Enquanto o Brasil abraça tecnologias de pagamento, o uso de dinheiro em papel persiste, revelando nuances socioculturais e desafios na transição para o digital. Relatório e números do Banco Central sinalizam a coexistência de diferentes métodos
Por Comunicação/ Conttato
O dinheiro físico, uma peça essencial para a interação social, continua a ter um papel fundamental nas transações comerciais. Desde aquisições nos supermercados até negócios corporativos, a moeda em papel desempenha um papel ubiquamente relevante na sociedade, permeando todas as fases da vida humana.
Com a constante evolução tecnológica, que trouxe consigo alternativas como cartões de crédito, débito e o sistema Pix, o Brasil, historicamente acostumado ao uso de dinheiro em espécie, presencia um declínio gradual na aderência a essa forma de pagamento. De acordo com o relatório “WorldPay from FIS”, aproximadamente 35% das transações financeiras realizadas no Brasil em 2022 ainda foram conduzidas com dinheiro físico.
Embora esse percentual possa parecer modesto, ele retrata as nuances sociais presentes na sociedade brasileira. Enquanto uma parte significativa da população abraça a conveniência dos bancos digitais e transações online, outra parcela, com acesso limitado à tecnologia, mantém a preferência pelo dinheiro em mãos.
Além da expansão do sistema Pix, outras tecnologias como o Real Digital estão à vista no horizonte brasileiro. No entanto, a mudança completa na cultura de pagamento demanda compreensão das particularidades de uma nação de proporções continentais, como o Brasil.
O varejo tem sido historicamente uma força motriz na economia do país. Locais emblemáticos como a Rua 25 de Março e o Mercado do Brás em São Paulo, o Mercado Popular Uruguaiana no Rio de Janeiro e o Mercado Central em Fortaleza representam pontos-chave na relação entre consumidores e comerciantes.
Nesses espaços, o uso do dinheiro em espécie ainda prevalece, apesar do crescente uso de cartões e do Pix por parte dos lojistas.
O Banco Central recentemente divulgou dados que refletem a resiliência do dinheiro físico. Segundo o órgão, a circulação de moeda em espécie aumentou 1% em 2022 em comparação com o ano anterior, passando de R$339 bilhões em 2021 para R$342,3 bilhões em 2022.
Embora se possa prever uma diminuição gradual desses números nos anos vindouros e mesmo que a transição para o digital seja uma perspectiva clara, a sociedade brasileira não pode negligenciar a presença contínua do dinheiro físico. O futuro, embora aponte para uma transformação digital, não pode simplesmente eliminar uma parte da população que ainda confia e utiliza o dinheiro em espécie. Qualquer mudança nesse sentido, se ocorrer, será um processo gradual que respeitará as diversas realidades presentes na sociedade.