Tratamentos e diagnóstico precoce aumentaram a sobrevida, mas sistemas de saúde agora precisam atender jovens adultos com doenças de coração
Por: Marcelo Cajueiro|Assessoria de Imprensa do INC
A população de adultos com cardiopatias congênitas – pessoas que nasceram com doença cardíaca – tem crescido continuamente, o que cria novos desafios para os sistemas de saúde, alerta o Instituto Nacional de Cardiologia (INC), no Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita, 12 de junho.
A cardiopatia congênita é qualquer anormalidade na estrutura ou função do coração que surge na gestação. Cerca de 1% dos bebês nascidos vivos no mundo tem cardiopatia congênita. No passado, grande parte dessas crianças morria antes de se tornar adulto. Mas nas últimas duas décadas, a mortalidade por cardiopatia congênita em crianças caiu quase três vezes, graças a avanços nas técnicas cirúrgicas e hemodinâmicas de tratamento e nos diagnósticos cada vez mais precoces e precisos – por vezes, já em fetos no útero das mães.
A população de adultos cardiopatas congênitos vem crescendo continuamente. Um estudo de 2018 estimou que existem cerca de 50 milhões de adultos portadores de cardiopatia congênita no mundo. No Brasil, não há um número estimado para a população, mas nosso país segue a mesma tendência mundial.
O aumento da sobrevida é uma excelente notícia. Mas os sistemas de saúde enfrentam o desafio de atender um número crescente de crianças, adolescentes e jovens adultos com doenças cardíacas – em contraste com o paciente cardíaco usual, que desenvolve a doença a partir da meia-idade e sobretudo na velhice.
A condição de vida dos jovens com cardiopatias congênitas depende do tipo de doença do indivíduo. A maioria pode trabalhar e levar uma vida relativamente normal, mas precisa de acompanhamento médico e atentar para uma série de restrições. Por exemplo, jovens com cardiopatias congênitas, em geral, podem (e devem) realizar atividade física, mas a intensidade do esforço deve ser adequada à sua condição. Parte das mulheres com cardiopatia congênita pode ter restrições quanto à gravidez.
“A população de cardiopatas congênitos adultos não só está crescendo, mas também envelhecendo. Daí a necessidade de equipes médicas com expertise em cardiopatia congênita no adulto”, ressalta a Dra. Maria Carolina Terra Cola, coordenadora do Serviço de Cardiopatia Congênita no Adulto do INC.
Para esclarecer as dúvidas, o INC realizará nessa terça-feira (13/06), das 8h às 10h, o evento “Vivendo com Cardiopatia Congênita”, voltado para pacientes, familiares e outros interessados. Cabe ressaltar que o INC é referência do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro no tratamento de crianças e adultos com cardiopatias congênitas.
O evento contará com palestras da Dra. Maria Carolina, Dra. Renata Mattos (chefe de Divisão de Cardiologia Pediátrica do INC) e outros especialistas da equipe do Instituto. Eles esclarecerão todas as dúvidas sobre o diagnóstico das doenças, tratamento, internação na infância, saúde bucal, vacinas, transição para a adolescência, atividades físicas, contracepção e gravidez.
O evento será no auditório do prédio do INC (Rua das Laranjeiras, 374). As inscrições são gratuitas pelo e-mail inc50anos@gmail.com.