum Institute of India, em parceria com a AstraZeneca/Universidade de Oxford/Fiocruz, a vacina da Pfizer/BioNTech, a vacina Janssen/Johnson & Johnson e a vacina Sputnik V, que deve chegar ao Brasil nos próximos dias.
As vacinas atuam na prevenção e criam anticorpos que reduzem a possibilidade de infecção. “O corpo constrói uma barreira aos ataques de vírus e bactérias. Podem ser observados alguns efeitos adversos como dor de cabeça, dor muscular, febre baixa, dor ou vermelhidão no local da aplicação, mas a eficácia das vacinas é indiscutível”, acrescentou Vanraj.
O farmacêutico reafirma que a vacina é segura, mas não impede que a pessoa se contamine com o vírus, como o caso do ator Tarcísio Meira, que morreu aos 85 anos, em São Paulo, após apresentar complicações causadas pela doença, mesmo depois de tomar as duas doses do imunizante em março deste ano. “As pesquisas apontam que também pode acontecer uma reinfecção caso a contaminação tenha ocorrido alguns dias antes da imunização ou logo nos primeiros dias após a aplicação da vacina, antes de desenvolver a proteção. O agravamento em pessoas idosas, mesmo que vacinadas, têm uma explicação biológica, pois o organismo de idosos aumenta a exposição a infecções”, explicou.
Esquema vacinal – Fernando Vanraj orienta que quem ainda não iniciou ou até mesmo não completou o esquema vacinal deve ficar atento ao calendário de imunização. “Todas as vacinas têm mostrado fortes mecanismos para combater a Covid-19, mas é importante tomar as duas doses da mesma vacina para garantir a proteção contra a doença viral. A segunda dose garante a eficácia da vacina, assim como o Brasil precisa alcançar a tão sonhada imunidade de grupo. A cobertura vacinal na maior parte da população é fundamental”, alertou.
A segunda dose da Coronavac deve ser aplicada num intervalo de 14 a 28 dias e de 90 dias, tratando-se das vacinas Astrazeneca e Pfizer. Mesmo depois de receber as duas doses da vacina ou uma apenas, no caso da anticovid desenvolvida pelo laboratório belga Janssen: Johnson & Johnson, é importante continuar realizando todas as medidas de proteção como o uso de máscara, higienização pessoal e das compras ao chegar em casa, utilização do álcool 70%, distanciamento social para evitar a circulação do vírus, dentre outras medidas de prevenção e higiene. “Parcela da população foi imunizada e estas medidas ajudam a prevenir muitas outras enfermidades”, concluiu.
Vacinação tem papel histórico – A principal arma contra as infecções virais que a humanidade possui é o processo de vacinação. “Sabemos que o vírus do sarampo chegou a ser considerado erradicado no Brasil, mas voltou a atingir a população justamente pela redução da vacinação abaixo do esperado. O vírus da gripe possui campanhas anuais de vacinação e muitas outras patologias que envolvem infecções virais estão vinculadas ao uso da vacina para proteção. Todas as vacinas protegem contra a morte. Com relação ao coronavírus, existe uma redução crescente e exponencial de óbitos nos grupos vacinados aqui no país. Temos uma missão muito clara, que é continuar a vacinação para que a vida volte ao estágio de normalidade o mais breve possível”, finalizou.