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Jair Cotrim Rizério e esposa Nelci Azevedo Rizério

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JAIR COTRIM RIZÉRIO

Auditor Fiscal – aposentado

N.12/03/1933-F. 14/05/2020

NELCI AZEVEDO RIZÉRIO

  1. 08/02/1940

Jair Cotrim Rizério, nasceu em Brumado, “Capital do Minério”, no dia 12 de março de 1933, filho de Guilherme Rizério Leite e de Guiomar Cotrim Leite.

Irmãos: Nélio, Benito, Guilmar, Sônia, Dino, Selma, Zênio, Márcia, Alda, Elda, e Rui Cotrim Rizério.

Avós Paternos: Pompílio Dias Leite (juiz de Direito) e Deolinda Rizério de Moura Leite.

Avós materno:  Sebastião dos Santos Leite e Maria Pia Cotrim dos Santos Leite

INFÃNCIA:  Grande parte de sua vida Jair passou em Brumado. Desde novo demonstrou as suas aptidões intelectuais e recebeu elogios de seus preceptores.

ESTUDO: Iniciou o curso primário em escola pública de Ituaçu (onde seu pai trabalhava) e concluiu em Brumado, na escola particular “Gregório de Matos Guerra”, do professor Hugo Meira, que ministrava também aulas de Latim e Francês.  Com o professor Lacerda, em curso particular, recebeu aulas de Contabilidade. Aprimorou o conhecimento da Língua Portuguesa, no dia a dia, com o pai, homem culto e grande conhecedor do idioma pátrio, como também, do Latim.

Mais tarde, prestou Exames Supletivos referentes aos cursos ginasial e colegial.

Seu conhecimento na área do Direito Tributário (Direito Fiscal) foi adquirido com o pai com quem trabalhou na Coletoria Estadual de Brumado.

Sempre atraído pela Ciência do Direito, em seus diversos ramos, foi aprimorando esses conhecimentos, que o fascinavam, através de leituras de artigos pertinentes, despachos de juristas renomados, consultas em livros das diversas áreas do Direito e conhecimento da Constituição Brasileira.

Casou-se com Nelci Santos Azevedo em 1964, filha de Agnelo dos Santos Azevedo e Celsina Santos Azevedo, filha de Augusto dos Santos e Cecília Arminda Lima Santos e passou a assinar Nelci Azevedo Rizério. Tiveram uma convivência de 56 anos, em completa harmonia e amor mútuo. Foram felizes na convivência amorosa com a família. Dessa união nasceram os filhos:  Lucas Azevedo Cotrim Rizério, Sara Cotrim Azevedo Rizério e Francisco de Assis Azevedo Cotrim Rizério, que lhes proporcionaram netos, os quais deram-lhe grandes alegrias tanto pessoal como profissional.

RELIGIÃO: Católico convicto, devoto de São Francisco de Assis que segundo suas palavras citava: “Santo de muita afinidade com Jesus, de fascínio extraordinários”, em quem Jair se inspirava. Deu ao filho caçula o nome de do Santo, escolhendo-o como padrinho.

Do seu compadre espiritual, Jair assumiu o lema:

“O que temer? Nada

A quem temer? Ninguém

Por que? Porque aqueles que se unem a Deus obtêm três grandes privilégios: onipotência sem poder, embriaguez sem vinho e vida sem morte”.

TRABALHO: Ingressou no Fisco, por concurso público, inicialmente no cargo de Exator de Coletoria e depois como  Coletor, em seguida Fiscal de Rendas, Auditor Fiscal, esses cargos  foram exercidos em Brumado (1952 a 1972), em Itapetinga (1972 a 1979) e em Salvador (1979 a 1986) época da sua aposentadoria profissional.

Em fevereiro de 1964, conseguiu a elevação de Brumado da 4ª e última para a primeira Sub-região do Salário Mínimo, subindo de 11 para 33 mil cruzeiros. Nessa luta, contou com o apoio do deputado Federal   Fernando Sant’Anna que abraçou essa justa reivindicação. Jair enfrentou os poderosos sem temê-los, pois segundo ele, “a omissão e o medo são transgressões da Lei divina”.

