Organizações da sociedade civil apontam que apenas 0,3% das pessoas trans no Brasil conseguem acessar o ensino superior
Por Max Gonçalves Agência Voz
A Universidade de Brasília (UnB) destinará cota de 2% das vagas para pessoas trans em seus mais de 130 cursos de graduação. A decisão aconteceu nesta quinta-feira (17), com aprovação unânime do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da universidade. Já nos processos seletivos de 2025, haverá vagas reservadas para o ingresso de pessoas autodeclaradas trans, incluindo travestis, mulheres trans, homens trans, transmasculinos e pessoas não-binárias.
A UnB vai trabalhar para que as cotas entrem em vigor no vestibular de agosto de 2025, para ingresso no primeiro semestre de 2026. Outras modalidades de ingresso, como o edital específico da UnB para quem presta o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), também devem contemplar as cotas trans.
Caberá ao Comitê Permanente de Acompanhamento das Políticas de Ação Afirmativa (Copeaa) da UnB estabelecer procedimentos relativos às bancas de heteroidentificação (confirmação) de candidatas e candidatos trans, nos moldes do que é feito com os estudantes que se autodeclaram pretos, pardos ou indígenas, nas contas étnico-raciais.
A UnB se junta agora a outras universidades federais que já implementaram cotas para pessoas trans, como a Universidade Federal do ABC (UFABC), a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil