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Ansiedade: A sociedade estimula essa emoção?

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O Brasil é o país mais ansioso do mundo, mas para entender as razões desses dados é preciso realizar uma análise mais profunda.

 

Por: MF Press Global

 

Inúmeras evoluções moldaram a sociedade como é hoje, anos e anos de desenvolvimento biológico e tecnológico, mas o que deveria ajudar a trazer mais benefícios à vida em  sociedade também é o culpado pelos altos índices de problemas mentais.

O Brasil é o país com o maior número de profissionais de psicologia no mundo, mas esse grande número de psicólogos reflete um problema profundo da sociedade brasileira, os transtornos mentais.

De acordo com o PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, na palestra “Pandemia da saúde mental: O adoecimento coletivo de uma geração” idealizada pela Faculdade Católica Dom Orione com sede em Tocantins, os efeitos da pandemia na saúde mental da sociedade somente potencializaram os problemas gerados pelo próprio contexto social brasileiro.

A pandemia em si, o confinamento, aumentou a ansiedade e fez com que vários problemas fossem desenvolvidos de forma mais precoce”.

De acordo com Dr. Fabiano, a sociedade gera pressões que estimulam o estresse e a ansiedade, que culminam na necessidade de uma válvula de escape, os smartphones, criando dependência das microdoses de dopamina que ele ajuda a liberar.

Um dos principais fatores que tornam a sociedade brasileira a mais ansiosa do mundo é a violência. A ansiedade é uma pendência, faz parte do instinto, por isso, uma sociedade mais violenta gera uma sociedade mais ansiosa, é muito fácil refletir sobre isso, quando você está dormindo, escuta um barulho e já imagina que pode ser alguém tentando invadir a sua casa, isso faz com que sua ansiedade aumente”.

Além disso, a competitividade em que a sociedade está inserida estimula uma busca cada vez maior por status social, que gera uma ansiedade por resultados e pode ajudar a aumentar o estresse.

Um indivíduo ansioso e estressado tende a buscar recompensas rápidas e fáceis para “anestesiar” a sua ansiedade e toda a atmosfera negativa que ela traz, para isso, ele recorre a uma fonte aparentemente inesgotável de dopamina, as redes sociais.

É muito fácil se conectar ao Instagram, ao TikTok, para postar uma foto e acreditar que as pessoas te aceitam, é uma insegurança que aumenta cada vez mais e estimula a sua ansiedade. Quando você espera a recompensa por uma foto postada, ela nunca será igual, a mesma foto, no mesmo local, sob as mesmas circunstâncias não libera a mesma quantidade de dopamina, o que gera a necessidade de uma busca incessante por mais recompensas, criando um vício”.

O isolamento causado pela pandemia não foi o principal fator responsável por gerar a sociedade ansiosa, estressada e narcisista que vemos hoje, apenas acelerou os resultados das pressões sociais que nosso cérebro não é capaz de lidar.

A sociedade e a tecnologia evoluem em uma velocidade muito acima do cérebro, por isso, ele não consegue “decodificar” corretamente a interação com telas, por exemplo, por isso, é importante cultivar um estilo de vida mais simples e primitivo, priorizando coisas simples, fé, evitando os falsos prazeres trazidos pelas redes sociais, essa é a chave para se “blindar” dos transtornos mentais causados pela sociedade.

Sobre o Prof. Dr. Fabiano de Abreu

Dr. Fabiano de Abreu Agrela, é um PhD em neurociências, mestre em psicologia, licenciado em biologia e história; também tecnólogo em antropologia com várias formações nacionais e internacionais em neurociências. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat – La Red de Investigadores Latino-americanos, do comitê científico da Ciência Latina, da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo nos Estados Unidos e professor nas universidades; de medicina da UDABOL na Bolívia, Escuela Europea de Negócios na Espanha, FABIC do Brasil, investigador cientista na Universidad Santander de México e membro-sócio da APBE – Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva.

 

 

Foto de capa: iStock

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