Por: Alexandre Lenzi
O mercado de carbono, tem um papel crucial no combate ao aquecimento climático, é um dos temas em alta na 27a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 27, que ocorre no Egito, até o próximo dia 18. A expectativa da climatech brasileira brCarbon é de que haja avanços nos princípios básicos de funcionamento do setor, com definições como estrutura e a governança da entidade que fará o registro dos créditos de carbono a nível global, como se darão as transações entre países e entre entes privados, mecanismos para resolução de conflitos e padrões de certificação.
A diretoria da brCarbon está disponível para entrevistas sobre o mercado de carbono e a importância do debate na COP 27.
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Vale lembrar que, no Brasil, hoje o mercado de carbono é voluntário, ou seja, ninguém é obrigado a participar. Mas, além de sustentável, a adesão tem se mostrado lucrativa. Os proprietários de terras que aderem à iniciativa, abrindo mão do direito de desmatar legalmente suas áreas florestais e reduzindo suas emissões, podem acessar recursos financeiros do mercado voluntário de carbono.
E o país tem um potencial gigantesco em setores como o agronegócio, que representa 27% do PIB nacional e emprega 19 milhões de pessoas. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entregou ao governo federal o posicionamento do setor agropecuário que será levado à COP 27, cobrando medidas que permitam a efetiva operacionalização do mercado de carbono. Além da preservação de áreas de floresta, a recuperação de pastagens degradadas, tratamento de dejetos animais, sistemas de integração, florestas plantadas e bioinsumos são apenas alguns dos exemplos de atividades que podem ser desenvolvidas pelos produtores rurais para garantir créditos no mercado de carbono.
“O mundo está atrasado demais no combate ao aquecimento global. Precisamos de ações concretas, efetivas e urgentes”, alerta Bruno Matta, engenheiro ambiental, diretor e fundador da brCarbon.
A empresa promove soluções climáticas naturais com recursos financeiros do mercado de carbono para mitigar os efeitos das mudanças climáticas globais. Atua com estratégias e tecnologias inovadoras para viabilizar ações de conservação florestal, restauração ecológica e agropecuária e extrativismo sustentável, além de desenvolvimento das comunidades locais. Fundada em novembro de 2020 e com sede em Piracicaba (SP), integra o portfólio da AMAZ aceleradora de impacto e conta com uma diretoria técnica com 15 anos de experiência no mercado voluntário de carbono. Nos próximos três anos, a brCarbon pretende expandir sua atuação em oito estados da Amazônia Legal, atingindo a conservação de 1,5 milhão de hectares e beneficiando mais de 500 famílias tradicionais ribeirinhas.