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Vendas caem 1,8% no primeiro semestre

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O desempenho do setor no semestre foi impactado pelos juros elevados, alto endividamento e inadimplência das famílias

por Agência Brasil 61

De acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), as vendas de cimento no primeiro semestre de 2023 totalizaram 30,3 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 1,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O desempenho do setor nesse semestre foi impactado pelos juros elevados, alto endividamento e inadimplência das famílias.

Apenas em junho, as vendas de cimento alcançaram 5,3 milhões de toneladas, um aumento de 1,3% em relação ao mesmo mês de 2022. Os setores de construção imobiliária e infraestrutura, que são os principais impulsionadores do consumo de cimento, desaceleraram no período devido à dificuldade de acesso ao crédito causada pela alta taxa de juros, redução de lançamentos imobiliários, operações de financiamento e renda no nível pré-pandemia.

Segundo pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os setores da indústria, serviços, comércio e construção registraram altas, com exceção do último junho, devido à percepção de uma demanda fraca nos próximos meses. No entanto, essa visão pessimista não se aplica a todas as áreas da construção, influenciadas pelas novas regras do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), anunciadas pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (CCFGTS). Essas regras incluem o aumento do subsídio para unidades habitacionais, o valor do imóvel financiado e a redução da taxa de juros para famílias de baixa renda, impulsionando a construção residencial.

Houve uma melhora na confiança da indústria e do consumo, que avançou em junho e atingiu o maior nível desde fevereiro de 2019. Esses resultados foram motivados pelo alívio na inflação e pela expectativa de queda dos juros. No entanto, ainda é cedo para confirmar um otimismo devido à alta taxa de endividamento das famílias, baixo nível de estoques de obras e demanda fraca.

A taxa de juros continua dificultando o acesso ao crédito e também é responsável pela diminuição das vendas de unidades imobiliárias, o que compromete ainda mais o desempenho da indústria do cimento. Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC, afirma: “A economia do Brasil começa a apresentar sinais de recuperação, com a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), controle da inflação e melhora dos indicadores do mercado de trabalho. Ainda assim, a indústria brasileira do cimento segue cautelosa em relação ao seu desempenho, apontando para uma estabilidade nas vendas em 2023 em comparação ao ano anterior”. O setor continua atento à possibilidade de redução da taxa Selic a partir de agosto, além da aprovação do arcabouço fiscal e da reforma tributária, consideradas fundamentais para equalizar a carga tributária e promover a reindustrialização necessária para o crescimento do Brasil.

Foto de Capa: Divulgação|Brasil Mineral

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745