Divulgado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), o Produto Interno Bruto (PIB) baiano ficou estável, variação em volume de 0,1%, na comparação do terceiro trimestre de 2017 com igual período de 2016. Levando-se em conta a série com ajuste sazonal (3º trimestre de 2017 ante o 2º trimestre de 2017), a retração em volume foi de 0,2%. A estimativa para o encerramento do ano de 2017 é de 0,7%.
O PIB da Bahia apresentou taxa de 0,1% no terceiro trimestre de 2017 em relação ao mesmo período do ano anterior. De acordo com os cálculos da Superintendência, a estabilidade apresentada no terceiro trimestre, ante mesmo período do ano anterior, é devido ao setor agropecuário (10,9%), tendo em vista o baixo desempenho apresentado na Indústria (-0,8%) e nos Serviços (0,3%). Já os Impostos contribuíram negativamente na composição do PIB ao registrar queda de 2,6% no trimestre.
Assim como nos dois trimestres anteriores, a agropecuária baiana foi o principal setor determinante para o desempenho positivo do PIB até o terceiro trimestre. Com as condições climáticas favoráveis – contribuiu para expansão da produção física, da área colhida e da área plantada – e a base de comparação reprimida.
O setor industrial (-0,8%) refletiu, mais uma vez, na baixa taxa do PIB baiano. A extrativa mineral recuou 6,8%, atrelado ao posicionamento da Petrobras em reduzir suas atividades de exploração de petróleo e gás na Bahia. A produção e distribuição de energia elétrica caiu 4,9% e a construção civil -6,2%, que segue a tendência nacional a qual apresentou queda no nível de ocupação na atividade. O destaque positivo ficou apenas para a transformação (3,3%), com a expansão dos segmentos: Celulose, papel e produtos de papel (6,8%); Coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (6,9%); Bebidas (9,3%), Produtos de borracha e de material plástico (12,6%); Produtos alimentícios (3,3%).
O comportamento do setor de serviços baiano (0,3%) foi determinado, em grande medida, pelo desempenho positivo do comércio. Esta atividade cresceu 2,8% demonstrando processo de retomada da capacidade de consumo das famílias baianas. Outro destaque positivo no setor foi a expansão de 0,9% das atividades imobiliárias. Em contrapartida, as atividades da administração pública e dos transportes registraram quedas de 1,6% e 3,3%, respectivamente.
Acumulado em 2017 – No período de janeiro a setembro a economia baiana registrou leve expansão com variação em volume de 0,3%. Essa taxa deve-se ao bom comportamento do setor agropecuário com alta de 26,6%. O baixo desempenho da indústria (-4,0%) está atrelado a queda nas quatro atividades que compõem o setor, com destaque para a queda da extrativa de 14,0%. O setor de serviços caiu 0,2% devido ao baixo desempenho dos transportes (-4,3%) e da administração pública (-0,8%). Além das variações negativas verificadas nos dois grandes setores, os impostos sobre produtos caíram 2,5% de janeiro a setembro.
A estimativa de crescimento de 0,7% em 2017 leva em consideração, além dos resultados divulgados até o terceiro trimestre, algumas perspectivas positivas acerca das atividades econômicas, favorecidas pela ligeira recuperação na renda real, pela melhora nos indicadores do mercado de trabalho bem como nas perspectivas macroeconômicas.
No que se refere à agropecuária, espera-se que não haja grandes alterações nos valores divulgados até o terceiro trimestre em virtude de se ter uma dinâmica bastante diminuta deste setor no quarto trimestre; dessa forma, a perspectiva é de que a taxa de crescimento desse setor seja mantida em relação ao que foi divulgado para a média do ano (+26,6%). Em relação ao setor industrial, a expectativa da SEI é que, a despeito da recuperação do segmento de transformação no terceiro trimestre, não se tenha maiores alterações nesse processo pelo fato de que setor tem baixa dinâmica no último trimestre, à exceção de possível recuperação na produção de automóveis, alimentos e bebidas; já a perspectiva para a construção civil, extrativa mineral e SIUP – Serviços Industriais de Utilidade Pública – é de que mantenham desempenho negativo observado durante o ano.
Por fim, para o setor de serviços, a expectativa é de que se tenha uma ligeira melhora, particularmente nos segmentos de comércio, transportes e alojamento/alimentação, os quais tendem a ter uma dinâmica mais favorável no quarto trimestre do ano. Especificamente, espera-se que o segmento de comércio mantenha o desempenho positivo dos dois últimos trimestres, inclusive com variação positiva acima da verificada nos trimestres anteriores.