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São Paulo é o Estado com a maior probabilidade. A estimativa é de 16.830 novos casos, dos quais 5.630 são apenas na capital, revela o Inca
Por Lívia Azevedo – Agência Brasil 61
O número de pessoas com Câncer de Próstata no Brasil ainda preocupa. A estimativa é que até 2025, apareçam 71.730 novos casos por ano. A doença é a segunda causa de morte por câncer no público masculino, atrás apenas dos Tumores de Pele não Melanoma. Os dados são do Instituto Nacional de Câncer (Inca). A Médica Oncologista Clínica e membro do Comitê de Tumores Geniturinários da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Mariane Sousa Fontes Dias, diz que é importante que as pessoas estejam informadas sobre os riscos e sobre a possibilidade de ter um tratamento adequado.
“Quando diagnosticado de uma maneira precoce, ele está diretamente relacionado com altas taxas de cura. Então essa estratégia de rastreamento e prevenção de uma maneira mais eficaz vai acabar salvando vidas”, revela.
O Médico Urologista, Especialista em Urologia Oncológica do Centro de Oncologia do Paraná – Curitiba (COP), Antônio Brunetto Neto, reforça que o diagnóstico precoce possibilita melhores resultados no tratamento. “Quanto mais precoce a sua detecção, quanto mais inicial o estagio do tumor, maior a chance de cura e menor o número de terapias que a gente vai precisar associar”.
Ele ainda acrescenta. “Um Câncer de Próstata em um estágio inicial, a gente consegue curar só com cirurgia. Um Câncer de Próstata em um estágio mais avançado, às vezes é necessário Cirurgia, Quimioterapia e muitas vezes também Radioterapia associada”, relata.
Maior número de casos
O levantamento do Inca aponta que o Estado de São Paulo é o que mais preocupa. A estimativa é de 16.830 novos casos de Câncer de Próstata, dos quais 5.630 estão previstos apenas na capital. No Rio de Janeiro, o número é de 7.930 novos casos, sendo 3.350 na capital. Minas Gerais aparece logo atrás com a estimativa de 7.970 novos casos, sendo 770 na capital Belo Horizonte. Outros Estados, como Bahia, Ceará, Rio Grande do Sul e Paraná, também apresentam estimativas significativas, refletindo a relevância da doença no cenário nacional.
Segundo a Médica Oncologista, Mariane Sousa Fontes Dias, para reduzir o número de casos, o homem precisa ter acompanhamento e avaliação médica criteriosa. “O homem deveria ter um acompanhamento médico de forma mais rotineira. Muitas vezes na adolescência, o adulto ou jovem acaba não tendo esse cuidado, acaba sem uma referência de um Médico e muitas vezes ele só vai procurar um Especialista quando chega aos 50 anos ou até mais para frente”, aponta.
Para o Médico Urologista, Antônio Brunetto Neto, o fato mais importante sobre o Câncer de Próstata é que os sintomas demoram muito para aparecer. Por isso fazer acompanhamento médico e exames de rotina são fundamentais. “Quando você tem sintomas do Câncer de Próstata, geralmente é um Câncer que se encontra em um estagio mais avançado. O ideal é fazer o diagnóstico do Câncer de Próstata quando ainda não se tem nenhum sintoma”, explica.
Prevenção e cuidados
Segundo Mariane Sousa Fontes Dias, Médica Oncologista Clínica e membro do Comitê de Tumores Geniturinários da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), existem medidas preventivas para reduzir o risco do Câncer de Próstata.
“Quando a gente fala de prevenção, a gente está falando de medidas que a gente possa instituir na nossa vida para tentar reduzir a chance do Câncer aparecer. Isso envolve manter uma dieta saudável, balanceada, evitar o tabagismo, ter um peso adequado, medidas para evitar a obesidade, como uma dieta saudável e exercício físico”, pontua.
Mas a Especialista lembra que também existem outros fatores de risco. “Existe um carater genético, herança genética, hereditariedade relacionada ao câncer. Isso de fato acontece, a gente tem que estar atento a nossa história familiar, a gente tem que buscar auxílio médico para fazer essa investigação, mas é importante enfatizar que o Câncer de Próstata hereditário de fato acontece numa minoria de pacientes”, salienta.
Na opinião de Mariane Sousa, a prevenção ainda é a melhor forma de evitar ou, pelo menos, reduzir as chances de um tratamento mais severo. “Hoje a Sociedade Brasileira de Urologia, ela preconiza o rastreamento para a população a partir dos 50 anos. Também tem populações de risco, pacientes com história familiar, pacientes afrodescendentes, que pode iniciar esse rastreamento em torno dos 45 anos”, destaca.
Esse é o caso do jornalista Artur Filho. Ele conta que muitos homens da sua família têm histórico de Hipoplasia Benigna, uma condição que faz a Próstata crescer. Por conta disso, faz acompanamento desde cedo preocupado com o aparecimento de um Câncer de Próstata.
“Há muitos anos eu tenho procurado Urologistas para fazer os exames, sempre fazendo o Exame de Imagem, do Sangue, do PSA e também aquele de toque. Então é muito importante que todos façam. Esse cuidado é muito importante para o homem ter vida. E a pessoa não tem que ter vergonha nem nada. O importante é viver bem e de maneira saudável. Então por isso a periodicidade de fazer o exame anual é muitíssimo importante para todos nós homens”, observa.
Novembro Azul
O mês de novembro é dedicado à conscientização e prevenção do Câncer de Próstata. Segundo o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece informação e atendimento com equipes multiprofissionais aptas a realizarem diagnóstico e acompanhamento. Além de Exames Clínicos, Laboratoriais, Endoscópicos e Radiológicos, procedimentos cirúrgicos e tratamento em Hospitais habilitados em Oncologia.
Conforme dados do Inca, quanto à mortalidade, a Região Sudeste aparece com o maior número de casos no Brasil, em 2021, sendo os Estados São Paulo (3.428), Minas Gerais (1.673) e Rio de Janeiro (1.448) com o maior número. Em seguida, vem a Região Nordeste, com Bahia (1.407), Pernambuco (762) e Ceará (717) liderando em casos. A Região Sul aparece em terceiro lugar, destacando-se Rio Grande do Sul (1.291), Paraná (1.042) e Santa Catarina (534). Já a Região Norte apresenta Pará (395), Amazonas (194) e Tocantins (132) como os Estados com mais casos. Por fim, a Região Centro-Oeste têm Goiás (516), Mato Grosso (252) e Mato Grosso do Sul (225) como os mais afetados.