Dos nove estados do Nordeste, a Bahia é o quarto com maior índice de expectativa de vida. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes a 2016, os baianos vivem em média até os 73,5 anos de idade. Em 2015, esse número era de 73,2 anos, registrando um aumento de três meses em um ano.
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Desde 1940, o brasileiro passou a viver 30,3 anos a mais. De acordo com especialistas, a tendência é que esse número se eleve com o passar do tempo e que, por esse motivo, a ideia de mudar as regras para se aposentar não deve ser descartada.
O pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE – FGV) Bruno Ottoni, explica que, além disso, as mulheres estão tendo cada vez menos filhos durante a vida. Logo, se a população idosa aumenta e a de jovens diminui, o sistema previdenciário pode se tornar insustentável.
“À medida que o país for envelhecendo, a tendência é que a situação [da previdência] se torne calamitosa. Realmente, o Governo Federal vai ter muita dificuldade em fechar suas contas”, prevê Bruno Ottoni.
A preocupação do pesquisador tem um motivo. É que, no Brasil, a Previdência é sustentada por dinheiro vindo de contribuintes em atividade no mercado de trabalho. Isso significa que, com mais idosos e menos nascimentos, haverá mais pessoas recebendo o benefício, por mais tempo, e uma quantidade de contribuintes insuficiente para pagar as aposentadorias.
Reforma
Na tentativa de aprovar a reforma da Previdência ainda este ano, o governo Federal propôs um novo texto, mais enxuto. Entre os principais pontos está a idade mínima para se aposentar de 62 anos para mulheres e 65 para anos. Além disso, a ideia é equiparar os regimes de previdência dos servidores públicos aos do INSS, o que, na avaliação do coordenador de Previdência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Rogério Nagamine, deixa o sistema mais igualitário.
“Você tem um diferença de valor de benefício gigantesca. É exatamente por isso que é importante que passe uma proposta do governo que obrigue a todos os regimes de previdência dos servidores públicos a ter o mesmo teto do INSS”, justificou Nagamine.
Ficou de Fora
A proposta inicial do governo pretendia incluir na reforma as aposentadorias rurais e o Benefício da Prestação Continuada (BPC). Porém, como se tratavam de temas polêmicos, as regras para adquirir esses benefícios permaneceram como estavam.