Repetidas vezes escrevi denunciando a impostura e o fingimento que caracterizam os discursos identitários esquerdistas. Vi esses grupos nascer sob inspiração e com o suporte financeiro proporcionado por partidos de esquerda e fundações internacionais. Vi o marxismo criar, através deles, novas versões da luta de classes e percebi que surgiam mais pela luta do que pelas classes. Eram uma exigência do dinamismo da política como o esquerdismo passou a conduzir. Não vi qualquer originalidade em suas concepções nacionais, pois eram produto de repetitivas e rentáveis operações de “copia, traduz e cola” importadas do exterior a custo zero.
Como o objetivo é a “luta”, a adesão a um partido de esquerda tornou-se condição para ingresso nesse novo business político. Fora do partido, se a pessoa não for de esquerda, a militância atiçará contra ela o somatório de seus rancores.
Damares Alves é um caso típico. É mulher, foi estuprada na infância, sofreu muito com isso, mas não ouvi, em quatro anos, uma única feminista erguer a voz em seu favor. Antes, riram dela, desprezaram-na, atacaram-na. Mulheres a defenderam. Homens a defenderam. Um homem a fez brilhar como ministra de Estado. Empenhou-se como uma leoa para proteger mulheres e crianças de toda violência. Mulheres e homens a elegeram senadora. Feministas, não. Detestam-na em caráter perene e ela precisa andar custodiada por seguranças, tamanhos o ódio que suscita e as ameaças que recebe.
Estou falando de gente má, impiedosa, capaz de troçar da virtude, da pureza, da sinceridade. Gente capaz de zombar de uma criança que, à beira do suicídio, conversou com Jesus. E o que mais assusta: gente que quer ocupar o cargo que ela tão bem desempenhou.