 DECLARAÇÃO DE JAIR COTRIM RIZÉRIO:

Em 1969, no exercício de minhas funções fiscalizadoras estaduais, verificando o incalculável prejuízo da Bahia e de Brumado, com saídas de matérias-primas daqui produzidas, e empregadas na fabricação de tijolos refratários em outro Estado, onde o ICM era totalmente recolhido, decidi, com base em fundamentos técnicos, de transformação da substância mineral em matéria-prima após calcinação, lavrei o competente processo fiscal para salvaguarda dos interesses do nosso Estado e Município. Essa ação foi julgada procedente em primeira e segunda Instâncias Administrativas, […]. Com essa providência houve um aumento na arrecadação significativa do IUM – Imposto Único Sobre Minerais para o Município. […]”

Acompanhou o pai, Guilherme Rizério Leite, chefe político, e o tio Wenceslau Rizério de Carvalho (presidente da Câmara de vereadores em diversas legislaturas). Politicamente, exerceu grande liderança no município e contou com o apoio dos vereadores da sua corrente político-partidária e pessoas amigas que viam nele o candidato ideal.  Jair afirmava: “O município é o alicerce da Nação”.

 Candidatou-se em 1962, aos 29 anos de idade, ao cargo de prefeito de Brumado, pela UDN – União Democrática Nacional, concorrendo com Dr. José Borges Sampaio (apoiado pelo prefeito Manoel Fernandes) e Armindo dos Santos Azevedo (PR – Partido Republicano), que foi eleito. O senhor Armindo, político experiente, já havia comandado os destinos do município nos mandatos de 1948/1950 e 1955/1959.

Após o Movimento Militar de 1964, a primeira eleição municipal ocorreu em 1966, com a candidatura única do Dr. Juracy Pires Gomes, indicado pela corrente política de Jair (ARENA-2) e apoiado pelo prefeito Armindo Azevedo (ARENA-1). Nesse pleito, a vitória foi da corrente política da ARENA-2, que elegeu 5 vereadores. A ARENA-1 que elegeu 3 e o MDB 4 edis.

“Daí para frente, o ambiente político local mudou muito, diferente dos velhos tempos da política civilizada, quando, passada a refrega, todos esqueciam as divergências partidárias, sem reflexos nas relações pessoais de amizade” (Jair Cotrim Rizério).

Em 1972, afastou-se da política local, motivado pela inconformação dos magnatas contrários à sua luta em favor do salário mínimo e da criação do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Extração de Minerais não Metálicos de Brumado. Os magnatas e grileiros o denunciaram, e Jair foi indiciado em IPM (Inquérito Policial Militar) o qual foi arquivado, pela falta de provas convincentes, pela Auditoria da Guerra da VI Região Militar.

Foi para Itapetinga e assumiu a Inspetoria Fiscal onde permaneceu até 1979 e depois passou a servir em Salvador na Coordenação de Tributação (COTRI), na Secretaria da Fazenda do Estado. Contudo, como influente liderança política no município, manteve o seu domicilio eleitoral em Brumado e contou com o apoio dos vereadores sob a sua liderança.

Em 1976, a sua corrente política, já integrada ao MDB, por sua interferência, conseguiu viabilizar a candidatura de Agamenon Lima de Santana, que desistiu de disputar a vereança, para substituir Evan Santos Azevedo, impugnado pelo TSE que alegou a entrega de documentação fora do prazo.

Agamenon foi eleito para o mandato de 1977-1982, perfazendo seis anos de mandato,   com prorrogação de mais  dois anos pelo Regime Militar. Em seguida, apoiou a eleição de Edmundo Pereira Santos e do médico Geraldo Leite Azevedo (MDB/PMDB).

