Na tentativa de conseguir apoio para aprovar a reforma da Previdência, o presidente da República Michel Temer se reuniu, nesta quarta-feira (13), com cerca de 300 prefeitos, no Palácio do Planalto.
O encontro organizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) teve o intuito de concentrar esforços para apresentar argumentos que viabilizem a votação do texto na Câmara dos Deputados, ainda neste ano.
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“Nós estamos fazendo uma reforma agora que evita um desastre ali na frente. Um desastre já revelado na Grécia, em Portugal. Lá houve corte de aposentadoria e pensões de 20, 30%. Houve corte de vencimentos de 20, 30%”, disse o presidente.
Michel Temer pediu aos prefeitos para que eles cobrem os parlamentares para votarem a favor da reforma. “A partir de agora, comecem a manter contato com os deputados e senadores, dizendo, ‘meus caros, a sociedade quer isso, a sociedade precisa disso, ninguém será apenado em função disso’”.
Na reunião, o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski disse que vai continuar trabalhando pelo diálogo para que todas as divergências a respeito do tema sejam sanadas. “Já estivemos juntos neste ano cerca de oito vezes. Existe um conflito e esse conflito deve ser exteriorizado. A Confederação procura, dentro dos limites, defender os interesses dos municípios”, disse.
Ziulkoski ainda criticou afirmações de notícias sobre a compra do apoio dos municípios por R$ 2 bilhões, baseadas no auxílio-financeiro anunciado por Temer no último mês.
O deputado Federal Darcísio Perondi (PMDB-RS), que também participou do evento, afirma que a reforma da Previdência vai garantir mais investimentos em áreas importantes para a população.
“Essa reforma vai fazer com que as prefeituras possam economizar um mês da folha [de pagamento] para aplicar em um posto de saúde, para comprar remédio, fazer um calçamento ou melhorar a escola, fazer exame para os doentes”, ressaltou o vice-líder do governo na Câmara.
Na terça-feira (12), Temer também se reuniu com lideranças empresariais. No encontro que contou com a presença de ministros e parlamentares da base governista, o presidente afirmou que este é o momento de aprovar a reforma e que, sem mudanças, o Brasil viverá um cenário de “eliminação de postos de trabalho e ausência de desenvolvimento no País”.
A discussão da matéria só deve acontecer se os 308 votos necessários para aprovação estiverem garantidos. “Vamos esperar a discussão e volto a dizer, vai sendo esclarecedora. Entre quinta-feira, segunda, terça se verifica. Se tiver os 308 votos vai a voto agora, caso contrário, se espera naturalmente fevereiro e marca-se uma data”, afirmou Temer.
O peemedebista lembrou ainda que o déficit previdenciário compromete a sustentabilidade do setor e que pode levar estados e municípios à falência.
Déficit
Em proporção nacional, a realidade do rombo previdenciário se estende ao Regime Geral da Previdência Social (RGPS). No ano passado, o prejuízo no sistema alcançou o recorde de R$ 149,73 bilhões. O valor é 74,5% maior que o registrado em 2015, quando o rombo somou R$ 85,81 bilhões, o que corresponde a 1,5% do PIB.
De acordo com o Tesouro Nacional, as despesas com Previdência equivalem a 55% dos gastos do governo. Para este ano, a expectativa é que o déficit do RGPS alcance R$ 181,6 bilhões.