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PIB agroindustrial maior e sustentabilidade: as 12 metas da nova política de incentivo à indústria

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Programa lançado na última segunda (22) pelo governo federal quer aumentar produção de bens de valor agregado, ampliar mecanização da agricultura familiar e diminuir dependência externa de insumos da saúde

Por Felipe Moura

Aumentar a participação de produtos de valor agregado no PIB agropecuário, tornando o Brasil menos dependente de bens primários, é um dos objetivos da política de incentivo à industrialização lançada pelo governo na última segunda-feira (22). A meta de aumentar a participação do setor agroindustrial de 23% para 50% é uma das 12 que balizam a iniciativa batizada de Nova Indústria Brasil (NIB). 

Autor de um projeto de lei que estabelece linhas gerais para uma política industrial, o deputado federal Heitor Schuch (PSB-RS) diz que o desenvolvimento do Brasil depende da retomada da indústria. 

“Nós precisamos fazer essa transformação, porque senão nós vamos ficar eternamente exportando um produto e importando outro. Exportamos o petróleo para importar o diesel. Acho que o governo brasileiro está 100% certo quando ele está trabalhando nessa perspectiva de incentivar a indústria da transformação”, defende. 

Metas

O programa de fortalecimento à indústria deve contar com R$ 300 bilhões em financiamentos ao setor até 2026. A maior parte deles terá como origem o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A política é resultado do trabalho do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), que reúne 20 ministérios, o BNDES e 21 entidades representativas da sociedade civil, do setor produtivo e dos trabalhadores. 

Segundo Rafael Lucchesi, diretor de Desenvolvimento Industrial e Economia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o fortalecimento do setor é um movimento que tem ocorrido em diversos países, como Estados Unidos, China e Japão. “O jogo que está sendo jogado entre as principais nações é a reindustrialização verde. Estão investindo fortemente nisso. O Brasil não pode estar fora dessa janela de oportunidade”, avalia. 

Lucchesi diz que o Brasil só tem a ganhar com a retomada do protagonismo da indústria. “A indústria tem cadeias mais longas, mais complexas, mais sofisticadas. É o setor que mais investe em P&D (pesquisa e desenvolvimento), que mais exporta. Tudo isso vai gerar um efeito muito potente para um desenvolvimento sustentável a longo prazo. Isso vai ser o melhor para a sociedade brasileira, porque vai gerar mais empregos”, indica.  

A NIB abrange seis áreas, que são: agroindústria; complexo industrial de saúde; setores de infraestrutura; transformação digital; bioeconomia e transição energética; e tecnologia de defesa. Para cada uma delas há metas estabelecidas. 

  • Aumentar a participação do setor agroindustrial no PIB agropecuário de 23% para 50%;
  • Ampliar de 18% para 70% a mecanização dos estabelecimentos de agricultura familiar;
  • Suprir pelo menos 95% do mercado de máquinas e equipamentos para a agricultura familiar com produção nacional;
  • Garantir a sustentabilidade ambiental na agroindústria;
  • Ampliar a participação da produção no país de 42% para 70% das necessidades nacionais em medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, materiais e outros insumos e tecnologias em saúde;
  • Reduzir em 20% o tempo de deslocamento de casa para o trabalho – atualmente esse tempo médio é de 4,8 horas semanais;
  • Aumentar em 25 pontos percentuais a participação da produção brasileira na cadeia da indústria do transporte público sustentável —  atualmente em 59% para ônibus elétricos;
  • Transformar digitalmente 90% das empresas industriais brasileiras;
  • Promover a indústria verde, reduzindo em 30% a emissão de CO2 por valor adicionado da indústria, atualmente em 107 milhões de toneladas por trilhão de dólares;
  • Ampliar em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes, que hoje é de 21,4%;
  • Aumentar o uso tecnológico e sustentável da biodiversidade pela indústria em 1% ao ano;
  • Obter autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas para a defesa, a partir da elaboração da lista dessas tecnologias. 
Foto: usertrmk/Freepik

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