Estimativa é de que a carne suína tenha a maior alta nas exportações.
Por: Yumi Kuwano
As perspectivas são otimistas para o mercado de carnes neste ano no Brasil. A previsão para a produção de carne suína, por exemplo, é de alta de 5%. Já as exportações devem crescer 5,5%. As exportações de carne bovina podem registrar um aumento de 3,6%; e de carne de frango, de 3,7%, conforme análise da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) — com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Em 2023, o Brasil produziu 15 milhões de toneladas de frango, ficando em segundo lugar — atrás dos Estados Unidos (21 mi) e na frente da China (14 mi). Já em relação à carne bovina, EUA produziram 12 milhões de toneladas; Brasil, 11 milhões, e China 7,7 milhões. De carne suína foram quase 5 milhões de toneladas produzidas no país.
Apesar da receita das exportações totais de carne bovina e derivados no Brasil terem caído 17,15%, por causa dos preços, na comparação com o ano anterior — US$ 10.844.774.541 em 2023 frente a US$ 13.089.722.508 em 2022 — segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), houve aumento de 8% em volume.
O vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, diz que, por causa dos custos altos, o cenário no ano passado para os produtores brasileiros foi difícil, mas deve melhorar em 2024.
“A gente acredita que possa haver uma pequena recuperação, apesar da economia mundial não estar bem, já somos grande exportador das carnes — porque não há nenhuma perspectiva do aumento dos insumos, que é o milho e soja. Então, se nós encontramos o setor onde os insumos principais, que é a ração feita de milho e soja, onde os preços continuam caindo, achamos que este setor este ano deve continuar tendo uma demanda internacional bastante alta, principalmente da suinocultura e uma recuperação de frango”, comenta.
Exportações
No ano passado, o Brasil exportou mais carne de frango para a China (0,68 milhões de toneladas), Emirados Árabes (0,44) e Japão (0,43). Já a carne bovina foi a maior parte para a China (1,2), EUA (0,36) e Chile (0,01), enquanto a suína teve como destino, principalmente, China (0,36), Hong Kong (0,1) e Filipinas (0,1).
De acordo com Fernando Iglesias, coordenador de Pecuária da consultoria Safras & Mercado, o Brasil vai seguir vendendo um grande volume de carne no decorrer deste ano.
“É um ano em que o Brasil deve bater recorde de exportação de carne bovina, carne suína,. Deve apresentar um desempenho muito parecido com o que tivemos no do ano passado, em relação às vendas de carne de frango, mantendo embarques na ordem dos 5 milhões de toneladas. O Brasil vai seguir líder global de exportação de carne bovina, de frango e vai seguir muito bem posicionado no mercado da carne suína”, analisa.
Enquanto o cenário no Brasil é de crescimento, a produção mundial de carne bovina pode interromper novamente a sequência de altas iniciada em 2016 — como aconteceu em 2020 —, já que a previsão é de leve queda de 0,3%, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A produção e exportação dos Estados Unidos devem ser 6,3% menores.
A produção mundial de carne de frango vai continuar crescendo de forma lenta — a expectativa é de leve alta de 1% em 2024, mesmo com perspectiva de queda de 3% na China. As exportações podem crescer 3% no mundo.
Já em relação à produção de carne suína, a USDA estima uma redução de 1% na China — que deve aumentar as importações (1,1%), assim como o Japão (1,3%) — e de 1,6% na União Europeia.