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Desvendando o poder da criatividade no processo de resolução de problemas

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A criatividade desempenha um papel fundamental na busca por soluções inovadoras para os desafios do dia a dia

por Jornal do Sudoeste

É por meio da criatividade que somos capazes de gerar insights, ideias não convencionais que surgem repentinamente em nossa mente, permitindo-nos enxergar além do óbvio.

No livro “Pensando Claramente: Uma Visão da Bondade”, o autor explora o processo criativo, os insights e o salto cognitivo, analisando sua inter-relação e discutindo modelos mentais e ideias preconcebidas. A obra apresenta uma série de exercícios de imaginação que explicam como funcionam os insights e o salto cognitivo, como o desafio proposto por Kevin Ashton em seu livro “A história secreta da criatividade”, no qual as pessoas são convidadas a encontrar três soluções para um problema específico.

Imagine-se em uma sala com uma porta de madeira, uma vela, uma cartela de fósforos e uma caixa de tachinhas. Como prender a vela à porta de forma que possa ser acesa, queime normalmente e crie uma luz para leitura?

Uma solução seria derreter parte da vela e utilizar a cera derretida para fixá-la na porta. Outra opção seria prender a vela à porta com as tachinhas. Ambas as soluções podem funcionar, mas não são muito eficientes. No entanto, a terceira solução, que apenas uma minoria encontra, é mais eficiente e criativa. Consiste em esvaziar a caixa de tachinhas, fixá-la na porta com uma tachinha e usar a caixa como suporte para a vela. Essa solução se destaca por utilizar um material, a caixa, para um propósito diferente de sua função original. Em algum momento, ocorre uma mudança de perspectiva, em que a pessoa deixa de ver a caixa como um objeto para guardar tachinhas e começa a vê-la como algo capaz de sustentar a vela.

Essa mudança de leitura é o que chamamos de insight, uma clareza súbita na mente que nos permite desvendar cenários diferentes e dar um salto cognitivo. Psicólogos também elaboram problemas desse tipo, e todos eles podem ser solucionados da mesma maneira: mudando o foco intuitivo que estamos predispostos a utilizar.

Kevin Ashton embasa sua análise no trabalho do psicólogo alemão Karl Duncker, realizado na década de 1940, na monografia intitulada “On Problem Solving”, considerada uma revolução e uma transformação no entendimento da ciência do cérebro, conhecida como “revolução cognitiva”. O método de Duncker consistia em apresentar problemas às pessoas, solicitando que pensassem em voz alta enquanto tentavam resolvê-los, a fim de compreender a estrutura do pensamento dessas pessoas.

Durante o estudo, Duncker questionava como uma solução significativa poderia ser encontrada e concluiu que “se uma situação é apresentada dentro de uma determinada estrutura perceptiva, o pensamento só alcança uma estrutura contrária ao vencer a resistência da estrutura anterior”. Ou seja, ideias antigas podem obstruir as novas. Muitas vezes, avançamos quando fazemos a pergunta certa. A pergunta certa é muito mais importante do que a resposta. Um problema sem solução pode ser resultado de uma formulação inadequada. Diante de um problema ou dilema, é essencial nos perguntarmos o que é possível fazer para solucioná-lo.

Explorando o poder da criatividade e dos insights, podemos abrir caminho para soluções surpreendentes e inovadoras, superando os obstáculos que encontramos em nosso cotidiano.

Foto de Capa: reprodução|internet

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