PREÂMBULO:
30/03/1818 – Alvará proibindo o funcionamento das Lojas Maçônicas no Brasil. Oficialmente abolida pela lei de 20/10/1823.
02/06/1822 – Instalação da sociedade secreta Nobre Ordem dos Cavaleiros de Santa Cruz, denominada APOSTOLADO (MAÇONARIA). O Apostolado foi fechado violentamente por Pedro I em 16/07/1823.
Em 05 de agosto de 1822 houve eleição do príncipe D. Pedro, e depois D. Pedro I, para Grão-mestre da Maçonaria. “O Grande Oriente, a famosa Loja Maçônica da Corte, desempenhou papel preponderante nos movimentos políticos da época” cujas ideias culminou com a independência do Brasil.
20/08/1822 – Em sessão do Grande Oriente, presidida por Joaquim Gonçalves Ledo pronuncia um discurso e declarava ser chegada à ocasião de proclamar a independência do brasil.
Resolveu-se que o querido irmão Guatimozim [símbolo adotado] D. Pedro de Alcântara, príncipe regente e defensor perpétuo, fosse aclamado rei do Brasil , sob a monarquia constitucional representativa, com sucessão à sua dinastia; que isso se comunicasse logo às Províncias e por todos os meios aos nossos irmãos e amigos, a fim de remover quaisquer dúvidas ou obstáculos, cujo ato deveria efetuar-se no dia 12 de outubro, aniversário natalício do monarca, esforçando-se todos para o desempenhar e propagar. (Ata da Sessão do Grande Oriente).
A maçonaria teve, portanto, papel importante na consolidação da Independência do Brasil, ocorrida em 7 de setembro de 1822.
A entidade é portadora de um conjunto de símbolos (esquadro, compasso, entre outros) e ritos, um ideário geral de caráter universalista e humanista, em defesa da ideia de progresso e de aperfeiçoamento gradual da humanidade. São instituições reservadas ou secretas, que praticam ajuda mútua, a filantropia, com tendências políticas variadas. Inicialmente, só acessível ao sexo masculino.
A palavra francesa maçom significa pedreiro, por ser fundada inicialmente por profissionais pedreiros, juntamente com arquitetos, pintores e outros artistas da arte.
A Franco-maçonaria, a maior e mais ampla fraternidade do mundo. Sua origem remonta à associação de maçons medievais, inicialmente limitada a pedreiros, construtores de catedrais e não católicos, que, na Inglaterra, começaram a admitir como membros homens ricos ou com um certo nível social. Essas associações se converteram gradualmente em sociedades fiéis a ideais, tais como a fraternidade, a igualdade e a paz. Em suas reuniões, tratavam de acontecimentos políticos e sociais.
A liberdade de pensamento e o racionalismo são princípios fundamentais da maçonaria, sociedade com adeptos em todo o mundo que em muitos países e diferentes épocas apoiaram as lutas pela independência e outros movimentos políticos progressistas. Foi o caso do Brasil.
A maçonaria é uma instituição filosófica, filantrópica e evolucionista, que proclama a prevalência do espírito sobre a matéria e empenha-se no aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade.
O deputado Girão (Maçom) declarou em comemoração ao Dia do Maçom comemorado em 20/08, o seguinte: – A maçonaria não é uma religião, não é um partido, tampouco um clube social. É a união de homens livres de bons costumes, uma sociedade filosófica e universal. Suas Oficinas são chamadas de Lojas, encontradas nos cinco continentes do planeta. Temos segredos mas não somos secretos. Fazemos questão de valorizar diariamente a história da nossa ordem.
No dia 24 de junho de 1717, fui fundada a grande Loja de Londres, com o código que serviu de modelo para as demais no mundo, da qual surgiram todas as outras lojas. Toda loja tem, pelo menos, o venerável mestre, dois vigilantes, o orador, o secretário, o companheiro e o aprendiz.
No Brasil , a maçonaria teve início no século 18 com destacada atuação nos movimentos político, sobretudo as lojas do Apostolado e do Grande Oriente, da qual o imperador foi membro sob o pseudônimo de Guatimozim. Fizerem parte também, Antonio Carlos e José Bonifácio de Andrada e Silva, este o primeiro Grão-Mestre.
