Chamou muita atenção o sapateio da suposta cantora sobre a bandeira do Brasil. A jogada, visivelmente, foi ensaiada. No vídeo, se pode perceber que ela faz uma preparação para o que viria depois. Acompanhada com fundo rítmico desnecessariamente prolongado, desloca-se até o ponto do palco onde alguém lhe entrega a bandeira que seria usada para o ritual absurdo.
Por que alguém levaria uma bandeira com haste de madeira, de bom tamanho, para o show? Como esse artefato entrou na plateia?
O ritual foi altamente simbólico, como pretendeu a transgressora. Apenas funcionou com sinal contrário ao pretendido por ela. Com o gesto repugnante, a lacradora lacrou-se.
No entanto, é importante observar que a repulsa ao gesto se estende a outras condutas análogas:
– às bandeiras queimadas em manifestações políticas de rua;
– à magistrada que pretendeu neutralizar o símbolo e proteger as bandeiras vermelhas do contraste que lhes é implícito;
– aos milhares de professores que, em sala de aula, em vez de suscitar amor à pátria, dedicam-se a depreciá-la para despertar animosidades sem as quais a militância se desliga de suas fontes de energia;
– aos que saem pelo mundo a falar mal do Brasil;
– aos sabotadores do governo e da sociedade;
– aos acionistas das corporações instaladas na administração pública;
– ao cortejo dos desmamados do seio da cultura amiga e companheira, entre os quais a própria sapateadora;
– aos cúmplices, por tantos anos, com a rapina dos cofres públicos e com a pirataria nas instituições e poderes da República;
– aos criminosos do país, entusiastas da impunidade, das legalizações e dos desencarceramentos;
– aos políticos fichas sujas, empoeiradas nas prateleiras do Supremo, ou desencardidas por súbitas e enigmáticas decisões judiciais.
Todos se alvoroçam e, com esse ânimo, se revelam em dias que já fluem, céleres, para as decisões de outubro.
A exemplo da lacradora do sapateio, lacram-se por conta própria.