POR GABRIELA OLIVEIRA DE JESUS
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Pessoas em situação de rua constituem um grupo heterogêneo que tem em comum a extrema vulnerabilidade social, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular. Habitam logradouros e outros espaços públicos, frequentemente nas imediações de centros comerciais devido à maior possibilidade de garantir a subsistência, ainda que de maneira precária.
A vida na rua é marcada por várias formas de violência: preconceito, discriminação, ausência de políticas públicas efetivas de acolhimento e reinserção na sociedade. Soma -se a isso a privação de direitos humanos fundamentais, como a falta de privacidade e, por consequência, a baixa autoestima e a desesperança que os leva ao consumo de drogas e de álcool, falta de acesso à saúde e o adoecimento mental. Muito disso parte de uma sociedade de alguma forma alicerçada no racismo e na desigualdade social, onde aquele que não tem nada material a oferecer é descartado à própria sorte. Nos últimos dois anos, essa minoria invisibilizada pelo poder público e ignorada pela sociedade de um modo geral, vem crescendo cada dia mais, ganhando novos rostos e variadas idades. Uma das causas desse aumento foi a crise socioeconômica instalada a partir da pandemia da Covid-19.
O dado oficial mais recente de contagem desse grupo populacional foi publicado em março de 2020, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea (fundação pública federal vinculada ao Ministério da Economia), antes da pandemia, apontando cerca de 221.869 pessoas morando nas ruas. Dessas, 8 mil na Bahia. Esse percentual correspondia a 0,1% da população brasileira. Mas esse número possivelmente era bem maior devido às subnotificações, pois os dados representam apenas as pessoas cadastradas no CadÚnico, programa criado pelo Governo Federal e operacionalizado e atualizado pelas Prefeituras Municipais.
Bruno de Jesus Santos, 43 anos, nasceu em Salvador, no Bairro Cajazeiras, e vive nas ruas há mais de 20 anos. Há oito meses está em Vitória da Conquista. Ele conta que começou a conhecer a vida nas ruas com 15 anos, e que o principal motivo foi um desentendimento que teve com os pais e os maus tratos que sofria em casa. Na rua, ele também foi apresentado ao mundo das drogas. “Comecei com o consumo de cola, com o tempo usei o crack, com o tempo usei a cocaína, depois a cachaça, porque abaixo de Deus, sem a cachaça eu não estaria há mais de 20 anos tentando sobreviver”, afirmou.
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