Segundo o historiador , jornalista e maçom, Hipólito da Costa (UFBA) fundador de um dos primeiros jornais brasileiro, o Correio Braziliense, a revolução pernambucana de 1817, planejada por membros da maçonaria, seria a independência do Brasil. Os principais líderes do movimento foram fuzilados e outros presos.
Neste ano, Dom João VI proíbe a maçonaria no Brasil, que vai então para a clandestinidade e passam a atuar de forma secreta, até que em 1822, com a volta de Dom João VI para Portugal, a maçonaria emerge novamente.
O conflito entre a Igreja católica e a maçonaria atingiu proporções intensas com a chamada Questão Religiosa na década de 1870, levando a um confronto entre a Coroa imperial e a Igreja, com repercussões no período republicano.
No Brasil, a separação entre a Igreja e o Estado foi efetivada em 7 de janeiro de 1890, pelo Decreto nº 119-A, e constitucionalmente consagrada desde a Constituição de 1891. O Brasil tornou-se um Estado laico, sem quaisquer envolvimentos religiosos.
É entendimento da maçonaria que a religião é um assunto exclusivo do indivíduo. Não se identifica com nenhuma religião em particular, embora exija dos membros que professem a crença em Deus – o Supremo Arquiteto do Universo – GADU, mas algumas religiões proíbem seus fiéis de participarem da instituição.
A Igreja proibiu o pertencimento de seus fiéis às maçonarias e até ameaçou-os de excomunhão, conforme mostra o documento “Constituições para as províncias eclesiásticas meridionais do Brasil”, de 1915, cujas posições foram confirmadas pelo papa Bento XV dois anos depois
Durante a Primeira República ocorreu verdadeira onda antimaçônica, expressa em campanha acirrada contra a Ordem dos Pedreiros-Livres, atribuindo-lhe práticas satânicas, pactos com o diabo, adoração de um ídolo em forma de bode, intenções tenebrosas nas reuniões secretas, entre outros estereótipos, aos quais se viriam juntar acusações de aliança em torno de um alegado complô judaico-maçônico-comunista internacional. Ainda que sem qualquer comprovação, tais afirmações ecoavam em variados setores da sociedade.
Afirmavam os detratores, oriundos do pensamento católico conservador e das tendências autoritárias, que os maçons tramavam ocultamente para destruir as pátrias.
OS MAÇONS E O PODER:
Entre os 12 presidentes da Primeira República, oito foram maçons: Deodoro da Fonseca, Prudente de Morais, Campos Sales, Rodrigues Alves, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Venceslau Brás e Washington Luís. A filiação do marechal Floriano Peixoto, segundo presidente do Brasil, é polêmica entre os próprios maçons.
Deodoro e Nilo Peçanha chegaram ao posto de grão-mestre do GOB. O primeiro ministério do Governo Provisório era todo composto de maçons: Rui Barbosa (Fazenda), Quintino Bocaiúva (Transportes), Demétrio Ribeiro (Agricultura), Aristides Lobo (Interior), Benjamin Constant (Guerra), Campos Sales (Justiça) e Eduardo Wandenkolk (Marinha).
A presença de maçons foi expressiva nos cargos executivos estaduais. O exemplo mais nítido é o de São Paulo onde, dos 17 governantes na Primeira República, 13 foram maçons. O número de membros da maçonaria nos poderes Executivo e Legislativo mostrou-se significativo no país durante todo o período, das esferas municipais à federal.
A existência de atividades maçônicas regulares só aconteceu no território brasileiro a partir de 1801, no Rio de Janeiro, segundo o testemunho de José Bonifácio de Andrada e Silva, que se tornaria o primeiro grão-mestre do Grande Oriente do Brasil (GOB) em junho de 1822, ocasião em que a entidade teve papel importante na articulação da Independência. Outros datam de 1815 a fundação definitiva da maçonaria no Rio de Janeiro, com a Loja Comércio e Artes.
PESQUISAS:
História do Brasil Reino e Brasil Império, de A. J. Melo Morais;
Ata da Sessão do Grande Oriente Brasileiro;
Enciclopédia Britânica do Brasil Publicações Ltda;
Enciclopédia ENCARTA;
Dicionário Brasileiro de Datas Históricas de José Teixeira de Oliveira;
Comemorações do Dia do Maçom pelo Senado Federal;
Consultas a sites da internet.
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