O vice-prefeito Joas Meira (PSB) declarou em alto e bom som aos militantes socialistas sua convicção política para a disputa eleitoral que se avizinha, assegurando ao conjunto do partido que mensurou a empreitada e o significado histórico de sua candidatura. Joas, que havia anunciado anteriormente ao partido sua indisposição pessoal para a disputa, recolocou-se no cenário com a desistência do advogado Alexandre Pereira, até então pré-candidato a prefeito pela legenda, mas que não enxergou as condições objetivas para uma disputa que se mostra bastante desigual.
Dois consórcios partidários praticamente monopolizam as alianças: de um lado, o PT, com o governador Rui Costa cirurgicamente costurando a candidatura de Zé Raimundo, que deve marchar com PR, PP, PSL, PTN e PSD, devendo sair deste último o vice-prefeito da chapa petista (Gilzete Moreira, Abel Rebouças ou Clóvis Ferraz). O outro consórcio é liderado pelo PMDB de Herzem Gusmão, que já conta com PTB, PSC, PPL e PRB, sendo possível ainda a presença do PSDB e do DEM. Neste cenário adverso é que marcham partidos como PCdoB e PSB, persistentes em busca de um partido pra chamar de seu.
O prefeito Guilherme Menezes e o ex-prefeito Zé Raimundo assediaram o quanto puderam vice-prefeito Joas Meira – não o PSB – para uma composição de chapa, mas esbarraram no consenso da executiva do partido de que a desistência de Alexandre Pereira não significaria descer, por gravidade, ao desconfortável colo petista. Definiu-se, inicialmente, que o partido teria candidatura própria, tendo como nomes mais prováveis para a disputa o ex-secretário Gildelson Felício e o presidente local do partido, professor Zé Carlos.
Sacramentada a decisão de candidatura própria a qualquer custo, o vice-prefeito Joas Meira reconsiderou sua posição inicial e ofereceu o nome à disputa eleitoral. Em seu discurso na noite da segunda-feira (4), ele mesmo fez questão de realçar que, dentre todos, é o de maior densidade eleitoral pelo nível de visibilidade que adquiriu nos últimos anos por força de duas candidaturas, inicialmente para deputado estadual, em 2010, depois de vice-prefeito, em 2012. Segundo ele, é imprescindível que o partido dispute o poder, “mas para transformar”.
Definida a cabeça de chapa, PSB corre atrás agora de alianças, com os olhos fixos no Grupo Independente (PDT/PTC/PHS/PSDC/PRTB/PTdoB), liderado por Romilson Filho que, em conversa pelo whatsapp com este blog, assegurou que, de zero a dez, é de zero a chance de uma composição na vice de Joas. “É 10 pra Dr. Joas Meira indicar o vice”, afirmou.
Os dirigentes socialistas também não fecham as portas para uma aliança com o PCdoB, mas, como bem afirmou na reunião do Diretório o presidente Zé Carlos, o PSB é sempre convidado para ser vice. Assim, é bastante provável inclusive que o PSB lance uma chapa puro-sangue.
Ao fazer uma análise da conjuntura local, Zé Carlos narrou todas as tentativas de articulações recentes, lembrando que desde o mês de junho de 2015, quando foi decidido pela candidatura própria para prefeito nas eleições de 2016, teve início o processo de conversas com outras legendas, inclusive com o PSDB, presidido pelo vereador Arlindo Rebouças. Lembrou que ao assumir a tarefa de pré-candidato, o ex-vereador Alexandre Pereira informou à direção partidária que a concretização de sua candidatura dependeria da construção de uma frente partidária mais ampla, “o que acabou não se concretizando, ao menos por enquanto”.
Na visão de Zé Carlos, a candidatura de Joás Meira “descortina a possibilidade real de se constituir uma via que possa enfrentar a polarização atual na politica conquistense, representada nas candidaturas do PT e do PMDB”. Ele conclui que “Dr. Joas, por onde passou, deixou um legado de bom gestor e caráter ilibado. Conquista quer uma novidade no comando da Prefeitura que inove e reforce a marca de seriedade na condução dos recursos municipais. O nosso pré-candidato reúne essas condições. Se houver unidade em torno do seu nome, iremos ao segundo turno nas eleições de outubro”, disse o presidente do PSB.
A CAMINHADA: Na visão do médico Joas Meira, a unidade partidária interna foi o elemento fundamental para a sua tomada de decisão, “junto com o apoio da família”. Afirmou, ainda, que o PSB é um dos responsáveis pelo “surto desenvolvimentista” que Conquista conheceu nos últimos 20 anos, pois o partido contribuiu positivamente em área como Cultura, Economia e Serviços Públicos. Afirmou que seu Programa de Governo vai-se estruturar na ideia de uma cidade que ficou mais complexa e exigente.
“Claro que temos a responsabilidade da manutenção de parques, jardins e dos serviços. Mas temos que inovar para melhorarmos muito a gestão em áreas como Saúde e Educação. Podemos realizar um Governo sintonizado com os anseios da sociedade, facilitando o debate e o diálogo com todos os setores que querem uma cidade moderna e sustentável. Esse é o nosso desafio”, afirmou Joas, segundo quem sua relação com a Administração será respeitosa e que as críticas serão feitas no campo administrativo.