Equidade de gênero e equilíbrio entre família e trabalho devem ser prioridades desde a seleção
Por: Wilma Dal Col
A igualdade de gênero só deverá ser atingida daqui a 135 anos, de acordo com os dados mais recentes do Fórum Econômico Mundial (FEM). A crise sanitária global atrasou o objetivo em 36 anos, o que representa uma geração inteira. Essa disparidade é uma batalha de interesse não só das mulheres e das pessoas capazes de gestar, mas de todo o cenário corporativo que conta com a força de trabalho das mães, dentro e fora das companhias.
As figuras maternas no núcleo familiar, seja ele em qualquer configuração, desempenham papéis sociais basilares. Para Wilma Dal Col, Diretora de Gestão Estratégica de Pessoas e responsável pela Gestão de Talentos do ManpowerGroup Brasil, incluí-las no ambiente corporativo de forma consistente e afirmativa é o primeiro passo.
“O caminho para contemplar mães começa na garantia da igualdade de oportunidades. Isso significa que as empresas devem adotar práticas que favoreçam a contratação de mulheres, como a divulgação de vagas em canais voltados a esse público e a implementação de políticas de inclusão”, destaca a executiva.
Em seguida, vem a oferta de condições de trabalho que permitam e apoiem a conciliação entre filhos e carreira, permitindo às mães equilibrarem – com saúde e sem culpa – as responsabilidades familiares e atividades profissionais. Entre as medidas que podem ser adotadas estão a flexibilização de horários e o teletrabalho, além dos benefícios.
“As empresas podem oferecer planos de saúde que incluam as crianças na cobertura, auxílio-creche, licença-maternidade e paternidade ampliadas, além de programas de desenvolvimento profissional que contemplem a maternidade”, destaca Wilma.
Outro ponto importante é identificar quantas mães estão presentes no quadro de colaboradores e, a partir disso, traçar indicadores para serem mensurados e acompanhados, como resultados de representação, de contratação e de promoção. Só assim a empresa conseguirá adotar medidas que realmente tragam benefícios aos funcionários e sirvam de exemplo para outros negócios.
Por fim, a especialista destaca a importância de criar um ambiente de trabalho acolhedor e inclusivo para todos e, no mês de maio, particularmente, entende-se que muitas vezes esquecemos de proporcionar um ambiente também mais inclusivo para as mães. “Lidar com o desenvolvimento e crescimento de uma criança não é tarefa fácil, envolve uma boa dose de trabalho físico e emocional, o que em si mesmo, muitas vezes já revela grandes habilidades e competências necessárias ao mundo corporativo. A inclusão deve estar em todos os níveis hierárquicos, garantindo que as figuras maternas tenham voz e espaço para contribuir com suas ideias e habilidades em pé de igualdade com todos os colaboradores”, conclui Wilma.