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Aumento gradativo de medalhas de ouro

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Recentemente, escrevi sobre não sobrar um aspecto da violência para escrever sobre ela. Tudo seria café requentado. O mesmo ocorre com o esporte. Com dificuldade, tentaremos nos ater ao desempenho do Brasil em Jogos Olímpicos.

Em 1996, o Brasil conquistou três medalhas de ouro, trazendo uma expectativa grande de que seria um paradigma entre o desempenho pífio nas edições anteriores e uma evolução gradual no desempenho dos atletas brasileiros, a cada nova edição de Olimpíadas, decorrência natural de projetos relacionados a ações no âmbito de esportes, fossem estes de governos ou da iniciativa privada.

Pela perspectiva criada, na Olimpíada de 2000, em Sydney, seriam ao menos quatro medalhas. Mas veio a decepção geral e a certeza de que nossas medalhas de ouro decorrem do esforço e talento individual de atletas e nunca em razão de políticas estruturais de esportes.

Talvez a principal causa para o “sobe e desce”, no fraco desempenho, seja a pouca importância dada à prática de vários esportes, por toda a população brasileira. Nossa cultura, a cobertura dos meios de comunicação e o interesse geral ficam centrados apenas no futebol.

Instituições sociais poderiam desenvolver pequenas atividades de outros esportes para incentivar a iniciação de seus integrantes, com vista a  despertar o interesse pela prática esportiva. Igrejas, associações de bairro, condomínios, sindicatos, ONGs deveriam colocar o esporte dentre suas atividades cotidianas.

Pequenos eventos, torneios, maratonas, gincanas deveriam ser organizados para universalizar, automaticamente, o esporte em todo o território nacional, com o envolvimento de jovens, adultos e idosos.

Com uma vasta camada da população praticando esporte, seria o momento ideal para, com muita força, se implementar as políticas estatais e da iniciativa privada, para selecionar os jovens mais promissores, com a finalidade bem clara de torná-los atletas competidores de alto rendimento.

O objetivo, aqui, seria enfatizar que as ações iniciais são indispensáveis para massificar a prática esportiva no País. Mas, concomitantemente, viriam benefícios à saúde, o aumento da autoconfiança, a melhora na concentração, o desenvolvimento do condicionamento físico, uma contribuição nos inter-relacionamentos e até a possibilidade de uma modelação de caráter.

Como a prática de um esporte também é um exercício físico, há notícias sobre estudos que comprovariam o fortalecimento do músculo do coração, a redução da pressão arterial e, consequentemente, a diminuição de mortes por doenças cardíacas.

Por enquanto, o desempenho em Olimpíadas é só derrota seguida de outra. Foram tantas em Paris que, em alguns dias, os telejornais precisavam de sinônimos para noticiar. “Não passou”, “foi superado”, “ficou” e outros. Com políticas de incentivo, em  algumas décadas poderíamos ganhar 25 medalhas de ouro, como os paraolímpicos conseguiram, em 2024. Lamentavelmente estes não mereceram nenhuma cobertura especial, nenhum programa, assim como nenhum governo os convidou a subir rampas. Mais uma vez, o preconceito estrutural venceu, contrapondo-se à devida valorização dos nossos atletas paraolímpicos.

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