Pequena Enciclopédia Bíblica.
(Orlando Boyer).
“A Bíblia [é]considerada mesmo com uma composição literária , é ainda assim o mais notável livro que o mundo tem visto. Livro antiquíssimo, contém uma série de acontecimentos do mais vivo interesse.
A história da sua influência é a história da civilização. As melhores instituições e os melhores homens têm testemunhado o poder das Escrituras, como sendo um instrumento de luz e santidade; e tendo sido as Escrituras preparadas por homens que “falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”, para revelarem “o único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo , a que Ele enviou”, tem a Bíblia por esse motivo os mais fortes direitos ao nosso atento e reverencial respeito.
O uso duma obra de estudo bíblico requer uma ou duas precauções, que tanto o autor como os leitores precisam tomar [conhecimento].
A primeira é que não devemos contemplar este majestoso edifício da Verdade Divina como espectadores somente. O nosso fim não deve ser admirar de fora tão bela obra, mas estar dentro para que possamos crer e obedecer.
Nesta íntima comunhão e obediência gozaremos a beleza dos seus tesouros, privilégio apenas concedido aos humildes e aos de alma caridosa. Deve de haver uma verdadeira união com aquilo que queremos conhecer, se desejamos ter um conhecimento especial.
Em segundo lugar, o estudo dum auxiliar das Escrituras não deve confundir-se com o estudo das próprias Escrituras. Os livros auxiliares podem ensinar-nos a olhar para a verdade, como para ver a sua posição e proporções, mas somente a entrada no edifício da Verdade nos dá luz.
Essa entrada é que nos conduz aos mananciais da salvação. Supor alguém que a simples vista da água corrente, ou mesmo a do lugar onde ela nasce, nos poderá apagar a sede, é enganar tristemente a si mesmo, ou revelar a mais profunda ignorância.
O fim, pois, dos nossos labores é tornar mais claro e impressionável o livro de Deus, o livro por excelência, que se chama Bíblia”.