O projeto inédito no Brasil de uso do ozônio na recuperação de solo e água contaminados por metais pesados, desenvolvido entre 2013 e 2016 em Minas Gerais e Santa Catarina, virou livro. O estudo realizado por um grupo de instituições brasileiras, incluindo a Unesc (Universidade do Extremo Sul Catarinense), de Criciúma, em minas de urânio e carvão concluiu a viabilidade e eficácia do uso do gás para este fim. Todo o processo deste projeto foi detalhado na obra “Ozônio na Recuperação de Solos e Recursos Hídricos por Mineração”, que será lançada pela Editora Unesc no dia 12 de abril, às 19 horas, no Auditório Edson Rodrigues, no campus da Universidade.
O projeto “Processo de geração e transferência de ozônio na recuperação de solos e recursos hídricos contaminados por metais pesados em mina de urânio”, iniciou em 2013 em Caldas, Minas Gerais e no fim de maio de 2015 os estudos iniciaram em Siderópolis, Santa Catarina, na mina desativada São Geraldo. “Os estudos demonstraram que esta tecnologia tem eficácia e é competitiva em comparação a outras já utilizadas. Em um momento em que enfrentamos carência de recursos hídricos, é bastante apropriado que essa tecnologia seja aplicada”, comenta o professor doutor da Unesc, Elídio Angioletto, quem coordena os trabalhos de pesquisa do projeto.
Ele explica que o ozônio faz o papel do cloro, apresentando benefícios a mais. A água tratada pode ser utilizada para diversos fins, como irrigar lavouras, para a criação de peixes, para esportes aquáticos e para animais beberem.
Segundo Angioletto, o objetivo do livro é divulgar a tecnologia e os resultados obtidos, sendo uma espécie de prestação de contas para a sociedade, já que a pesquisa teve aporte financeiro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O projeto também teve a participação de acadêmicos da Unesc, que são coautores do livro.
Parceria
A Unesc, por meio do Iparque (Parque Científico e Tecnológico) faz parte de um grupo formado pela Fundação Patria (Fundação Parque de Alta Tecnologia da Região de Iperó e Adjacências), pela empresa Brasil Ozônio, de São Paulo e pela INB (Indústrias Nucleares do Brasil), com sede em Caldas, Minas Gerais, que aprovou junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) uma concessão de apoio não reembolsável de R$ 9,6 milhões. O projeto está orçado em R$ 10,8 milhões e a Brasil Ozônio, fornecedora dos geradores de ozônio, é responsável por uma contrapartida de R$ 1,2 milhão.
O projeto conta também com a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) e da Comissão de Energia Nuclear (CNEN). A Unesc entrou no projeto como Instituição Tecnológica e responsável técnica por aplicar, avaliar e construir indicadores de eficácia da aplicação de ozônio nos solos e nas águas.
O livro será doado para instituições do Brasil e do exterior e pode ser baixado gratuitamente no link http://repositorio.unesc.net/h
No mesmo evento, a Editora Unesc também lançará a Cartilha de Inovação e Propriedade Intelectual.
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