Por: CBPM Informa/ascom@cbpm.ba.gov.br
Boas práticas de sustentabilidade, sociais e de governança pesam na escolha dos investidores
O negócio pode até ser promissor e com probabilidade de lucro, mas o que está sendo decisivo para o mercado de investimento internacional são as boas práticas empresariais, que incorporam cuidados ambientais, valores sociais e governança corporativa de excelência.
O risco de enfrentar problemas jurídicos, com ações trabalhistas, por causar danos ao meio ambiente e à população, se torna menor quando as empresas procuram seguir os direcionamentos ESG. A sigla é a abreviação do inglês “Environmental, Social & Governance”, em tradução livre Ambiental, Social e Governança. Os investidores que atuam nos mercados mundiais estão optando por empreendimentos que tenham envolvimento positivo com as comunidades do entorno, na forma de incentivo ao desenvolvimento social, educacional e cultural. Eles também consideram a maneira como os gestores tratam os impactos da atividade em relação ao meio ambiente e como se dá a transparência e a equidade entre a organização, acionistas, executivos e colaboradores.
“Esses fatores fazem parte da relação entre as empresas, a comunidade e a economia. O mercado quer preservar princípios sustentáveis e de responsabilidade, além dos resultados. Os fundos de investimentos não vão colocar dinheiro em empreendimentos alheios a essas questões e com possibilidade de gerar crises”, diz o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Antonio Carlos Tramm.
Comunicação que aproxima
Na Bahia, estado que está entre os três mais importantes da mineração brasileira, as empresas já incluíram em seus quadros e programações critérios ESG. A Atlantic Nickel, que produz e exporta níquel sulfetado, tem um projeto de estímulo à educação ambiental para crianças e adolescentes de comunidades vizinhas à Mina Santa Rita, na cidade de Itagibá. Recentemente, a mineradora lançou um novo canal de acesso à Ouvidoria da empresa, através do número 0800 000 1929, que funciona 24h, de forma gratuita e não é preciso se identificar. Objetivo é atender as comunidades, fornecedores, parceiros e qualquer agente externo interessado em tirar dúvidas ou fazer reclamações, elogios e sugestões.
“A Ouvidoria proporciona um ganho muito importante na comunicação que tanto prezamos com os nossos públicos externos. Ela também possibilita uma padronização nos atendimentos e no tempo de retorno, que é garantido a todos que fizerem esse contato com a Mina Santa Rita”, afirma Maria Anália Costa, coordenadora de Relacionamento Institucional, Comunidades e Comunicação.
O bem para a comunidade
Nas questões que envolvem benefícios à comunidade do entorno, a Ero Brasil Caraíba (Mineração Caraíba), promove o reflorestamento e ações direcionadas aos moradores das regiões vizinhas à empresa para encorajar o empreendedorismo, geração de renda, cursos profissionalizantes, atividades educacionais e culturais, entre outros. Tudo isso, em parceria com os órgãos públicos locais, cooperativas, associações e até universidades. São 24 projetos em franco funcionamento, entre eles: o Projeto Horta Comunitária, que estimula o cultivo e o consumo de alimentos saudáveis, a Panificadora Flor de Mandacaru, que além de ser uma forma de obtenção de renda, promove os vínculos sociais; Projeto de Incentivo ao Esporte, música e artes; Resgate e Valorização da Cultura Local e Projeto Criação de Galinhas, tanto para consumo como para comercialização.
Outro exemplo de ações que focam no bem social vem da Companhia de Ferro Ligas da Bahia (FERBASA), que funciona há 61 anos e atua nas áreas de mineração, metalurgia e de recursos florestais. A empresa sempre utilizou as boas práticas que fazem parte do conceito ESG, por orientação do seu fundador José Corgosinho de Carvalho Filho, uma tradição que se mantém através dos tempos. Uma das principais iniciativas da FERBASA está na área da educação, com projetos integrados ao esporte, à arte e à cultura, além do desenvolvimento rural e comunitário. A companhia tem empresas em várias cidades do interior baiano, entre elas Campo Formoso, Euclides da Cunha, Rafael Jambeiro e Tucano.
Aproveitamento de resíduos
No âmbito da preservação ambiental, o reaproveitamento no setor minerário se expande em novas cadeias produtivas, porque os gestores já compreenderam a importância de evitar o amontoamento de resíduos no meio ambiente. A mineradora Largo Vanádio de Maracás (LMVSA) tem projetos para desenvolver a produção de ilmenita em Maracás, no Centro-Sul do estado, e de pigmento de titânio no Polo Industrial de Camaçari, ambos subprodutos do vanádio, que poderão ser aproveitados por indústrias químicas, na construção civil, entre outros. Além disso, a empresa tem um robusto plano de investimentos, na casa dos 3 bilhões de reais, para a próxima década e estabeleceu como objetivo o aumento da produção para atender a demanda crescente do mercado de energia por vanádio como base para a sua transição rumo a um futuro de baixo carbono e na fabricação de baterias elétricas.