Jair, trabalhou incansavelmente em defesa dos interesses de Brumado e fez inúmeras ações e proposições, dentre elas, o salário mínimo, igualando-o ao salário da capital, com aumento significativo beneficiando os brumadenses. “Em função desse posicionamento sofreu um IPM, por denúncias de indivíduos poderosos e influentes que não concordaram com a essa reivindicação.  A Auditoria de Guerra da VI Região Militar arquivou o processo”.

 Criação do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Extração de Minerais não Metálicos de Brumado, reconhecido pelo MT em 29/12/1976 e instalado em 31/07/1977. Em reconhecimento, ao seu trabalho, recebeu Diploma de Honra ao Mérito – Fundador   uma homenagem dos trabalhadores em eleição realizada em 26/06/1977;

  Foi eleito Conselheiro da Fundação Educacional de Brumado, que doou ao Estado o prédio do antigo Ginásio Industrial, sob condição da Instalação do Colégio Estadual de Brumado;

 Conselheiro da Fundação Hospitalar de Brumado, que iniciou a construção do atual Hospital Professor Magalhães Neto, uma proposta de sua autoria aprovada pela diretoria;

Foi juntamente com o irmão Nélio, sócios fundadores da União Operaria Brumadense, entidade de cunho recreativo e cultural para os trabalhadores brumadenses.

  Participou como sócio fundador da Lira Ceciliana Brumadense;

 Foi secretário interino da Câmara de Vereadores de Brumado;

 Publicou inúmeros artigos no Jornal ‘A TARDE”. Todos esses eventos tiveram a participação de Jair Rizério.

REIVINDICAÇÃO DA BANCADA POLÍTICA SOB A SUA ORIENTAÇÃO:

1) Agencia do Banco do Brasil, reivindicação do vereador Antonio Machado (Dep. Edvaldo Flores);

 2) Região de Trânsito, para licenciamento de veículos (Dep. Aloysio Short – governo Juracy Magalhães);

3) Curso Pedagógico Dr. Pompílio Leite (Dep. Aloysio Short – (gov. Juracy Magalhães), posteriormente (1970) foi incorporado ao Colégio Estadual de Brumado;

 4) Criação e construção da sede da Merenda Escolar, inaugurada pelo Gen. José Sombra (Dep. ACM);

 5) Ação decisiva junto ao gov. Juracy Magalhães (compadre do meu pai Guilherme Rizério Leite) para construção da estrada Brumado-Livramento, com variante para o distrito de Itaquaraí;

 6) Criação de dezenas de escolas estaduais na cidade, distrito e povoados (Dep. Aloysio Short) – gov. Juracy Magalhães.

JAIR RIZÉRIO professava a religião católica fervorosamente, venerava Nossa Senhora e tinha, por devoção, São Francisco de Assis. Citava a frase bíblica: “Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça e tudo o mais virá por acréscimo” (Mt 6.33). Solidário, em suas orações, pedia a Deus misericórdia e proteção para os necessitados e carentes.

FALECIMENTO: Depoimentos da família;

Em 14 de maio de 2020, no Hospital da Bahia, em Salvador, Jair faleceu aos 87 anos, após complicações de saúde. Faleceu ao lado da família. “Não temamos a morte, pela certeza de que o espírito voltará à Eternidade” (Jair Cotrim Rizério).

Até o seu último momento não perdeu a fé. No estertor da morte disse aos familiares: “Jesus está aqui, se Ele quiser me levar, estou pronto”.  Foi exemplo de coragem, de fé inquebrantável, de confiança e de amor a Cristo.

Morreu como um justo, com o sentimento de dever cumprido. Sem temer a morte, na certeza que o espírito voltará a eternidade, dizia ele.

 Partiu sereno, ao encontro do Pai. Sua ausência se tornou uma forte e saudosa presença, pois, como disse o poeta português, Fernando Pessoa: “Os mortos nascem. Não morrem”.

“As pessoas que amamos e perdemos já não estão onde estavam, mas onde estamos” (Dom Murilo Krieger, arcebispo emérito de Salvador-Bahia).

