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Governo lança programa Desenrola Brasil para renegociação de dívidas e beneficia milhões de brasileiros

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O programa será executado em três etapas, sendo que as duas primeiras já estão em vigor desde a data de lançamento

por Jornal do Sudoeste

O Desenrola Brasil, programa do governo federal voltado para a renegociação de dívidas, teve início nesta segunda-feira (17) e tem o potencial de beneficiar até 70 milhões de pessoas. O programa será executado em três etapas, sendo que as duas primeiras já estão em vigor desde a data de lançamento. A primeira etapa consiste na exclusão do cadastro de devedores daqueles que possuem dívidas de até R$ 100. Já a segunda etapa é voltada para a renegociação de dívidas bancárias de brasileiros classificados na faixa 2 do programa.

De acordo com Alessandro Azzoni, advogado, economista e conselheiro deliberativo da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o programa traz benefícios ao possibilitar o acesso ao crédito e ao consumo para uma parcela da população, além de estimular a saúde financeira. Azzoni destaca que, ao renegociar suas dívidas, as pessoas começam a ter uma melhora em sua saúde financeira, o que gera um excedente de recursos e a possibilidade de consumir mais.

A primeira etapa do programa beneficiará pessoas físicas com dívidas de até R$ 100, que serão retiradas do cadastro de devedores. Com isso, as restrições são reduzidas e essas pessoas poderão, por exemplo, voltar a ter acesso ao crédito ou fazer contratos de aluguel, desde que não possuam outras restrições. Estima-se que cerca de 1,5 milhão de pessoas sejam beneficiadas com essa etapa.

A segunda etapa beneficia pessoas físicas com renda de até dois salários mínimos (equivalente a R$ 2.640) e dívidas em bancos, sem limite de valor, que foram negativadas até 31 de dezembro de 2022. Essa faixa, conhecida como Faixa 2, oferece a possibilidade de renegociação diretamente com os clientes por meio dos canais das instituições financeiras. Cada banco estabelece suas próprias condições para a negociação. Estima-se que mais de 30 milhões de pessoas sejam beneficiadas por essa renegociação.

Até o momento, nove instituições financeiras aderiram ao programa: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, C6 Bank, Banco Inter, Itaú, Banco PAN, Santander e Sicoob. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) ressalta que o programa cumpre um papel essencial no atual momento financeiro delicado das famílias brasileiras, ao buscar a redução das dívidas de um maior número possível de pessoas. Através do Desenrola Brasil, o crédito, um dos principais impulsionadores do crescimento econômico, pode ser concedido de forma responsável e de acordo com as necessidades dos tomadores.

Os beneficiários dessas etapas são aqueles que poderão impulsionar a economia, como explica o economista da MAG Investimentos, Felipe Rodrigo. Ao sair do cadastro de inadimplentes, essas pessoas terão novamente acesso ao crédito em bancos, possibilitando a aquisição de automóveis, a compra de imóveis ou a aquisição de eletrodomésticos, por exemplo. Rodrigo destaca que, ao deixar de serem considerados negativados, esses indivíduos voltam a ser elegíveis para tomar crédito e consumir.

A terceira e última etapa do programa está prevista para setembro e abrangerá devedores com renda de até dois salários mínimos ou inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), que possuem dívidas financeiras de até R$ 5 mil.

Foto de Capa: Marcello Casal Jr|Agência Brasil

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