O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania recebeu 17,5 mil denúncias de violência sexual contra crianças, o que equivale a um caso a cada 10 minutos
Por Comunicação/Agência LC
O abuso infantil é uma triste realidade no Brasil, com um alto número de denúncias registradas. Somente nos primeiros quatro meses deste ano, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania recebeu 17,5 mil denúncias de violência sexual contra crianças, o que equivale a um caso a cada 10 minutos. Vale ressaltar que pesquisas indicam que esse número pode ser ainda maior, já que cerca de 90% das vítimas não relatam o crime.
Diante dessa alarmante situação, surge a questão: como podemos ajudar as crianças a se protegerem desses abusos? E de que maneira os pais podem torná-las menos vulneráveis, ensinando-as a reconhecer e reportar tais situações de violência? Para abordar esse tema crucial, a psicóloga, orientadora educacional e autora do livro infantil “O poder de me proteger”, Mariana Motta, compartilha cinco dicas importantes para serem implementadas no cotidiano familiar:
- Crie um canal de comunicação desde cedo: Desde tenra idade, é fundamental que as crianças saibam que podem e devem conversar com seus pais sobre qualquer coisa. É essencial que se sintam ouvidas e validadas, compreendendo que o lar é um ambiente seguro para compartilhar sentimentos, dúvidas, medos ou inseguranças. Ao estabelecer uma rede de proteção e confiança, aumentam-se as chances de a criança pedir ajuda quando necessário.
- Aprenda sobre a realidade do abuso: O conhecimento dos adultos sobre o abuso sexual infantil é um pilar importante na prevenção. Existem muitos mitos e equívocos em torno desse tema, por isso, compreender a realidade, identificar as técnicas utilizadas pelos abusadores, reconhecer os sinais de alerta e outras questões relacionadas são medidas eficazes e essenciais para proteger os pequenos.
- Respeite o espaço da criança: É crucial que as crianças entendam que são donas de seus próprios corpos e têm o poder de decidir quando, como e por quem desejam ser tocadas. Jamais force seu filho a dar abraços ou beijos em alguém se ele não se sentir à vontade. Ao respeitar sua autonomia, você ensina a importância de respeitar o corpo do outro e ter o próprio corpo respeitado também.
- Fale sobre partes íntimas: Desmistificar esse assunto é essencial. Ensine as crianças os nomes corretos das partes íntimas para que elas compreendam claramente seus corpos. Explique quem pode ver e tocar essas partes, e para quê. Assim, elas terão o vocabulário e o entendimento necessários para relatar qualquer situação anormal.
- Ensine o conceito de “seguro” e “inseguro”: É fundamental que as crianças reconheçam o que lhes proporciona segurança – toque seguro, segredo seguro e relacionamentos seguros. Compreendendo esses conceitos, elas se tornam capazes de identificar situações inseguras, e é responsabilidade dos adultos ensiná-las a lidar com essas situações.
É responsabilidade de todos proteger as crianças contra abusos sexuais, e essas dicas podem servir como um guia valioso para os pais garantirem a segurança e o bem-estar de seus filhos. A prevenção começa em casa, com uma comunicação aberta, conhecimento sobre o tema e respeito à autonomia das crianças.