Além dos macro e micronutrientes indispensáveis na alimentação de crianças, é importante respeitar os sinais de fome e saciedade
Durante a infância ocorre o período de desenvolvimento da criança, tanto física quanto intelectualmente. A boa alimentação é importante para que esse desenvolvimento ocorra de forma satisfatória. Quando a criança não tem o hábito de consumir alimentos saudáveis, ela tende a ter maior vulnerabilidade a doenças e deficiências.
Priscila Walker, nutricionista de famílias, informa que as crianças desde pequenas já conseguem apresentar sinais que indicam fome ou saciedade. Bebês ainda pequenos, que não sabem se comunicar, choram para avisar à mãe que estão com fome.
Crianças um pouco maiores, no período da introdução alimentar, costumam apontar para a comida, se inclinar em direção a alguém, se essa pessoa estiver com comida na mão, pegar algum alimento e tentar levá-lo até a boca e, também, ficam felizes ao ver alimentos que gostam.
“Ao mesmo tempo a criança também mostra a saciedade, ela não quer mais mamar, não quer mais comer, ela empurra a comida, fecha a boca, vira o rostinho de lado mostrando que não quer mais se alimentar ou muitas vezes, na introdução alimentar, ela faz o que a gente chama de ‘movimento para-brisa’, que é mexendo as mãozinhas para um lado e para o outro, espalhando a comida, jogando a comida no chão”, completa a nutricionista.
A nutricionista reforça que é essencial respeitar os sinais de fome e saciedade da criança para que ela consiga se alimentar de forma correta.
“É muito importante a gente respeitar esses sinais de fome e de saciedade para que a gente não desregule a criança. A criança nasce sabendo se alimentar e muitas vezes a gente não respeita. A gente vem com aquela colher perseguidora e fala só mais um pouquinho, come um pouquinho mais, tem que raspar o prato, tem que comer tudo pra ficar forte e saudável. E aí a criança começa a ignorar os sinais internos do corpo e ouvir alguém de fora”, informa a nutricionista.
A especialista alerta que o entendimento desses sinais desde o início pode evitar doenças no futuro. Tanto físicas, quanto comportamentais em relação à alimentação.
A alimentação da criança precisa ser composta por macro e micronutrientes, como carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais. É importante para o desenvolvimento infantil ter a ingestão adequada de todos os nutrientes.
Alimentos ultraprocessados, que possuem muito açúcar, sal, gorduras, farinha, corantes e conservantes artificiais, devem ser evitados, pois têm um gosto mais prazeroso ao paladar, e então a criança tende a começar a rejeitar aqueles que não possuem a mesma sensação de prazer.
Natália Sales, analista de qualidade de software, tem uma filha de 10 anos e um filho de 2. Ela conta que durante o crescimento da primeira filha, ela não tinha conhecimento sobre alimentação saudável. Hoje, a menina tem dificuldade em aceitar alimentos mais naturais, como verduras e legumes.
Depois dessa experiência, com o segundo bebê, Natália optou por dar mais alimentos naturais e deixou para inserir os processados mais tarde.
“No meu segundo filho, eu introduzi açúcar só depois dos dois anos, ele faz consumo de pouco sal, consome muita fruta e muita verdura, desde bebezinho. Então isso auxiliou muito no paladar que ele tem, pelo menos até agora. Ele aceita praticamente qualquer alimento amargo, azedo”, completa.