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Aumento de 150% em 14 anos: Infartos preocupam autoridades de saúde

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Os problemas cardiovasculares já são a principal causa de morte tanto para homens quanto para mulheres no Brasil

Por Centralpress

Dados alarmantes divulgados pelo Instituto Nacional de Cardiologia (INC) revelaram um crescimento significativo nas internações por infarto no Brasil ao longo de 14 anos. De acordo com o Sistema de Internação Hospitalar do Datasus, do Ministério da Saúde, entre 2008 e 2022, a média mensal de internações por infarto entre homens aumentou de 5.282 para 13.645, um aumento de 158%. Entre as mulheres, a média foi de 1.930 para 4.973, um aumento de 157%. Especialistas apontam diversas razões para essa tendência preocupante.

Um fator que chamou a atenção dos pesquisadores foi o aumento do número de infartos durante os meses de inverno. Em 2022, esse tipo de ocorrência foi 27% maior na temporada de frio em comparação ao verão, afetando tanto homens quanto mulheres. A médica cardiologista Chiu Yun Yu Braga, supervisora do Internato de Urgência e Emergências do curso de Medicina da Universidade Positivo (UP), destaca que os grupos de risco não mudaram ao longo do tempo, continuando a incluir idosos, hipertensos, diabéticos, fumantes e pessoas com colesterol elevado. No entanto, ela ressalta que a falta de acompanhamento médico durante a pandemia também contribuiu para o aumento desses casos.

“Muitos pacientes deixaram de receber qualquer tipo de acompanhamento. Com o fechamento dos estabelecimentos de saúde, não houve atendimento adequado para doenças cardiovasculares. Mesmo após a pandemia, as consultas ainda não foram normalizadas”, revela Braga.

Os problemas cardiovasculares já são a principal causa de morte tanto para homens quanto para mulheres no Brasil. Entre 2017 e 2021, cerca de 7.368.654 pessoas faleceram devido a essas doenças no país. Contudo, o risco de problemas cardíacos não se limita apenas a esse grupo, e durante o inverno, os cuidados devem ser redobrados, pois a probabilidade de ocorrer um infarto é maior.

Segundo a médica cardiologista, o frio está relacionado a diversas condições que podem aumentar as chances de um infarto, tais como o aumento da pressão arterial e da atividade nervosa simpática, que acelera os batimentos cardíacos e causa constrição dos vasos sanguíneos do coração. Além disso, doenças respiratórias comuns no inverno também podem mascarar uma doença cardíaca, levando ao infarto.

A especialista destaca que é fundamental estar atento a alguns sinais que podem indicar um possível infarto, como dores no peito após esforço físico, falta de ar, cansaço e sensação de desmaio. Ademais, o próprio infarto pode ser a primeira manifestação de doenças cardiovasculares, tornando a prevenção imprescindível.

“É importante tratar as doenças que aumentam o risco de infarto. Para prevenir, é indicado reduzir a exposição ao frio, manter-se bem hidratado e adotar hábitos de vida saudáveis”, enfatiza a cardiologista. “Uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes, carnes magras, grãos, oleaginosas e cereais integrais, além de praticar atividade física regularmente, proteger-se contra infecções respiratórias e manter as consultas médicas em dia são medidas importantes para prevenir esses eventos graves”, completa.

Foto de capa: Reprodução Internet

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