Estudo brasileiro analisa as características que dificultam o ser humano lidar bem com mudanças
por MF Press
De acordo com um novo estudo intitulado “Doenças do lobo frontotemporal: Dificuldades de aprendizado” publicado na revista científica “Cuadernos de Educación y Desarrollo”, mudar é essencial para se adaptar a novos cenários. No entanto, muitas pessoas encontram dificuldades nesse processo, e essa resistência não está necessariamente ligada ao saudosismo, mas também a características neurais.
O estudo, realizado pelo Dr. Bora Kostic, Médico e Cirurgião Geral, juntamente com o Dr. Fabiano de Abreu, Pós PhD em neurociências, e o Dr. Luiz Felipe, Médico Ortopedista, do Centro de Pesquisas e Análises Hieráclito – CPAH, sugere que aspectos biológicos podem interferir na compreensão humana.
Segundo o estudo, os seres humanos, por sua própria natureza, já possuem certa dificuldade em assimilar novas opiniões. No entanto, a dificuldade em aceitar uma realidade pode ser atribuída a disfunções neurais. O estudo destaca que características como genética, ambiente e até mesmo patologias podem influenciar a resistência a mudanças de comportamento.
A genética tem um papel direto na habilidade cognitiva das pessoas, mas também pode ser influenciada por fatores externos, como traumas ambientais, problemas no nascimento, deficiências nutricionais e necessidades sociais. O estudo destaca o impacto das redes sociais e da internet na vida cotidiana, onde as pessoas tendem a se tornar dependentes dessas tecnologias para se sentirem incluídas na sociedade.
Além disso, o estudo ressalta que memórias já consolidadas podem afetar a capacidade de aceitação de novas ideias, e doenças nas regiões frontal e temporal do cérebro podem dificultar a interpretação das interações sociais. O córtex pré-frontal, responsável pelas habilidades cognitivas e de julgamento, é especialmente afetado por essas doenças.
Transtornos também podem impactar o controle do comportamento e a forma como o cérebro interpreta informações. O lobo frontal do cérebro, relacionado ao comportamento, é responsável pelo controle de funções executivas, como planejamento, controle inibitório, tomada de decisões e memória de trabalho. Transtornos podem afetar essas funções, levando a uma visão distorcida da realidade influenciada pelas emoções.
Indivíduos com disfunções no lobo pré-frontal podem tomar decisões e agir com base em suas emoções e urgências emocionais. Eles podem ser sensíveis à crítica, interpretando comentários negativos como ataques pessoais, e podem apresentar comportamentos rudes, exigentes, dependentes e ingratos, que contradizem seus sentimentos sensíveis, conforme destaca o estudo.