Joinville, a maior cidade do Estado Catarina completa mais um ano de idade, e isso me lembra que que nosso grupo literário cresceu na cidade, nos anos oitenta e noventa. Ele começou em São Francisco do Sul, mas ficou sua sede em Joinville e a manteve por quase vinte anos.
Por quarenta e dois anos, “os poetas da praça” do Grupo Literário A ILHA participaram da vida cultural do norte catarinense, levando a poesia para a rua, para a praça, para a escola, para o shopping, para o banco, para os bares, para os palcos, para todos os lugares. Dizer que participaram talvez seja dizer pouco, pois eles se tornaram tradição e referência poéticas, eles eram parte e, às vezes, o todo da cultura de uma cidade como Joinville, onde tiveram sua sede por dezenove anos.
O grupo foi presença marcante na Feira de Arte de Joinville, parte intrínseca daquele evento, mês após mês, com o Varal da Poesia e o Recital de Poemas, além de levar estes mesmos trabalhos, com regularidade, também às feiras de arte de Jaraguá do Sul e São Bento do Sul, e com menor frequência a outras cidades do estado.
O Varal da Poesia especial, com dezenas de poemas sobre dança e dançarinos, foi durante quase duas décadas, um evento paralelo integrado ao Festival de Dança de Joinville. Na praça e depois em out-doors, com o Projeto Poesia na Rua, o Grupo Literário A ILHA espalhava poesia pela cidade. Além do Varal da Poesia e do Recital, o grupo realizava outros projetos, como Sanfona Poética e Poesia Carimbada.
Outro evento tradicional do qual o Varal da Poesia já era parte integrante é a Festa das Flores de Joinville. Um varal especial, com cerca de meia centena de poemas sobre flores e sobre Joinville ocupava um stand na grande festa, por anos a fio, cantando a beleza e o perfume de todas as flores, sob o ponto de vista de vários poetas da praça.
A divulgação mais eficiente do trabalho do Grupo Literário A ILHA e a ligação da palavra poesia com o nome da cidade adveio da visitação do varal da poesia por visitantes de vários pontos do país, que vinham para o Festival de Dança e para a Festa das Flores. E a cidade passou a ser também a Cidade da Poesia.
Além disso, com o apoio de comunicadores do rádio, como Sólon Shill e Ramiro Gregório, nos anos oitenta e noventa, os poetas do Grupo A ILHA colocaram a poesia no ar, em programas como Show das Dez e Fim de Noite. E mais, os poetas da praça levaram a poesia também aos jornais e à televisão, em colunas assinadas pelo dirigente do grupo A ILHA e em programas no canal local, quando de encontros e lançamentos de livros, popularizando um gênero até então maldito, pois não vendia livros.
Hoje, infelizmente, os espaços para a poesia praticamente inexistem no rádio, na televisão e até nos jornais. Os poetas da praça, no entanto, continuam batalhando para manter alguns dos espaços que conquistaram, como a sua revista, o Suplemento Literário A ILHA, que como o grupo, completa trinta anos de existência ultrapassando a barreira das cem edições, como o Varal da Poesia, que evoluiu para o Projeto Poesia no Shopping, com sua nova revista ESCRITORES DO BRASIL, com a participação em Salões Internacionais do livro em países como Suiça, Portugal, etc. e em feiras do livro de Portugal e Espanha. Também através do portal do grupo, em http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/ e, ainda, através das Edições A ILHA, a editora do grupo, com a publicação de livros e antologias.