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131 anos de Pessoa – passeio pelos caminhos pessoanos em Lisboa

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No dia 13 de junho deste ano, Fernando Pessoa, o grande poeta português, um dos mais importantes da Europa, completaria 131 anos. Nasceu em Lisboa morreu aqui, em 1935. Viveu nove anos na África do Sul, mas voltou para a sua Lisboa. O maior poeta português morreu cedo, mas a sua obra o mantém vivo para todos aqueles que lêem a sua obra, verdadeira obra-prima.

Uma vez morando em Lisboa, aproveitei a data tão importante para conhecer os lugares onde viveu o poeta. Fui à Casa Fernando Pessoa, em Campo de Ourique, casa onde o poeta viveu os últimos quinze anos da sua vida, um centro cultural de Lisboa concebido para ser a Casa da Poesia, mas estava em reformas, então só pude entrar pelo corredor que leva até o restaurante, única coisa que está funcionando.

Fui então, a outra casa onde Pessoa viveu, no Largo do Carmo. Lá a gente só pode ver a parte externa da casa, mas é interessante, pois a casa está bem conservada, com figuras de Pessoa nas janelas e placas indicando que ele viveu ali.

Depois, fui para o Largo de São Carlos, n.º 4, casa onde nasceu o nosso Fernando António Nogueira Pessoa, a 13 de Junho de 1888. O poeta viveu ali até completar cinco anos, o que explica a placa que se encontra na fachada do edifício, recordando o seu nascimento. À frente deste encontra-se a estátua “Hommage a Pessoa”, uma escultura de bronze com 4 metros de altura inaugurada em 2008, por ocasião do aniversário do poeta.

E depois fui ao Café A Brasileira, onde Pessoa era assíduo frequentador. Por esse motivo há uma estátua do poeta bem à frente do Café, com um lugar vago ao lado para o turista sentar e ser fotografado com Pessoa.

É muito interessante seguir os passos de Pessoa na sua amada Lisboa. Existem outros lugares frequentados por Pessoa em Lisboa, mas há um, ainda, que é bem marcante na sua literatura. Trata-se da Rua dos Douradores, onde Pessoa almoçava frequentemente, em 1913, no restaurante de galegos Antiga Casa Pessoa. Ele tornou a rua célebre, no  seu Livro do Desassossego, pois o seu heterónimo Bernardo Soares, que assina o livro, colocou-se como ajudante de guarda-livros, a trabalhar e morar nesta rua, mencionando  que «Se eu tivesse o mundo na mão, trocava-o, estou certo, por um bilhete para a Rua dos Douradores».

O que me deixou confuso é que, mesmo com toda a celebridade dada à rua dos Douradores no LIVRO DO DESASSOSSEGO, que transformou-se num clássico da literatura portuguesa, a rua é obscura, com vários prédios abandonados, sem nenhuma alusão ao fato. E foi nesta rua, também, que morou Anthero de Quental, importante escritor português. A rua ainda serviu de cenário em uma obra de Eça de Queiroz. E nem por isso mereceu a atenção do poder público para a sua preservação e manutenção.

Uma pena. Fiquei um pouco triste pelo fechamento do meu passeio em Lisboa, pelos caminhos de Pessoa, mas voltei para casa para escrever este artigo, ler a poesia de pessoa e continuar lendo o Livro do Desassossego. Parabéns, meus poeta, pelo seu aniversário. Você, Pessoa, continuará vivo eternamente através da sua poesia.

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745