A atenção para ISTs deve começar ainda na adolescência; especialista ressalta que anticoncepcional não impede doenças
Por: Juliete Conceição das Neves/juliete.neves@idealhks.com
A saúde íntima é um elemento importante para a vida das mulheres, mas ainda possui muitos tabus. Com o início da vida sexual, várias meninas passam a fazer uso de medicamentos anticoncepcionais, mas a atenção também deve ser voltada para as Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Os cuidados ainda na adolescência evitam que problemas surjam na vida adulta sendo importante manter rotina médica, por isso a especialista chama atenção para a imunização contra o Papilomavírus (HPV).
Segundo a ginecologista e professora do curso de medicina da Faculdade Pitágoras, Lorena Galaes, o cuidado deve ter início ao final da infância. “O que acontece é que muitos pais têm medo de levar a adolescente ao ginecologista para não incentivar a vida sexual, o que não condiz com a realidade. O contato precoce com o especialista é importante para que a adolescente conheça melhor seu corpo, as alterações da puberdade e as formas de prevenir doenças”, comenta. Ela ressalta especificamente o HPV, IST que é considerada a mais frequente no mundo e é a principal causadora o câncer do colo de útero.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que o início da vida sexual entre brasileiros ocorre na adolescência. Para meninas, em torno de 14 anos e 13 anos para meninos, por isso a necessidade de uma conscientização precoce sobre infecções sexualmente transmissíveis e imunização para o HPV.
A infecção possui vacina gratuita oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas de 9 a 13 anos e meninos de 11 a 14. “Os meninos estão no plano de imunização do SUS porque são considerados vetores. Ou seja, se infectados, eles transmitem a doença para as meninas, podendo causar complicações”, diz.
A médica explica também os benefícios que os cuidados com saúde feminina trazem na vida adulta, principalmente após a menopausa. Fala que a mudança hormonal que acontece após a menopausa, gera um aumento das chances de infarto ou acidentes vasculares cerebrais. “Quando paramos de ovular o nosso corpo tem uma carga hormonal menor ou com alterações, que podem desencadear doenças. É uma proteção hormonal que deixa de existir no período da menopausa, por isso a importância de realizar um acompanhamento médico, boa alimentação e exercícios ao longo da vida”, conclui.