A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) tem como objetivo conhecer melhor a saúde dos jovens e adolescentes brasileiros. A 4ª edição será publicada em 2020
Por Amanda Mendes, Agência Saúde
O Ministério da Saúde finaliza em agosto deste ano a coleta dos dados da 4ª edição da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) realizada em escolas públicas e privadas. O estudo visa conhecer melhor a saúde dos jovens e adolescentes brasileiros que cursam o ensino fundamental (7º ao 9º ano) e ensino médio (1º ao 3º ano). Desde abril deste ano, 188 mil jovens e adolescentes de 13 a 17 anos, de 4.361 escolas em 1.288 municípios do país estão participando da pesquisa. Os resultados devem apontar os dados de prevalência e distribuição dos fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis, como sedentarismo, alimentação inadequada, tabagismo e consumo de álcool para apoio à formulação de políticas de proteção à saúde dos estudantes.
A PeNSE é uma pesquisa realizada com escolares desde 2009, em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e com apoio do Ministério da Educação (MEC). A pesquisa é realizada por amostragem, utilizando como referência para seleção o cadastro das escolas públicas e privadas do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).
O estudo ajuda a identificar as questões prioritárias para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a promoção da saúde em escolares, em especial o programa interministerial Saúde na Escola (PSE). Além disso, traz a possibilidade de gerar evidências para orientar e avaliar o impacto de intervenções de profissionais da saúde e educação para a redução da prevalência dos fatores de risco e a promoção geral da saúde entre os estudantes.
Entre os temas abordados na pesquisa estão contextos social e familiar; hábitos alimentares; prática de atividade física; cuidados de higiene pessoal; tabagismo, álcool e outras drogas; comportamento sexual e reprodutivo; uso de serviços de saúde; violência, segurança e acidentes. Todas as respostas são confidenciais. O estudante e as escolas não serão identificados e somente o resultado geral da pesquisa será divulgado.
A 4ª edição da PeNSE tem previsão para ser divulgada no final do primeiro semestre de 2020. Até lá, os dados passam por um processo de consolidação. Depois de prontos os dados poderão ser comparados com dados internacionais do Global School Based Student Health Survey (GSHS da OMS/CDC) que está presente em 104 países, garantindo uma melhor comparação com as pesquisas similares realizadas em outros países e com maior detalhamento geográfico.
A pesquisa atende a mais uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) que aconselha a implantação e manutenção de sistemas de vigilância de fatores de risco à saúde dirigidos aos adolescentes.
PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE DO ESCOLAR (PeNSE)
A primeira amostra da PeNSE (2009) abrangeu escolares dos municípios das capitais e Distrito Federal. Na edição seguinte, em 2012, ganhou maior representatividade, envolvendo, além das capitais e DF, os municípios de Grandes Regiões. A partir de 2015, ganhou abrangência nacional, contando com todas as Unidades da Federação. A ampliação da representatividade da amostra, possibilita a desagregação das informações por Unidades da Federação, oferece aos gestores oportunidades para criação de políticas públicas e, à população em geral, dados mais próximos da realidade local sobre a situação de saúde dos escolares.
A PeNSE 2015 apontou que os adolescentes estão procurando mais os serviços de saúde: 55,3% dos estudantes do 9º ano do ensino fundamental recorreram a algum profissional ou unidade de saúde do país no ano passado. O número é 14,8% maior do que o registrado na pesquisa de 2012 (48,2%). A pesquisa também mostrou que as meninas (11,6%) são menos fisicamente ativas do que os meninos (27,7%). Elas (46,3%) também declararam consumir mais guloseimas do que os meninos (34,9%). Em relação ao consumo de bebidas alcóolicas, algumas diferenças regionais foram reveladas: no Sul 38,4% dos estudantes de 13 a 17 anos beberam ao menos uma dose nos 30 dias anteriores à pesquisa enquanto que na Região Norte o relato de consumo foi de 20,2%.