Reflexão e ação. Talvez, essas sejam duas palavras mandatórias para definir o momento.
Por: Valéria Balasteguim/ Electrolux América Latina
Reflexão e ação. Talvez, essas sejam duas palavras mandatórias para definir o momento. Afinal de contas, todo ano a história se repete: o dia 8 de março chega e mulheres do mundo inteiro recebem homenagens dos mais variados formatos e postagens corporativas com agradecimento pela luta, força e importância na vida da sociedade. Lembranças e reconhecimentos são muito bem-vindos. E depois desse dia? Acho que todos já pararam para pensar no que nós e nossas empresas fazem pelas mulheres no restante do ano. Quais programas, ações e iniciativas são aplicados para promover a equidade de gênero?
Se a sua empresa ainda não age ativamente para transformar o cotidiano das colaboradoras para que haja mais equidade de gênero no ambiente corporativo e, consequentemente, se tornar mais inclusiva, humana e diversa, eu te aconselho a agir rapidamente. Sabemos das complexidades e nuances do assunto, no entanto, temos que acelerar ainda mais os avanços nessa direção. Não dá mais para lembrar das colaboradoras — e mulheres – apenas no dia 8 de março.
Como uma profissional em posição de liderança, reconheço a importância e responsabilidade de pavimentar o caminho e gerar oportunidades para grupos sub-representados, nesse caso o das mulheres, que sempre experimentaram barreiras na jornada de crescimento profissional. Na Electrolux, onde tentamos que o Dia da Mulher seja o ano inteiro, começamos, há quase 10 anos, a desenvolver um plano de ações para a equidade de gênero.
Durante a elaboração do plano, nós, mulheres, percebemos que estávamos nos colocando uma barreira, impondo a nós mesmas padrões mais rigorosos do que os homens se colocam ao buscar cargos de liderança. Muitas nem se candidatavam às vagas por acharem que não cumpriam 100% dos requisitos. Foi aí que decidimos criar o Workshop de Empoderamento Feminino para nossas colaboradoras de alto potencial, ajudando a mudar essa mentalidade entre elas.
Ouvir outras mulheres falando sobre a questão encorajou esse público a superar obstáculos e vieses para ocupar uma posição de representatividade na empresa. Como reflexo dessa mudança de mentalidade, quase 30% de mulheres ocupam cargos de liderança somente no Brasil. Também promovemos um diagnóstico de equidade salarial entre gêneros no país e constatamos que não há diferenças entre mulheres e homens que desempenham a mesma função na empresa.
Outra conquista foi a alteração de horário do programa Talent Pool, que é um banco de talentos e desenvolvimento para colaboradoras e colaboradores da operação em carreiras técnicas e de liderança. Antes, poucas mulheres se inscreviam devido às dificuldades para participarem de atividades fora do horário de trabalho por causa da dupla/tripla jornada – elas tinham que voltar para casa, cuidar dos filhos e das atividades domésticas. Depois da mudança, tivemos um aumento da participação feminina de 10% para 35%.
Embora tenhamos tido avanços significativos na luta pela igualdade de gênero no mundo, ainda é necessária uma combinação de mudanças culturais, políticas e práticas de negócios. Não temos dúvidas de que ambientes mais diversos são muito mais inovadores, trazem melhores soluções e nos conectam ainda mais com nossos consumidores. Nós estamos trabalhando ativamente para identificar todo o tipo de barreira, que não se resume apenas ao gênero feminino, mas a todas as suas interseções.
Mulheres de todas as etnias, expressões de gênero e orientação sexual, idades e capacidades, de diferentes histórias e origens. Refletimos a cada momento para, a partir daí, construir mudanças significativas. E isso é um trabalho que demanda os 365 dias do ano para ser feito. E a sua empresa? O que faz por elas nos demais dias do ano?