Pesquisa Serasa revela que a população feminina é protagonista no orçamento familiar e se mostra ávida por informação e educação financeira
Por: Julia Bispo/Agência Fato Relevante
Está definitivamente sepultado o estereótipo da mulher gastadora e dependente da figura masculina, conforme atesta a inédita pesquisa Relevância das Mulheres nas Finanças das Famílias Brasileiras, produzida pela Serasa. O levantamento aponta que as mulheres assumiram o comando dos recursos dentro de casa e participam de maneira mais assertiva do orçamento e da construção do patrimônio da família. Agora elas lideram a pontualidade das contas do lar e impedem, com senso de responsabilidade e muita informação, um endividamento ainda maior das famílias brasileiras.
O indicador que mais chama atenção na pesquisa é que 88% das mulheres têm participação nas finanças das famílias, sendo que 38% delas são as principais responsáveis pelo provimento da casa. O perfil das mulheres provedoras revela que, em geral, elas têm entre 30 e 49 anos, ensino superior completo, um ou dois filhos, são casadas e empregadas no regime CLT. |
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“A pesquisa reflete a mulher brasileira atual, mais empoderadas, cada vez mais dispostas a gerir as despesas da casa e a formar novos arranjos familiares. Afinal, independência financeira é pré-requisito para a independência feminina”, diz Patricia Camillo, Gerente da Serasa. Apenas 12% das mulheres ainda não contribuem financeiramente no lar. Em geral, estão na faixa de 18 e 29 anos, têm somente ensino médio completo, não têm filhos, são solteiras, estão ainda desempregadas ou são donas do lar. “Ou seja, são mais jovens, com menor nível de escolaridade e sem emprego”, diz Patrícia.
Realizado em parceria com o Instituto Opinion Box, o estudo que ouviu 2.251 mulheres entre 10 e 22 de fevereiro traz outros importantes diagnósticos sobre a responsabilidade feminina nas finanças: – 56% das mulheres não registraram atraso no pagamento de contas nos últimos 12 meses. – 75% das mulheres recorreram a bicos para obter renda extra para manter a qualidade de vida e as contas em dia. – 39% delas não pediram qualquer espécie de empréstimo financeiro no último ano. |
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Sem gastos supérfluos As dificuldades, porém, não desapareceram do universo feminino brasileiro. Pelo menos 44% das mulheres tiveram atraso em pelo menos uma de suas contas nos últimos 12 meses e, na tentativa de garantir a saúde financeira, 6 a cada 10 respondentes já precisaram recorrer a uma modalidade de crédito extra pelo menos uma vez. “A principal motivação apresentada para buscar um empréstimo é a quitação das dívidas. Diferente da visão antiquada que enxergava apenas seus gastos com categorias supérfluas, elas estão arcando com dívidas de cartão de crédito, despesas inesperadas e pagamento de contas básicas”, explica Patricia Camillo. A inadimplência feminina |
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Educação financeira como direito de todas Assim como tantas outras preocupações que rodeiam o universo feminino, as mulheres também se mostram atentas às informações sobre como lidar com o dinheiro. O levantamento revela que 9 em cada 10 mulheres buscam educação financeira de forma constante no seu dia a dia, e os principais canais utilizados para encontrar esses conteúdos encontram-se no ambiente digital: 48% procuram em buscadores de internet e 40% preferem seguir influenciadores digitais e/ou perfis de finanças nas redes sociais. “A saúde financeira está intrinsecamente ligada à educação, e as mulheres se mostram motivadas a aprender cada mais sobre organização e planejamento de suas finanças”, complementa Patrícia. “Por isso, acreditamos que o acesso ao crédito e a retomada ao mercado devem ser vistos como direitos fundamentais para o empoderamento feminino”.
A pesquisa completa (clique aqui) contempla: – Perfil das mulheres segundo a sua participação financeira nos lares; – Capítulo sobre a vida e as lutas profissionais do universo feminino no Brasil; – A realidade da mulher empreendedora e da autônoma; – A nova relação das mulheres com crédito e com empréstimos; – Onde as mulheres buscam educação financeira e proteção contra os golpes. |