Sobre a morte disse Rui Barbosa: “A morte não extingue: transforma; e não aniquila: renova; não divorcia: aproxima”.

Jair fez sempre o bem, agindo com generosidade, sem esperar reconhecimento.

DEPOIMENTO DA FILHA SARA RIZÉRIO TAVARES:

 “Na travessia para chegar a aceitação de tua perda, ainda estou caminhando. Tua ausência que é quase presença continua comigo todos os dias, e minha e minha admiração por teu exemplo de vida só cresce!

Foste um gigante na bondade, na honradez, na fé, no amor a Cristo e à família, ao próximo e ao trabalho. Combateste, diariamente, o bom combate, pois sempre viveste num plano mais elevado.

Nem acredito que já há um ano partiste, tenho certeza que és luz na eternidade.  Viveste uma vida plena de amor, e lembro-me demais da tua filosofia de vida: “Não ajunteis tesouros na terra, onde as traças e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem as traças nem a ferrugem consomem, onde os ladrões não minam nem roubam” (Mateus 6: 19-20).

“Não importa a distância que nos separa, se há um céu que nos une”. (Carlos Drummond de Andrade).

DEPOIMENTO DA IRMÃ MÁRCIA COTRIM RIZÉRIO:

Jair foi um orgulho para a nossa família.

Honradez, integridade, senso de justiça, ética, desprendimento, inteligência, sabedoria, fé, coragem, preocupação com o próximo, amor ao trabalho, à família e à Pátria. Amigo leal! Ele foi a personificação dessas qualidades raras no ser humano. Uma pessoa abençoada, de espírito elevado.

Um guerreiro que nunca desistiu da luta, guiado por elevados propósitos, pela força da fé e da confiança em Deus.

Jair sempre semeou a boa semente, alegrando-se com a felicidade dos seus semelhantes. Com esses, dividiu sua riqueza espiritual, sem olhar a quem, sem almejar recompensa.

Um irmão pai, de todos os momentos, alegres ou tristes. Ele continua e continuará em nossas vidas, pelo exemplo e legado que nos deixou.

Ele partiu, mas muito dele ficou em nós.

Nosso irmão acreditou, em toda a sua existência, no Deus da Vida, no Deus da Ressurreição. Retornou à Casa Paterna – a morada dos justos e dos limpos de coração!

Ele se foi em paz! Silenciosamente! Tranquilo! Confiante!

A você, Jair, muito obrigada pela sua vida cheia de exemplos e ações dignificantes, que são um luzeiro para nós.

Muito obrigada pelo que você fez por nós, sua família, abrindo mão de muitos sonhos para que os nossos fossem realizados. E com que alegria você os celebrava!

Você sempre fez jus ao seu nome: Jair, “aquele que ilumina”, “ele brilha”.

Pois foi iluminando o nosso caminho e de muitos que você viveu.

Descanse em paz, inesquecível irmão e amigo!

NOTAS DE PESAR:

 É com profundo pesar que a Diretoria Executiva da Força Invicta lamenta a falecimento do Sr. Jair Cotrim Rizério, pai do TC PM RR Lucas Azevedo Cotrim Rizério, ocorrido em 14/05/2020. Manifestamos o mais profundo sentimento de solidariedade à família e amigos.

 Ass. Força Invicta.

Com profundo pesar comunicamos o falecimento do Auditor Fiscal Jair Cotrim Rizério, ocorrido em 14 de maio de 2020. Os nossos mais sentidos Pêsames para toda a família pela perda do seu ente querido, em especial ao filho também Auditor Fiscal, Francisco Rizério. IAF – Instituto dos Auditores Fiscais. Faleceu em 14 de maio de 2020.

Os dados para composição dessa biografia resumida, foram fornecidas pelos familiares: Sara de Azevedo Rizério Tavares (filha) e Márcia Cotrim Rizério (irmã) aos quais agradecemos pela disposição e colaboração de assim o fazer.

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