Estudo do CLP e Gringo avalia casos com vítimas fatais, ferimentos ou doenças agravadas por acidentes nos estados e municípios.
Por: Jucielly Pereira/GBR Comunicação
Cinco dos nove estados do nordeste registraram piora na incidência de internações em decorrência dos acidentes no trânsito em 2023 em comparação com o período pré-pandemia. São eles Bahia, Sergipe, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Os outros quatro estados da região, por sua vez, registraram melhorias no indicador: Alagoas, Pernambuco, Maranhão e Piauí. Além disso, a região possui a capital com a menor incidência de internações por acidentes do país, São Luiz.
A conclusão é de um estudo realizado pelo Super App Gringo, em parceria com Centro de Liderança Pública (CLP). Os dados serão apresentados no “Ranking de Competitividade dos Estados 2023”, e servem de reforço para a campanha Maio Amarelo, uma iniciativa organizada por diferentes entidades para conscientização para redução de sinistros de trânsito.
O pior estado da região neste indicador foi o Piauí, que registrou 171,4 casos por 100 mil habitantes em 2023, sendo o terceiro pior do país neste indicador, apesar de ter melhorado em relação ao período pré-pandemia. Na edição de 2020 do ranking, que leva em conta os dados compilados antes da pandemia, o número era de 225,6. Na sequência entre os piores da região no indicador está o Rio Grande do Norte, que passou de 122,9 em 2020 para 162,5 em 2023. Também aumentaram o número de internações em decorrência de acidentes de trânsito o Ceará, que saltou de 124,5 para 127,5, a Paraíba de 119,7 para 126,0, Sergipe de 104,9 para 118,2 e Bahia de 73,3 para 92,3. Confira abaixo o desempenho de todos os estados da região:
Os dados sobre internações causadas por acidentes a cada 100 mil habitantes compõem o índice de morbidade no trânsito, que leva em conta as informações atualizadas do DataSUS até o ano passado. Esse índice vai compor a edição dos rankings de competitividade dos Estados e dos Municípios que serão divulgados neste ano.
Taxa por Município
No recorte por municípios, a região possui a capital brasileira com o menor registro de internações, São Luiz (MA) com 4,2 casos para cada 100 mil habitentes. Recife (PE) é a segunda colocada da região com 35,5 internações, Salvador (BA) tem 62,9 casos, Aracaju (SE) 78,7, Natal (RN) 107,2, Fortaleza (CE) 107,8, Maceió (AL) 132,5, João Pessoa (PB) 163,1 e Teresina (PI) 297,3 casos de internações por 100 habitantes.
Para além das capitais, Guanambi (BA) é o pior colocado da região no indicador de morbidade nos transportes, com 606,8 internações a cada 100 mil habitantes, ocupando a 412ª posição entre os 415 municípios com 80 mil habitantes analisados no país. Barra do Corda (MA) registrou 426,3 (405ª posição) e Jacobina (BA) 340,5 casos (401º posição).
Já os municípios com a menor taxa de internações causadas por acidentes no trânsito a cada 100 mil habitantes da região estão no estado do Maranhão, Poço Lumiar (MA) tem 1,6 caso, sendo o segundo melhor colocado do país. São Luís (MA) tem 4,2 internações e São José de Ribamar (MA) registra 5,5 casos.
Dos 90 municípios do Nordeste, 23 possuem menos de 50 casos de morbidade por 100 mil habitantes, o que equivale a 25,56% do total dos municípios da região. 10 municípios, por sua vez, possuem entre 50 e 75 casos, o que equivale a 11,11%, 13 municípios possuem entre 75 e 100 casos, o que representa 14,44% da região, 16 municípios possuem entre 100 e 150 casos, equivalente a 17,78% e 28 municípios possuem mais de 150 casos, representando 31,11% dos municípios analisados na região.
Mortalidade. Já os indicadores de mortalidade, que contabiliza os mortos por acidentes a cada 100 mil habitantes os dados do estudo são do Ranking de Competitividade 2022, que são os dados mais atualizados disponíveis. Entre as capitais da região, Salvador (BA) possui o menor índice com 6,9 mortes a cada 100 mil, seguida por Fortaleza (CE) com 11,8 mortes, Natal (RN) com 12,1, São Luís (MA) com 19,3, João Pessoa (PB) com 20,7, Maceió (AL) com 20,9, Aracaju (SE) com 22,2, Recife (PE) com 24,9 e com o pior índice Teresina (PI) com 33,9 mortes a cada 100 mil habitantes.
Em relação aos estados, o ranking considera Rio Grande do Norte o melhor posicionado da região, com 12,3 mortes a cada 100 mil habitantes, na sequência, Ceará registrando 14,2 mortes, Bahia com 15,4, Pernambuco com 16,1, Sergipe com 16,9, Maranhão com 19,6, Paraíba com 19,7, Alagoas com 20,2 e o mais alarmante, Piaui com 29,02 mortes a cada 100 mil habitantes.
Ranking 2023
Com o objetivo de alavancar iniciativas de conscientização para a redução de acidentes de trânsito, o CLP e o Super App Gringo realizaram um diagnóstico aprofundado da situação do país a partir de dois indicadores: mortalidade e morbidade nos transportes.
A iniciativa pretende chamar atenção da sociedade, para a importância do tema trânsito, além de estimular a participação do setor público e privado no debate. “Desta maneira, contribuímos para o Movimento Maio Amarelo, que tem como meta chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo”, afirma o diretor-presidente do CLP, Tadeu Barros.
O estudo analisa os indicadores de mortalidade e morbidade nos transportes dos 27 estados da federação e dos 415 municípios do país com mais de 80 mil habitantes. Os dois indicadores compõem o Ranking de Competitividade dos Estados e dos Municípios, no pilar de Segurança, com base no DataSUS.